Um fenômeno -

Resenha | The Walking Dead Vol.1 - Dias Passados

Capa do volume 01 de The Walking Dead
Capa do volume 01 de The Walking Dead    Panini Brasil

Texto: Thiago Ribeiro

Meu primeiro contato com o quadrinho The Walking Deadse deu quando li uma resenha da obra 05 anos antes da estreia da série televisiva que tornaria a saga de Rick Grimes num fenômeno de audiência. Nessa resenha, já se defendia que o quadrinho poderia ser uma série adaptada para a TV, devido ao alto grau de dramaticidade e capacidade de prender o expectador.

01 ano após tomar conhecimento da existência da HQ, passava eu por uma banca quando me deparei com o primeiro volume da saga, chamado aqui de OS MORTOS VIVOS, e publicada pela editora HQM. Como o dono da banca era meu amigo, e o preço de capa era bem superior aos quadrinhos que eu comprava (R$ 29,90 em 2006 era um absurdo pagar em um gibi), perguntei se eu poderia ler um pouco daquela revista. Na verdade, devido à qualidade do material que tinha em mãos, li a história toda, decidindo que ficaria de olho nessa série.

Série de TV que é ainda hoje é sucesso.
Série de TV que é ainda hoje é sucesso.    AMC/Fox

Porém, a publicação no Brasil pela editora HQM mais era motivo de preocupação do que de satisfação para o leitor. O lapso temporal entre a publicação dos volumes era muito grande, chegando até 01 ano da publicação entre um volume e outro, e as informações que eram passadas aos leitores eram poucas.

Como a vontade para continuar naquele universo apocalíptico povoado por zumbis e críticas sociais era enorme, recorri a uma prática que não apoio: scans da obra na internet, tendo baixado 52 edições americanas de uma vez.

A partir dali, a obra de Robert Kirkmanme conquistou e, até hoje, eu não a abandonei.

O tempo passa, a série THE WALKING DEADpelo canal AMC é um sucesso estrondoso, os encadernados americanos do título são um sucesso de venda, a editora HQM até que tentou publicar o quadrinho, de forma irregular,  com 18 volumes da saga, fazendo até uma tentativa malfadada em lançar a história em formato mensal, igual a publicação americana, e em setembro de 2015 publicou seu último encadernado.

02 anos se passaram sem que o fã brasileiro soubesse qualquer informação sobre novos volumes ou se alguma nova editora iria assumir o título.

Até que em novembro de 2017, a editora Panini Comics anunciou que a série THE WALKING DEADseria publicada por ela, republicando o volume 01, e dando continuidade à publicação da HQM a partir do volume 19, tudo em novo formato.

Contando com 152 páginas, dimensões do produto de 17 x 26 cm e preço de capa de R$ 36,00.É nesse encadernado que a série fisga o leitor.

De forma clara e direta, sem o uso de balões de pensamentos ou flashbacks desnecessários, acompanhamos a história de Rick Grimes, um policial do centro leste americano, que acorda no momento que um apocalipse zumbi já atingiu seu ápice, destruindo os últimos resquícios de civilização e governo.

Nesse primeiro volume, ao leitor é passado um forte sentimento de isolamento e falta de informação. Sendo esse o diferencial da série: explorar o lado humano (ou a falta dele) sob a ótica do forte extinto para a sobrevivência, e a desolação que o futuro guarda, já que não há qualquer resquício que haja um refúgio seguro.

O primeiro volume de The Walking Dead é desenhado por Tony Moore, que logo no segundo volume é substituído por Chalie Adlard. Talvez, esse seja a passagem mais bem desenhada da série. Não que Adlard seja um mal desenhista, mas isso ocorre pelo esmero de detalhes de Moore, transformando em crível aquele mundo devastado e os zumbis em estado de putrefação. Infelizmente, em seu começo, a série vendia pouquíssimo, menos de 10 mil unidades em uma edição. Dizem que essa foi a motivação de Tony Moore sair da saga que iria brilha no futuro, já que o desenhista foi para outras editoras desenhar personagens mais famosos. Esse arrependimento deve doer até hoje, já que o desenhista original da saga entrou com um processo contra Kirkman querendo maiores valores dos lucros da série, mesmo tendo abandonado a mesma em um momento de necessidade.

    Panini Brasil

Aqui, o texto de Kirkman brilha. E é espantoso o desenvolvimento de Rick Grimes, principalmente, ao leitor que o acompanha a muito tempo, e vem aqui novamente ler o inicio de sua epopéia de sobrevivência. Aqui, Rick não é o homem calejado pelo mundo devastado de The Walking Dead, ele ainda tem esperança de localizar sua família e tentar trazer alguma ordem àquela nova realidade.

O escritor trabalha bem com os personagens que tem em mãos, e com os que ele elimina no meio do caminho, também, transformando a última morte do primeiro volume em um momento de passagem para um mundo mais frio e sombrio.

Infelizmente, o encadernado da Panini, apesar de ser maior em tamanho, não é tão agradável quanto o da HQM. Não há orelhas nas capas e o papel usado é o offset, em oposição ao papel couché de melhor qualidade usada pela antiga editora. O volume ainda conta com uma introdução de Robert Kirkaman e do ator e comediante brasileiro Fernando Caruso.

Um ótimo ponto de partida para os antigos e novos leitores de The Walking Dead, esse encadernado conta com uma história envolvente, sendo uma ótima oportunidade para entender o porquê da série ser tão popular, mesmo amargando temporadas enfadonhas na televisão e a publicação americana se arrastar sem um final claro.

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Fonte: Thiago Ribeiro

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