'Mal da população' -

Bolsonaro fala em tom de ultimato ao Judiciário, ataca Lula e diz ter a maioria no país

O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou, nesta sexta-feira (23), em botar um "ponto final" no que chamou de abusos de outro Poder, em uma referência velada ao Judiciário, alvo frequente do chefe do Executivo.

A declaração ocorreu em um comício em Divinópolis (MG). Em seu discurso, Bolsonaro também disse que seus apoiadores são maioria no país e atacou seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de ladrão. O primeiro turno das eleições ocorre em nove dias.

"O Brasil é um país livre. Vocês sabem que vocês estão tendo cada dia mais a sua liberdade ameaçada por outro poder, que não é o Poder Executivo. E nós sabemos que devemos botar um ponto final nesse abuso que existe por parte de outro Poder", disse.

Ele repetiu também uma frase que costuma dizer, que, se reeleito, "todos, sem exceção, jogarão dentro das quatro linhas da Constituição".

O mandatário disse ainda que, se reeleito, indicará pessoas contrárias ao aborto para as duas vagas no Supremo Tribunal Federal (STF) que ficarão disponíveis no próximo ano, com a aposentadoria de ministros.

Pesquisa do Datafolha divulgada na noite de quinta-feira (22) mostra que o ex-presidente ampliou sua vantagem para 14 pontos, aumentando as chances de a disputa encerrar no primeiro turno.

Lula tem 47% das intenções de voto, contra 33% de Bolsonaro.

Em mais de um momento, Bolsonaro chamou seu adversário de ladrão. Como a Folha de S.Paulo mostrou, a aposta da campanha nesta reta final é investir no antipetismo para impedir que Lula liquide a fatura já no primeiro turno.

O mandatário também disse que não há oposição no Brasil, mas sim "bandidos que querem o mal da população", quando se referiu ao fato de parlamentares petistas terem votado contra o projeto que diminuía tributação para reduzir preço da gasolina -que era criticado por governadores.

"Teremos uma grande decisão pela frente. O que vocês querem para o futuro dos seus filhos? Alguém na Presidência que desrespeite a família brasileira, que diz que vai liberar drogas para os nossos filhos? Queremos à frente da Presidência quem diz que é favo rável a ideologia de gênero, que não respeite propriedade privada? Querem à frente da Presidência um ladrão da República?", disse Bolsonaro.

A multidão, em coro, gritava "não" às perguntas.

"Nós mais do que queremos, desejamos o contrário. Nós somos a maioria. Nós venceremos em primeiro turno. Não existe eleição sem povo nas ruas. A gente não vê nenhum dos outros candidatos fazendo um comício sequer que se aproxime a 10% do povo que tem aqui", disse o presidente.

Apesar de, para a militância, Bolsonaro insistir em vitória no primeiro turno, a maior parte dos seus aliados vê como mais provável que a disputa chegue apertada no segundo turno.
Mas, para apoiadores, o presidente reforça a tese de "Datapovo", quando usam fotos de manifestações nas ruas, como as do 7 de Setembro, para atacar institutos de pesquisas e, assim, manter apoiadores energizados no projeto da reeleição.

O senador Carlos Viana (PL), que oficialmente tem o apoio de Bolsonaro na disputa pelo Governo de Minas, recebeu o presidente no aeroporto de Divinópolis, mas não discursou no ato de campanha.

Os únicos candidatos a falar, antes do presidente, foram o deputado estadual Cleitinho (PSL) e o deputado federal Domingos Sávio (PL), ambos com base eleitoral na cidade.
Cleitinho é candidato ao Senado e tem como trecho de campanha a frase "STF com Cleitinho vai pegar rabo". Sávio disputa a reeleição.

DISTÂNCIA

Apesar de ter lançado Viana como seu candidato em Minas, Bolsonaro só fez isso depois de não conseguir o apoio do governador do estado, Romeu Zema (Novo) no primeiro turno.
Existe a possibilidade, no entanto, de Zema apoiar Bolsonaro no segundo turno, caso ocorra. O governador lidera as pesquisas de intenção de votos no estado.

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