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2012: Decisões Políticas ou Decisões Públicas?

Ontem, retomei as minhas pesquisas habituais, caminhando pela cidade. Infelizmente, presenciei um fato lamentável. Estudantes protestavam contra o aumento das passagens de ônibus, bloqueando as ruas do centro da cidade. A polícia interveio e algumas pessoas ficaram feridas, outras foram detidas. Muitas pessoas reclamavam com veemência do ato do prefeito que autorizou o novo preço das passagens, inclusive com palavras de incentivo a um quebra-quebra, imediatamente repelidas pelos motoristas dos coletivos, quase se chegando às vias de fato, felizmente tendo sido contornado por algumas pessoas sensatas.

Fiquei refletindo na importância do bom senso na tomada de algumas decisões políticas – o que tem sido constantemente ignorado por muitas autoridades pátrias – que repercutem bastante junto à população e, por extensão, na economia brasileira, me vindo à mente os sábios ensinamentos de Confúcio para equacionarmos os problemas e sensibilizarmos nossos governantes porque, às vezes, saber recuar é a melhor forma de avançar em 2012.

A Porcelana do Rei

Malba Tahan

Achava-se, certa vez, Confúcio o grande filósofo, na sala do trono.

Em dado momento o Rei, afastando-se por alguns instantes dos ricos mandarins que o rodeavam, dirigiu-se ao sábio chinês e perguntou-lhe:

- Dizei-me, o honrado Confúcio: como deve agir um magistrado? Com extrema severidade a fim de corrigir e dominar os maus, ou com absoluta benevolência a fim de não sacrificar os bons?

Ao ouvir as palavras do soberano, o ilustre filósofo conservou-se em silêncio; passados alguns minutos de profunda reflexão, chamou um servo, que se achava perto, e pediu-lhe que trouxesse dois baldes, sendo um com água fervente e outro com água gelada.

Havia na sala, adornando a escada que conduzia ao trono, dois lindos vasos dourados de porcelana. Eram peças preciosas, quase sagradas, que o Rei muito apreciava.

Preparava-se o servo obediente para despejar - como lhe fora ordenado - a água fervendo num dos vasos e a gelada no outro, quando o Rei, emergindo de sua estupefação, interveio no caso com incontida energia:

_Que loucura é essa, ó venerável Confúcio! Queres destruir essas obras maravilhosas! A água fervente fará, certamente, arrebentar o vaso em que for colocada; a água gelada fará partir-se o outro!

Confúcio tomou então um dos baldes, misturou a água fervente com a água gelada e, com a mistura assim obtida, encheu os dois vasos sem perigo algum.

O poderoso monarca e os venerandos mandarins observaram atônitos a atitude singular do filósofo.

Este, porém, indiferente ao assombro que causava aproximou-se do soberano e assim falou:

- A alma do povo, ó Rei, é como um vaso de porcelana, e a justiça do Rei é como água. A água fervente da severidade ou a gelada da excessiva benevolência são igualmente desastrosas para a delicada porcelana; manda, pois, a Sabedoria e ensina a Prudência que haja um perfeito equilíbrio entre a severidade com que se pode castigar o mau, e a longanimidade com que se deve educar e corrigir o bom.

“A grandeza de um governante se localiza entre a sua visão pública e o seu respeito pela população” (Franklin Delano)

Fonte: Flordecerejeira

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