Tratamento Humanizado -

Clínica Restaurar: uma oportunidade de recuperação para os dependentes químicos em Teresina

O Centro de Reabilitação Restaurar é uma entidade que trabalha com a recuperação de dependentes químicos e pessoas acometidas de outras enfermidades psicológicas e psiquiátricas. A abordagem empregada é mais humana e próxima, estimulando a autorresponsabilidade e o fortalecimento do indivíduo no controle de suas próprias vontades.

Nielsen Moura, 36 anos, é gestor do Centro de Reabilitação Restaurar. Ele apresentou a estrutura para a nossa reportagem enquanto descrevia como funciona o tratamento humanizado da clínica. “Aqui tratamos o físico, o mental e o espiritual. O físico com a administração de medicamentos, quando necessário. Há o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, cuidando da mente. E, por fim, as atividades espirituais que, independente do credo ou da religião, é um suporte muito importante na recuperação da pessoa”, destaca Nielsen.

Foto: 180 ImagensNielsen Moura, conselheiro em dependência química e gestor da Clínica Restaurar
Nielsen Moura, conselheiro em dependência química e gestor da Clínica Restaurar

Há 17 anos o jovem gestor teve, ele próprio, seus problemas com drogas. “Naquela época era um tabu muito grande para as famílias ter um dependente químico dentro de casa. De qualquer forma, também não haviam instituições que tratassem dessa questão em Teresina e minha família me enviou para São Paulo”, relembra Nielsen, destacando que a situação ainda é tabu para as famílias, o que dificulta o tratamento. A negação é uma atitude muito negativa no processo de reabilitação de um usuário de drogas.

Em São Paulo, Nielsen Moura se internou na clínica de Rafael Ilha. O ex-Polegar, de carreira promissora que acabou envolvido em uma série de escândalos no noticiário nacional por causa das drogas. O martírio do artista foi acompanhado por todo o Brasil e, felizmente, sua luta terminou vitoriosa. Aliás, a luta não acaba quando se alcança a desintoxicação. É necessário uma disciplina diária para se manter longe dos químicos.

Foto: NoneNielsen Moura (centro) com o ex-Polegar, Rafael Ilha (direita) e sua esposa Aline
Nielsen Moura (centro) com o ex-Polegar, Rafael Ilha (direita) e sua esposa Aline

Como é comum acontecer com os reabilitados, Rafael Ilha encontrou sua maneira de se manter limpo ajudando outra pessoas a se livrarem dos vícios através de uma clínica montada por ele. O exemplo inspirou Nielsen. Depois de passar uma temporada trabalhando com Rafael em São Paulo, retornou para sua Teresina para implementar um centro de reabilitação e aplicar o que aprendeu em seu próprio processo de afastamento da dependência.

Já são quatro anos de clínica. Aberta em 2017, a instituição já reabilitou cerca de 2.000 dependentes. Além da experiência, Nielsen também fez diversos cursos de conselheiro em dependência química e, hoje, está concluindo um curso de psicologia. “Além da própria vivência, estou agregando todo o suporte teórico. A gente que viveu a situação na pele tem a identificação com o dependente e sabe como lidar melhor com a abstinência dele, o aspecto da tentativa da manipulação e consegue, junto com a técnica, dar uma condução mais eficiente ao processo”, diz Nielsen ao defender o modelo de tratamento do Centro de Reabilitação Restaurar.

Além da dependência química
O dependente químico, hoje, está sujeito a muitas mais enfermidades satélites. Essas comorbidades evoluem pela própria situação desconfortável que a pessoa vivencia em, primeiro, tentar esconder e conciliar com a vida normal. Depois, com o estresse vivido por todos os familiares no esforço que se faz para sair dessa situação para a qual não nos preparamos.

Geralmente, uma rede de mentiras, sumiços e descontrole financeiro cresce e permeia o cotidiano do dependente. Por fim, tanto o dependente quanto a família, vivem uma exaustão e sentimentos nada saudáveis passam a fazer parte da vida dessas pessoas. Síndrome do pânico, burnout, bipolaridade, borderline. Essas são alguns dos agravos que se estabelecem na vida do dependente químico e dificultam, ainda mais, a recuperação do paciente.

“Essas comorbidades precisam ser tratadas com medicamentos. Aqui, acreditamos muito na ciência e o paciente passa por uma anamnese completa para que o tratamento adequado seja aplicado e a recuperação completa aconteça”, destaca Nielsen enfatizando que não basta tratar a mente. Corpo e espírito também devem ser cuidados se um resultado positivo precisa ser alcançado nessa situação.

Foto: 180 ImagensClíica Restaurar tem amplos e bem cuidados espaços, visando o bem-estar dos internos
Clíica Restaurar tem amplos e bem cuidados espaços, visando o bem-estar dos internos

A importância do cuidado espiritual
Sem levantar a bandeira de qualquer religião, todos os dias, acontecem os momentos devocionais em que os residentes se reúnem para a aproximação com o que Nielsen chama de “poder superior”. Nesse momentos são feitas leituras de trechos da Bíblia e há o incentivo para a reflexão interior do paciente.

Outras atividades religiosas ocorrem durante a semana, demonstrando a importância que este pilar exerce no processo de recuperação. Nielsen deixa clara a importância da fé para se alcançar a cura: “Não defendemos nenhuma doutrina, mas fazemos questão de que as atividades devocionais e religiosas aconteçam e esse processo fortalece a pessoa à medida em que ela se conecta ao poder superior”.

A estrutura do Centro
O Centro de Reabilitação Restaurar tem duas unidades em funcionamento e está em processo de conclusão da terceira unidade. A filosofia do tratamento humanizado é refletida nos espaços físicos amplos, com muita área aberta e presença do verde. “É como se fosse um spa, com normas e regras”, diz Nielsen, destacando o bem-estar despertado pelo ambiente da clínica.

Existem consultórios para as sessões psicológicas, psiquiátricas e médicas. Setor administrativo que abriga as atividades de gestão, dormitórios estruturados e ampla área de convivência com diversas opções para lazer como piscina, campo de futebol, churrasco, academia e área para caminhadas.

Sem que precise sair da instituição, o paciente pode exercer uma série de atividades físicas que contribuem para seu bem-estar mental e ter um suporte, de fato, humano para que a recuperação possa acontecer.

Foto: 180 ImagensAs áreas externas da Clínica Restaurar permitem atividades físicas ao ar livre
As áreas externas da Clínica Restaurar permitem atividades físicas ao ar livre

Atende planos de saúde e particular
O tratamento no Centro de Reabilitação Restaurar pode ser acessado por pagamento particular ou através dos principais planos de saúde. Essas diversas modalidades democratizam o acesso ao tratamento desta que já é uma epidemia nacional: a dependência química.

“Atendemos a todos esses convênios e, do portão pra dentro, não fazemos qualquer distinção entre eles. Aqui, todos os pacientes são tratados de maneira igual e buscamos fazer todo o possível para que ele retorne para a sociedade livre da dependência”, esclarece Nielsen Moura, gestor do Centro de Reabilitação Restaurar.

Foto: 180 ImagensA Clínica Restaurar conta com uma moderna ambulância para buscar pacientes em casa
A Clínica Restaurar conta com uma moderna ambulância para buscar pacientes em casa

Ampliação e outras atividades
Uma terceira unidade do Centro de Reabilitação Restaurar está prestes a ser inaugurada. Das duas que estão em funcionamento, uma é de internação voluntária, para onde o paciente que reconhece a necessidade de tratamento se dirige e a outra, compulsória, que atende à portaria do Ministério da Saúde que permite que familiares e responsáveis interditem o dependente químico e o internem mesmo contra a sua vontade.

A terceira unidade, com estrutura ampliada, vai atender a pacientes voluntários e permitir atender à uma demanda que vem crescendo. “Atualmente atendemos a pacientes do Piauí inteiro e muitas pessoas de outros estados vizinhos. Estamos ampliando as estruturas para dar suporte a estes estados, também”, relata Nielsen Moura, gestor da clínica.

Foto: 180 ImagensFachada e estacionamento da unidade de internação compulsória da Clínica Restaurar
Fachada e estacionamento da unidade de internação compulsória da Clínica Restaurar

Êxito e índice de recuperação
Sabemos que não é uma situação nem fácil, nem confortável. Dependência química sujeita o acometido a uma série de situações indesejadas e deixar o vício se mostra muito difícil na quase totalidade dos casos. Por isso mesmo, tratamento com quem entende do assunto e tem experiência é a saída mais indicada.

Foto: 180 ImagensO conselheiro em dependência química, Nielsen Moura e seu sócio, o advogado Dimas Carvalho
O conselheiro em dependência química, Nielsen Moura e seu sócio, o advogado Dimas Carvalho

Sentir vergonha ou fingir que o problema não está acontecendo jamais deve ser a alternativa. O Centro de Reabilitação Restaurar tem provado que é possível recuperar a vida normal e afastar-se das drogas através de um tratamento humano, digno e que acredita no suporte da ciência através de modernos medicamentos e acompanhamento de especialistas em psiquiatria e psicologia sem deixar de lado o aspecto espiritual.

“Na nossa área, o esperado é um índice de recuperação de cerca de 10%. A cada 10 pacientes que se internam, um se recupera de fato. Com a nossa abordagem, temos conseguido recuperar acima dos 30% e estamos sempre buscando formas de sermos mais eficientes na recuperação das vidas das pessoas”, fala com orgulho Nielsen Moura que abraça essa missão de corpo, alma e coração.

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