Águas -

E volta a ladainha da integração do Piauí à Bacia do São Francisco

A imprensa local vem noticiando que está marcada para o dia 3 de setembro, em Brasília, uma reunião da bancada federal piauiense com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. A audiência foi requerida com o objetivo de cobrar o lançamento do edital para realização do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da integração do Piauí à Bacia do São Francisco. "Uma das prioridades da bancada é a segurança hídrica do Piauí e essa é uma importante obra, pois levará água da Bacia do São Francisco para o semiárido piauiense", anima-se o coordenador da bancada do Piauí, deputado federal Jesus Rodrigues (PT).

Volta e meia, este tema da integração do Piauí à Bacia do São Francisco vem à tona, pela voz das lideranças políticas piauienses. Ora vem com este título de integração; ora vem com o de transposição das águas do São Francisco para o Piauí. Não passa uma legislatura sem que a bandeira não seja levantada por algum parlamentar.

O que não falta no Piauí é água. Começa pelo rio Parnaíba, o segundo maior do Nordeste. Além da usina hidrelétrica de Boa Esperança, qual o outro aproveitamento que se faz do rio? Temos o abastecimento de dezenas de municípios ribeirinhos. E o que mais? Irrigação? E o que se faz para proteger e revitalizar o rio?

Além de Boa Esperança, com capacidade de acumular 5 bilhões de metros cúbicos de água, o Piauí dispõe de dezenas de grandes reservatórios, em sua esmagadora maioria sem a menor utilidade. Só o Dnocs administra no Piauí os açudes Caldeirão, em Piripiri, com 54 milhões de metros cúbicos; Bocaina, com 106 milhões; Cajazeiras, em Pio IX, com 24 milhões; e Joana, em Pedro II (com capacidade de 10 milhões de metros cúbicos).
Sob a responsabilidade do Governo do Estado estão, entre outras, as barragens de Salinas, em São Francisco do Piauí (com capacidade para acumular 387 milhões de metros cúbicos); Poço do Marruá, em Patos do Piauí (348 milhões de metros cúbicos); Tinguis, em Brasileira, (295 milhões de metros cúbicos); Piracuruca (250 milhões de metros cúbicos); Jenipapo, em São João do Piauí (248 milhões de metros cúbicos); Algodões II, em Curimatá (247 milhões de metros cúbicos) e Pedra Redonda, em Conceição do Canindé (216 milhões de metros cúbicos).

É fato que, diante da prolongada seca que castiga o Piauí, esses reservatórios estão com água muito aquém de sua capacidade. Daí porque a ladainha da integração do Piauí à Bacia do São Francisco até parece defesa intransigente de uma bandeira piauiense. Mas não passa de falta de imaginação. Nossas lideranças políticas precisam explicar, em primeiro lugar, o que fazemos com as águas de que dispomos em abundância.

Fonte: (Diário do Povo - http://www.diariodopovo-pi.com.br/)

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