A Farra das Bolsas -

UESPI: membros da administração superior já receberam cerca de R$ 150 mil em bolsas

Por Rômulo Rocha - De Teresina

_O reitor da Uespi, Nouga Cardoso...

  AsCom/Uespi

Como se não bastassem as constatações de fortes indícios de desvios de conduta dos gestores do Programa PARFOR da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), em distribuir bolsas para músicos, parentes e outras pessoas que não possuem o perfil acadêmico exigido, a direção da UESPI parece estar burlando outro programa da CAPES.

O Artigo 6° da Resolução nº 26, de 5 de junho de 2009, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação estabelece que  a seleção de bolsistas, desde tutores, passando por professores formadores até os seus coordenadores de curso seja ”precedida de ampla divulgação, tornando públicos os critérios de seleção dos interessados”.

Embora a norma seja muito clara, a gestão da UESPI parece não compreender bem isso. Ao se consultar o Portal da Transparência da Capes, é constatado que alguns Pró-Reitores da Uespi são beneficiários de bolsas, no entanto, não se encontra seus nomes nos resultados dos editais divulgados pela instituição.  

Os valores recebidos foram os seguintes: ________

- Bárbara Olímpia Ramos de Melo, vice-reitora: R$ 23.400,00;

- Ailma do Nascimento Silva, Pró-Reitora de Ensino de Graduação: R$ 39.100,00;

- Raimundo Isídio de Sousa, Pró-Reitor de Administração: R$ 43.100,00;

- Paulo Henrique da Costa Pinheiro, ex-Pró-Reitor de Planejamento e Finanças: R$ 33.800,00;

- E, a mais nova integrante da gestão, a professora Eliene Maria Viana de Figueiredo Pierote, Pró-Reitora Adjunta de Ensino de Graduação: R$ 6.500,00.

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AS SUSPEITAS SÃO DE QUE NÃO PARTICIPARAM DE EDITAL

Apesar de todos os citados aqui terem o perfil adequado para serem merecedores de bolsas, os gestores mencionados recebem bolsa sem a participação em  qualquer Edital de seleção do Programa UAB, uma exigência da CAPES para preenchimento destas vagas. 

O Portal da Transparência tem sido uma importante fonte de informações para a sociedade. O que se tem cobrado, e é o que a comunidade acadêmica espera, além da sociedade como um todo, claro, é que as autoridades competentes sejam ágeis na apuração de supostos desvios, aplicando as penalidades cabíveis, quando couber.

A Uespi fala na suposta existência de cotas, uma porcentagem que fugiria às regras do edital, mas não apresenta a previsão legal.

Escândalos semelhantes já foram revelados na Universidade Federal do Paraná – Operação Research e na Universidade Federal de Santa Catarina – Operação Ouvidos Moucos.

 

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