3 a cada 100 mil habitantes -

Homicídios de mulheres no Brasil: Aumento de 31% em 4 décadas

O aumento da taxa de homicídios de mulheres no Brasilé uma preocupação crescente. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o quinto país do mundo em número de feminicídios. A violência de gênero é um problema global, mas é especialmente grave no Brasil, onde os números são alarmantes.

Vítima de violência.
Vítima de violência.

Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), revelou que a taxa de homicídios de mulheres no Brasil aumentou 31,46% em quase quatro décadas. O estudo, que analisou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/Datasus), apontou que em 1980 a taxa de homicídios de mulheres era de 2,3 por 100 mil habitantes, enquanto em 2016 esse número subiu para 3 por 100 mil habitantes.

A NEV-USP revelou ainda que a maioria das vítimas de homicídio são mulheres negras, jovens e de baixa renda. Em 2016, a taxa de homicídios de mulheres negras era de 5,3 por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de homicídios de mulheres brancas era de 1,8 por 100 mil habitantes. A faixa etária mais vulnerável à violência é a de mulheres entre 20 e 29 anos, com taxa de homicídios.

Além de identificar que a maioria das vítimas de homicídio são mulheres negras, jovens e de baixa renda, a pesquisa também mostrou que a maioria dos agressores são homens, geralmente conhecidos das vítimas. Em 2016, 88% dos casos foram cometidos por pessoas conhecidas, como parceiros, ex-parceiros, familiares ou amigos.

Outro dado preocupante é que, embora a lei Maria da Penha tenha sido criada em 2006 para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, o número de homicídios dentro de casa não tem diminuído. Em 2016, 60% das mulheres vítimas de homicídio foram mortas dentro de casa.

Segundo NEV-USP, as regiões com as maiores taxas de homicídio de mulheres são o Norte e o Nordeste do Brasil, onde as taxas chegam a 4,5 por 100 mil habitantes. Já a região com a menor taxa é o Sudeste, com 2,1 por 100 mil habitantes.

É importante destacar que a violência de gênero é um problema complexo e multifacetado, que envolve questões culturais, sociais, econômicas e políticas. Muitas vezes, as mulheres vítimas de violência doméstica ou feminicídio estão em situação de vulnerabilidade financeira e dependência econômica do agressor, o que pode dificultar sua capacidade de se proteger e buscar ajuda.

Nesses casos, programas de assistência social, como acesso a empréstimos e moradia, são essenciais para garantir a segurança e a independência das mulheres.

Recentemente, o Congresso Nacional esperava um projeto de lei que inclui o feminicídio no rol de crimes hediondos e aumenta a pena para casos de violência doméstica e familiar. Essa medida é um passo importante na luta contra a violência de gênero, mas ainda há muito a ser feito para garantir a segurança e os direitos das mulheres no Brasil.

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