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Suplente de Alvaro Dias que virou delator deixa partido de Sergio Moro

FELIPE BÄCHTOLD
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A chegada do ex-juiz Sergio Moro ao partido Podemos ocorreu em momento de desligamento da sigla de um conhecido personagem da política paranaense que teve empresas de seu conglomerado na mira da Operação Lava Jato.

O empresário Joel Malucelli, um dos principais do Paraná, pediu desfiliação do partido no qual já foi um destacado dirigente. Ele é primeiro suplente do senador Alvaro Dias, também do Podemos, principal articulador político de Sergio Moro, pré-candidato à Presidência da República.

Malucelli hoje é colaborador da Justiça e afirma que não pretende em hipótese alguma assumir a cadeira no Senado. Afirma que deixou o partido porque "cansou da política" e que não há relação entre o pedido de desligamento e a entrada do ex-juiz na legenda –ambos ocorridos em novembro passado.

Ele é fundador e dá nome ao conglomerado empresarial J.Malucelli, que atua em diferentes setores da economia, como bancário, energético e de comunicação –tem sociedade na TV Bandeirantes no Paraná. Seu patrimônio declarado na campanha de 2014 somava R$ 236 milhões.

De presidente do Podemos do Paraná e financiador de campanhas, Malucelli foi para o ostracismo político em 2018, ano em que foi preso em uma operação estadual sobre corrupção em contratos de melhorias em estradas rurais no governo do tucano Beto Richa, também detido naquela operação.

A prisão ocorreu durante a campanha eleitoral daquele ano, na qual Alvaro Dias concorria à Presidência da República, também pelo Podemos. O senador na ocasião dizia que não se poderia "transferir responsabilidades para quem quer que seja". O suplente foi um de seus principais doadores na campanha anterior do senador, em 2014.

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