Investir em diagnósticos -

Diagnóstico precoce representa melhor forma de combater o câncer, defendem debatedores

Na terça-feira (23/04), durante um debate na Comissão Especial de Combate ao Câncer da Câmara dos Deputados, os participantes concordaram que investir em diagnósticos é fundamental para enfrentar a doença. Roberto de Almeida Gil, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA), ressaltou que, atualmente, a maioria dos casos de câncer no Brasil é detectada em estágios avançados, resultando em menor chance de cura, tratamentos mais dispendiosos e menos eficazes. As informações são da Câmara dos Deputados.

Foto: Bruno Spada / Câmara dos DeputadosWeliton Prado (C)  Fonte: Agência Câmara de Notícias

Ainda conforme o diretor do Inca, atualmente, a indústria farmacêutica produz remédios caros, que vão significar dois ou três meses a mais de vida para o paciente. Com o orçamento limitado do Sistema Único de Saúde, Gil acredita que esses tratamentos de alto custo comprometem investimentos que poderiam estruturar melhor a política de atendimento aos pacientes oncológicos.

“A sustentabilidade do sistema é essencial. Por isso o nosso olhar é direcionado para as fases iniciais da doença, onde a gente pode curar a doença e não torná-la crônica com linhas subsequentes de tratamentos desnecessários”, disse.

Autor do requerimento para a realização da audiência sobre a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, o deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG) apresentou um projeto de lei para aumentar os recursos destinados ao enfrentamento da doença (PLP 65/24). A proposta obriga a União a destinar 4% das verbas da saúde para a oncologia. Estados deverão aplicar um porcentual de 3%, e municípios com mais de 200 mil habitantes, 2%.

“Esse percentual pequeno já seria suficiente para passar de cerca de R$ 4 bilhões de investimento em enfrentamento ao câncer para mais de R$ 13 bilhões. Seria um aumento de quase 200%", disse. O deputado prometeu trabalhar para que a proposta tenha regime de urgência aprovado.

Centros especializados
A presidente da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, Joana Jeker dos Anjos, sugeriu a criação de centros especializados em diagnóstico do câncer.

Segundo ela, hoje o paciente passa por cerca de dez etapas até saber se tem ou não um câncer. “Nós podemos encurtar essas etapas com a criação de centos de diagnóstico, onde a mulher chega com a suspeita de câncer, faz todos os exames, já sai com resultado dos exames e da biópsia".

A medida, segundo Joana, pode fazer com que a paciente tenha acesso ao diagnóstico em até 30 dias e o início do tratamento em até 60 dias, como prevê a Lei 13.896/19.

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