'Permanece inerte' -

Servidores da área ambiental cobram Lula por contradição em discurso

Os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) expressaram seu descontentamento por meio de cartas enviadas aos seus respectivos presidentes. Eles apontam para o que veem como uma contradição entre as declarações ambientais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a realidade, especialmente no que se refere ao reconhecimento daqueles que trabalham no setor. As informações são do Metrópoles.

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophotoLula
Lula

Os documentos foram apresentados após a participação do petista na 28ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Os servidores alegam que o governo Lula tem metas muito ambiciosas para a área ambiental e impossíveis com o atual número de funcionários e condições dos órgãos ambientais.

“Mesmo após os ataques sofridos pelos servidores ambientais no governo anterior, que colocaram a proteção ambiental no centro do debate eleitoral em 2022, e a atuação decisiva do Ibama e ICMBio na queda de 49,7% no desmatamento da Amazônia (Prodes 2023), o governo Lula permanece inerte”, cobra trecho.

“Os servidores do IBAMA e do ICMBio não veem outra opção senão considerar a deslealdade do atual governo, reduzir as expectativas em relação a discursos e promessas, e, como trabalhadores, expor as contradições identificadas e lutar pelo reconhecimento que lhes é devido”, completa o documento dos servidores.

As críticas se estendem também à defasagem salarial e a alta rotatividade dos servidores da área ambiental. Representantes dos dois órgãos destacam que as promessas ambientais do presidente Lula só serão cumpridas com a valorização dos funcionários do Ibama e do ICMBio.

“É hora de ajustar o voluntarismo, engajamento e capacidade de combate para que a valorização da Carreira seja percebida como estratégica para o Brasil, não apenas uma demanda corporativista. Sem pressão, não haverá negociação ou resolução da crise latente”, ressalta outro trecho dos documentos.

A carta endereçada ao Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, conta com a assinatura de mais de 1200 servidores.

Concurso

O governo federal tem trabalhado na elaboração de editais de concursos públicos para o Ibama, ICMBio e para o Ministério do Meio Ambiente. O presidente Lula chegou a defender, inclusive, o aumento no número de servidores na área ambiental.

“Quando deixei o governo em 2010, o Ibama tinha 1.700 pessoas. Quando voltamos, tinha 700 pessoas. Com isso não se tem capacidade de fiscalização, de acompanhamento de projeto. É preciso ter consciência de que não é gasto, é investimento fazer concurso e colocar as pessoas adequadas em quantidades adequadas para continuar fiscalizando o país”, declarou o presidente em agosto.

O Metrópoles questionou o governo federal sobre as alegações apresentadas pelos setores. No entanto, não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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