Cajucultura: Região de Picos vai ganhar 'jardins clonais'

Terminou ontem a terceira etapa das capacitações para produção de mudas e manejo na produção de caju, que a regional do Emater de Picos realizou para 160 agricultores familiares. A proposta de produção de mudas em viveiros vai servir para formar sete “jardins clonais” em cerca de um hectare de caju, em cada município da região de Picos, visando à extração do material (garfo e a borbulha) para enxertia.

“Esses jardins vão possibilitar que se tenha material genético de quatro clones de caju, difundindo variedades de clones de caju. A idéia é que, no próximo ano, os agricultores familiares possam escolher uma variedade mais produtiva, ou a que tenha um caju mais aceito na mesa, ou na indústria para produção de cajuína”, explica o engenheiro agrônomo Clébio Coutinho, coordenador do Emater em Picos.

Cada município participou com 20 agricultores familiares onde as capacitações são realizadas em três módulos, num total de 72 horas. “O objetivo é preparar esses agricultores familiares para trabalharem nos projetos do Programa Nacional de Desenvolvimento Territorial (antigo PRONAF Infra-estrutura), que é executado pelo órgão, através de convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Territorial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. As capacitações foram iniciadas com a mandiocultura e agora estão sendo feitas com o caju”, disse Clébio.

Outro trabalho de destaque da regional de Picos, que envolve 24 municípios, foi a conclusão do cadastramento de agricultores familiares no Programa Garantia Safra 2008/2009, em 17 municípios. Segundo Clébio, o esforço da regional conseguiu superar a cota de 15.600 inscrições prevista para aquela região. “Cerca de 20 mil famílias foram cadastradas. Comparando com a cota total de 80 mil para todo o Piauí esse é um dado muito importante”, disse Clébio.

O engenheiro falou que os técnicos em Picos estão fazendo o trabalho de Qualificação dos Créditos do Pronaf C/Custeio para culturas de mandioca, caju, feijão e algodão, previstos no zoneamento daquela região, onde a meta é atender 1.800 famílias. Segundo Clébio, o intituto está indo às comunidades para fazer a extensão rural, levando informações sobre que tipo de documentação cada agricultor precisa estar com ela em mãos para ter acesso ao crédito, além de informar sobre prazos de financiamento e épocas de retornar o crédito.

“Outro trabalho foi o da recuperação do crédito dos agricultores familiares junto aos agentes financeiros. Em vários municípios, o Pronaf encontrava-se com uma taxa de inadimplência muito grande naquela região”, explicou. O Emater de Picos foi parceiro de bancos em cada um dos municípios, ajudando na localização do agricultor, informando os benefícios, tanto na adesão da negociação quanto nos aditivos de prorrogação das dívidas.