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Livros de Thalita Rebouças, Paula Pimenta e outros viram aposta do streaming

PEDRO MARTINS
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS)

Saltar das páginas para as telas está em alta. Dezenas de filmes e seriados baseados em livros brasileiros estão sendo produzidos no país, numa tendência que virou fonte de renda extra para os autores, que não só vendem seus direitos autorais para as produtoras, mas são convidados para participar da adaptação de suas histórias ou para escrever roteiros que, no caminho inverso, depois podem virar livros.

Com a paralisação da Agência Nacional do Cinema, boa parte dessa safra está sendo produzida para o streaming, com previsão de estreia para este e o próximo ano. É que, se o governo Bolsonaro não distribui aos produtores os recursos públicos para fazer girar a roda do cinema, multinacionais como a Netflix e Amazon assumem a tarefa.

Com 2 milhões de livros vendidos, Thalita Rebouças é um dos nomes de peso que agora se dividem entre o mercado editorial e o audiovisual. Além de vender o direito de adaptação de seus romances, como acaba de fazer com "Por Que Só as Princesas se Dão Bem?", que será produzido neste ano pela Elo Company com a Warner Brothers, ela agora escreve histórias inéditas para a Netflix e as transforma em livros.

Foi o caso de "Pai em Dobro", filme estrelado por Maisa Silva sobre uma adolescente em busca de seu pai, e de "Lulli", com Larissa Manoela, que vive uma estudante de medicina com o poder de ouvir os pensamentos de todos ao redor. O primeiro teve sua adaptação para as páginas lançada dois meses antes do longa-metragem, que estreou em janeiro passado, e o segundo, que chegou à Netflix neste fim do ano, está sendo negociado com editoras.

Paula Pimenta também ingressou no audiovisual. Após adaptar "Cinderela Pop" para os cinemas em 2019, ela vem trabalhando na adaptação de "Fazendo Meu Filme", sua série de maior sucesso, que vendeu 800 mil cópias. A estreia é prevista para este ano, seja nas telonas, seja nas telinhas.

Pimenta não pretende escrever histórias originais para as telas "por falta de tempo", mas passou a roteirizar suas adaptações, acompanhada de roteiristas com experiência, "para garantir que não estraguem os livros".

"Não tenho o menor interesse em assinar um contrato e assistir ao filme na estreia. Só aceito se me levarem junto, então coloquei no contrato que precisaria aprovar roteiro, elenco, trilha sonora, tudo."

São privilégios que só têm cacife para exigir autores com cifras superlativas, cuja bênção às adaptações é garantia de audiência. Eles não são, porém, os únicos que despertam interesse do mercado, já que as cifras consideradas altas por editoras são ínfimas em relação às do audiovisual.

É o que diz uma editora decana que trabalha para uma produtora como olheira, ou seja, à procura de romances com potencial para render filmes e seriados de sucesso.

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