Canadá reabre mercado; carne bovina brasileira volta a conquistar território no Norte da América
O Canadá anunciou a retomada da importação de carne bovina brasileira, permitindo a entrada de carnes frescas desossadas e produtos cárneos processados crus provenientes de estados brasileiros reconhecidos como livres de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Foto: Reprodução/ Agência GovDetalhes da Retomada
A Agência Canadense de Inspeção Alimentar (CFIA) aprovou a atualização do Certificado Sanitário Internacional (CSI), que agora autoriza a exportação de carne bovina das seguintes regiões brasileiras:
Estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia
Municípios: 14 no Mato Grosso e 5 no Amazonas
Esses estados e municípios foram reconhecidos como livres de febre aftosa sem vacinação desde 2021. Atualmente, há 11 estabelecimentos habilitados nesses locais para exportar produtos cárneos bovinos. Em Santa Catarina, que também é reconhecida como livre de febre aftosa sem vacinação, há um único frigorífico habilitado para exportação.
Impacto e Expectativas
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a importância desta retomada para o setor de proteína animal brasileiro. Desde a abertura do mercado canadense em março de 2022, esses estados não estavam autorizados a exportar carne bovina crua devido à exigência de não vacinação dos rebanhos. Com a nova autorização, espera-se um aumento nas exportações para o Canadá.
Para a carne cozida, a exigência de vacinação foi retirada, permitindo que qualquer estabelecimento habilitado, independentemente do estado, possa exportar para o Canadá. Além disso, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, informou que estão trabalhando junto à Embaixada do Brasil no Canadá para remover a exigência de vacinação também para a carne crua.
Dados de Exportação
Em 2023, o Brasil exportou carne bovina no valor de mais de 10,541 bilhões de dólares, totalizando 2,28 milhões de toneladas. O Canadá importou 39 milhões de dólares em carne bovina brasileira, equivalentes a 8.192.380 kg, representando um aumento de 18% em comparação com 2022.
Lei regulamenta identificação de produtos alimentícios artesanais de origem vegetal
Foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (06/09) a Lei 14.963, de 2024, que regulamenta a identificação dos produtos alimentícios artesanais de origem vegetal, "com o objetivo de assegurar a genuinidade e a qualidade desses produtos".
Com a nova lei, a partir de agora esses produtos irão ganhar um selo especial chamado ARTE, que será emitido após autorização dos órgãos de fiscalização sanitária. O selo deverá garantir ao consumidor que a mercadoria comprada é autêntica e de qualidade.
Para receber esse selo, os alimentos precisam seguir uma série de regras, como usar principalmente matérias-primas vegetais, ser feitos com técnicas tradicionais, manter características regionais e garantir boas práticas na produção.
Foto: Pedro França/ Agência SenadoSenadora Tereza CristinaSancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei teve origem no PL 5.516/2020, projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados. No Senado, esse projeto recebeu parecer favorável da senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Durante a análise da matéria no Senado, Tereza Cristina ressaltou que, em síntese, o objetivo da proposta era estender aos produtos alimentícios artesanais de origem vegetal os mesmos benefícios estabelecidos por meio da Lei 13.680, de 2018, aos produtos alimentícios de origem animal.
Abate de bovinos atinge recorde no 2º trimestre de 2024, impulsionado por exportações
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira os resultados das Estatísticas da Produção Pecuária para o segundo trimestre de 2024, revelando um aumento recorde no abate de bovinos. Com um total de 9,96 milhões de cabeças abatidas, o número representa um crescimento de 17,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior e o maior volume já registrado desde o início da série histórica, em 1997.
O significativo aumento no abate de bovinos foi impulsionado tanto pelo mercado interno quanto pelas exportações. Em relação ao 2º trimestre de 2023, houve um acréscimo de 1,48 milhão de cabeças abatidas. O aumento no abate de fêmeas (20,8%) e machos (14,8%) reflete uma tendência de expansão após um período de retenção entre 2019 e 2021, conforme explicou Bernardo Viscardi, supervisor da pesquisa. A redução no preço dos bezerros tem sido um fator crucial para esse crescimento.
Foto: Reprodução/ Agência Gov Licia Rubinstein/Agência IBGE NotíciasO abate de frangos também apresentou alta, com 1,61 bilhão de cabeças abatidas, um aumento de 3,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e o segundo maior volume da série histórica. O abate de suínos cresceu 2,5%, totalizando 14,57 milhões de cabeças, beneficiado por aumentos em 17 das 24 unidades da federação.
A produção de ovos de galinha também bateu recorde, com 1,16 bilhão de dúzias produzidas, marcando um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A alta na produção de ovos é atribuída à demanda constante e aos preços acessíveis no mercado interno.
No entanto, as cheias no Rio Grande do Sul tiveram um impacto negativo significativo, afetando a produção e a logística. O estado registrou uma queda de 40,45 mil cabeças de bovinos abatidas em comparação ao ano anterior e uma redução acentuada no abate de suínos e frangos em maio e junho.
Além disso, a pesquisa revelou que a produção de couro e a aquisição de leite também apresentaram variações significativas. A produção de couro aumentou 16,9%, enquanto a aquisição de leite subiu 0,8% em comparação ao 2º trimestre de 2023, embora tenha registrado uma queda em relação ao trimestre anterior.
Embrapa realiza primeiro dia de campo sobre tecnologias para produção de soja baixo carbono
A Embrapa Soja sediará amanhã, (03/09), o primeiro Dia de Campo sobre Tecnologias para Produção de Soja Baixo Carbono. O evento, que terá início às 8h40 na sede da Embrapa Soja em Londrina (PR), reunirá cerca de 150 participantes, incluindo produtores, técnicos, acadêmicos e profissionais do agronegócio.
A programação começará com a apresentação das diretrizes técnicas para certificação da soja baixo carbono, seguida por uma palestra sobre a integração de boas práticas agrícolas no processo produtivo. Em seguida, a partir das 10h20, os participantes se deslocarão para a Vitrine do Programa Soja Baixo Carbono para acompanhar as estações técnicas que demonstrarão diferentes arranjos de cultivo na entressafra, como milheto, nabo, trigo, milho e braquiária ruzziziense, e suas contribuições para a mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
De acordo com o pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa Soja, o objetivo do Dia de Campo é apresentar resultados sobre as produtividades das culturas, a massa seca produzida e estimar o impacto no acúmulo de carbono. “Temos resultados mostrando que, no Paraná, a introdução da braquiária consorciada com o milho segunda safra resultou em um aumento significativo na produtividade da soja, com uma rentabilidade 11% superior ao sistema padrão da região”, afirmou Debiasi.
Foto: Reprodução/ Agência GovRoberta Carnevalli, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, destacou que a programação incluirá também a apresentação dos benefícios da inoculação e coinoculação em soja e o uso do Manejo Integrado de Pragas (MIP) para uma produção mais sustentável.
O evento faz parte do Programa Soja Baixo Carbono, uma iniciativa da Embrapa Soja em parceria com sete empresas apoiadoras – Bayer, Bunge, Cargill, Coamo, Cocamar, GDM e UPL – que visa agregar valor à soja produzida em sistemas que contribuem para a redução das emissões de GEE.
Programação:
8h30: Abertura: Auditório da Embrapa Soja
8h40: Palestra: Diretrizes técnicas para certificação Soja Baixo Carbono
9h10: Palestra: Integração de boas práticas agrícolas: da teoria à prática
9h40: Coffee break
10h00: Deslocamento para o campo
10h20 às 12h00: Estações técnicas na Vitrine SBC
Estação 1: Modelos de produção diversificados: consórcio milho + forrageiras tropicais
Estação 2: Modelos de produção diversificados: consórcios de coberturas e o papel do trigo
Estação 3: Inoculação e coinoculação na mitigação das emissões de GEE
Estação 4: Manejo integrado de pragas: resultados da 1ª safra
12h10: Encerramento
Local: Embrapa Soja - Rodovia João Carlos Strass, s/n, Acesso Orlando Amaral, Distrito de Warta, Londrina, PR.
Decisão judicial polêmica libera atividades em área de preservação no Piauí
O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) concedeu licença ambiental e certidões de regularidade a fazendas suspeitas de grilagem dentro da Estação Ecológica de Uruçuí-Una, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A decisão, assinada em 15 de agosto, foi tomada em menos de três dias após o pedido de mil páginas chegar ao tribunal, em segredo de justiça, sem ouvir as autoridades ambientais. Com informações do Metrópoles.
A unidade de conservação, localizada em Baixa Grande do Ribeiro (PI), protege a fauna e a flora do Cerrado. A empresa Conesul Administradora dos Cerrados Sul Piauiense, que explora atividades agropecuárias, acionou o TJPI alegando dificuldades impostas pelo governo piauiense para reconhecer a propriedade das terras.
O desembargador José James Gomes Pereira acatou o pedido da Conesul, afirmando que os documentos apresentados comprovaram satisfatoriamente a propriedade. O governo do Piauí criticou a decisão, alegando que a tramitação em segredo de justiça prejudicou o debate legal.
A decisão resultou na liberação de atividades em pelo menos dois imóveis que haviam sido bloqueados judicialmente em 2018 e novamente em abril de 2024. Os imóveis em questão estão localizados em uma área que se sobrepõe à Estação Ecológica Uruçuí-Una, fato que levou o Ministério Público do Piauí a levantar suspeitas de grilagem de terras na região.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que a empresa Conesul foi autuada em 2015 por desmatamento de 2.431 hectares dentro da Estação Ecológica. A multa, no valor de R$ 4,86 milhões, já foi homologada, e o embargo da área permanece até que seja comprovada a recuperação do dano ambiental. O ICMBio ressaltou que não foi notificado sobre a recente decisão do TJPI e reiterou sua posição contrária ao uso indevido de unidades de conservação.
Procurada pela equipe do jornal Metrópoles, a Conesul argumenta que a regularização fundiária desses imóveis rurais é uma demanda judicial de longa data. A empresa alega que o Tribunal Regional Federal já reconheceu o direito dos particulares sobre esses imóveis, permitindo sua exploração rural desde que respeitadas as normas do Código Florestal. A Conesul enfatiza que busca segurança jurídica para a exploração dos imóveis, comprometendo-se com o respeito às regras e a preservação do meio ambiente.
O desembargador José James Gomes Pereira, responsável pela decisão, não se manifestou quando procurado através do TJPI. O tribunal mantém o espaço aberto para eventuais declarações sobre o caso.
Programa vai investir R$ 36 milhões na construção de cisternas no semiárido
O prazo para inscrever propostas no Programa Cisternas, que é executado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) em parceria com a Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), encerra na terça-feira (27/08). As inscrições estão abertas desde o dia (13/08) para a seleção e contratação de entidades privadas sem fins lucrativos e cooperativas de trabalho ou de produção para a implementação de 4.769 cisternas, com investimentos de mais de R$ 36,8 milhões.
Estão sendo selecionadas entidades privadas sem fins lucrativos e/ou cooperativas de trabalho ou de produção para a prestação de serviços à Secretaria da Agricultura Familiar para a implementação de tecnologias sociais de acesso à água. Serão beneficiadas famílias de baixa renda, em situação de vulnerabilidade social, residentes na zona rural de municípios atingidos pela seca ou falta regular de água.
De acordo com o superintendente de Ações de Apoio à Agricultura Familiar da SAF, Clébio Coutinho, o Programa de Cisternas vai auxiliar no combate a escassez de água que acomete muitas famílias na região do semiárido.
Foto: Governo do Piauí“É um projeto importante, que vai contemplar famílias em situação de vulnerabilidade na região de semiárido, onde existe uma carência muito grande de água. Então, vai possibilitar que essas famílias tenham um depósito de água para consumo humano, e vão receber a chamada cisterna de produção. Além dessa, essas famílias vão receber também o recurso do Fomento Rural para apoiar o desenvolvimento de atividades produtivas no entorno dessas cisternas”, disse o gestor.
Serão construídas cisternas em cinco territórios de desenvolvimento do estado. Ao todo, 30 municípios serão contemplados. No total, serão construídas 4.431 cisternas de 16 m³ para consumo humano e 338 cisternas de 52 m³ produção alimentar com serviço de acompanhamento familiar, que atuarão em municípios divididos em oito lotes.
Territórios e municípios que podem ser beneficiados
Chapada das Mangabeiras - Barreiras do Piauí, Currais, Morro Cabeça do Tempo, Gilbués, Redenção do Gurgueia.
Chapada Vale do Itaim - Acauã, Paulistana, Queimada Nova, Jaicós, Simões, Marcolândia e Massapê do Piauí.
Serra da Capivara - Campo Alegre do Fidalgo, Lagoa do Barro do Piauí, Coronel José Dias, São João do Piauí, São Braz do Piauí, Caracol, Guaribas e Dom Inocêncio.
Vale do Canindé - Bela Vista do Piauí, Simplicio Mendes, Isaías Coelho, Campinas do Piauí, Cajazeiras do Piauí, Colônia do Piauí e Oeiras.
Vale do Guaribas - Paquetá, Campo Grande do Piauí e Itainópolis.
João Madison destaca início do programa Piauí + Genética para melhorar qualidade da carne no estado
O deputado estadual João Madison Nogueira (MDB) destacou o início do programa Piauí + Genética, que visa melhorar o padrão genético da carne piauiense através da inseminação artificial gratuita para pequenos e médios produtores de caprinos e ovinos. A cidade de Água Branca foi escolhida como a primeira a receber o programa, implementado pelo Governo do Estado com o apoio da Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária e do deputado João Madison.
Foto: AscomDivulgação“O programa atenderá pequenos produtores com até 100 cabeças de gado, que agora terão a oportunidade de oferecer produtos de melhor qualidade no mercado, tanto na área leiteira quanto na de corte”, explicou o deputado.
O programa, lançado pelo governador Rafael Fonteles, contará com um investimento de R$ 20 milhões na primeira fase e beneficiará 20 mil produtores nos 12 territórios de desenvolvimento do Piauí. Com 22 mil animais já inscritos e uma meta de 26 mil até o final do ano, Madison convocou os Secretários Municipais de Agricultura para ajudar no cadastro e garantir que o benefício chegue aos produtores.
SAF entrega kits de irrigação para agricultores de 36 municípios nesta terça (20)
A Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) vai realizar, nesta terça (20), a entrega de 200 kits de irrigação para agricultores familiares de 36 municípios do Piauí. A entrega vai acontecer no auditório da SAF, localizado na Rua João Cabral, 2319, bairro Pirajá, na zona norte de Teresina, a partir das 9h.
A entrega faz parte do Programa de Valorização da Agricultura Familiar com investimentos de R$ 498 mil. Os recursos foram obtidos por meio de emendas parlamentares da deputada estadual Elisangela Moura.
Os kits de irrigação que serão entregues aos agricultores familiares são do tipo gotejo em baixa pressão de 500 m².
Serão beneficiados os agricultores dos municípios de Água Branca, Altos, Coivaras, José de Freitas, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Olho d’Água do Piauí, Pau D’Arco, Passagem Franca do Piauí, São Gonçalo do Piauí, São Pedro do Piauí, Teresina, Batalha, Porto, Barras, Esperantina, Piripiri, Campo Maior, Sigefredo Pacheco, Arraial, Floriano, Francisco Ayres, Nazaré do Piauí, Pajeú do Piauí, Cristalândia do Piauí, Bom Jesus, São Francisco de Assis do Piauí, Simplício Mendes, Sussuapara, Picos, Valença do Piauí, Francinópolis, Bonfim do Piauí, Luís Correia e Porto Alegre do Piauí.
Presidente ouve demandas e contribuições do MST em reunião na Granja do Torto
Facilitação do acesso ao crédito, regularização da situação de cerca de 100 mil acampados em todo o país, estruturação de cadeias produtivas, educação na reforma agrária e incentivos para a produção de alimentos agroecológicos e saudáveis para a população brasileira. Cerca de 35 integrantes da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros na Granja do Torto, em Brasília.
A intenção era expor a pauta de reivindicações e ouvir dos representantes do Governo Federal os programas e ações que se conectam com os interesses dos integrantes dos movimentos sociais.
"Esse momento de diálogo é importante para promover uma aceleração nos programas públicos para o campo. Queremos alimentos saudáveis na mesa do povo brasileiro. O presidente já conseguiu tirar 24 milhões de pessoas do Mapa da Fome. Ainda temos cerca de 9 milhões, mas metade da sociedade ainda não se alimenta adequadamente porque falta produto bom, de qualidade, saudável, na mesa", afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, lembrando que o MST é parceiro importante na produção de alimentos para o país.
Foto: André Oliveira/ MDSSegundo o ministro, o presidente Lula determinou ao Banco do Brasil e ao Ministério da Fazenda estudos para avaliar a criação de um Desenrola voltado para as questões do campo, além de recursos e créditos voltados para habitação e compra de terras.
De acordo com João Paulo Rodrigues, integrante da direção nacional do MST, o movimento saiu satisfeito por ter uma reunião longa e ouvir do presidente o compromisso de uma segunda reunião de trabalho em 30 a 40 dias para que o governo apresente resposta às pautas apresentadas. Ceres Hadich, da coordenação nacional do MST, reforçou que foi um evento para reafirmar o compromisso com a democracia e com o conceito de que o direito à terra precisa estar entre as prioridades das políticas públicas.
"Foi um evento importante para reafirmar o compromisso, primeiro com a democracia, entendendo que a construção e realização da reforma agrária é parte fundamental desse processo, e reapresentar ao governo a nossa pauta histórica, que tem como pilar o tema do acesso à terra, à regularização das famílias hoje acampadas, que são mais de 100 mil, e também o que diz respeito ao desenvolvimento humano integral", disse Ceres Hadich
Para o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, a conversa é parte do compromisso do Governo Federal de ouvir todas as camadas do movimento social e foi lastreado na tríade da autonomia, na defesa do governo popular e democrático e nas entregas da gestão do presidente Lula, em especial com as políticas retomadas.
Rio Grande do Sul - Parte da conversa tratou ainda da condição específica do MST no Rio Grande do Sul. Ceres Hadich afirmou que o movimento entende a catástrofe como parte de uma crise ambiental mundial. "Pensar a saída é pensar a saída para a crise climática que a gente está enfrentando. Apresentamos uma pauta recortada olhando para o caso específico dos assentamentos. Houve muitos afetados pelas enchentes: estruturas de cooperativas, de agroindústrias, linhas e cadeias produtivas organizadas, como hortifrutigrangeiros e arroz. Houve o comprometimento do governo em acelerar isso e caminhar de mãos dadas", disse.
Com R$ 870 mi investidos, fábrica de fertilizantes é reativada no PR
Nesta quinta-feira (15/08), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do relançamento das operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), subsidiária da Petrobras, que contará com um investimento de R$ 870 milhões para sua reabertura. A unidade havia sido fechada em 2020, e seus funcionários foram demitidos.
No início de julho, 215 ex-empregados da fábrica retornaram ao trabalho, e a expectativa é que, com a reativação, mais de 2 mil novos empregos sejam gerados durante o processo de retomada. Após o reinício da produção, previsto para o segundo semestre de 2025, a fábrica deverá manter cerca de 700 postos de trabalho diretos.
Além disso, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, localizada ao lado da Ansa em Araucária (PR), receberá um investimento de R$ 3,2 bilhões até 2028, o que deve criar 27 mil empregos diretos e indiretos. Esta refinaria é responsável por cerca de 15% do mercado nacional de derivados de petróleo, atendendo principalmente os estados do Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Foto: Ricardo Stuckert/ PR“A gente não está recuperando uma fábrica de fertilizante, a gente não está apenas fazendo um investimento de quase R$ 4 bilhões, a gente está cuidando de recuperar a autoestima desse país, o orgulho do povo brasileiro e o orgulho de a gente ser brasileiro, porque o trabalhador, o que vale para nós, é ter um emprego garantido, ter um salário justo e cuidar da nossa família com respeito”, disse Lula, lamentando a paralisação de investimentos em unidades da Petrobras nos últimos governos.
Mais cedo, em entrevista à Rádio T, do Paraná, Lula destacou a importância da fabricação de fertilizantes no Brasil para reduzir a dependência da importação desses insumos. “Uma fábrica de fertilizante num país que tem um potencial agrícola gigantesco e no estado como o Paraná, que tem uma produção agrícola muito forte, você parar de fazer fábrica de fertilizante para produzir nitrogenados, para produzir ureia, é uma coisa uma coisa impensável”, disse Lula.
“É irresponsabilidade a gente não ter em conta que o Brasil não pode importar 90% dos insumos que nós precisamos, para fazer com que a nossa agricultura seja o potencial que é hoje, então nós estamos recuperando isso”, acrescentou o presidente na entrevista.
Os fertilizantes nitrogenados, como ureia, são largamente usados pelo setor agrícola no país, sendo considerados essenciais para o fornecimento de um ou mais nutrientes para as plantações. A base de produção da ureia é a amônia, extraída, por sua vez, da combinação entre hidrogênio e nitrogênio. O hidrogênio vem do gás natural.
O Brasil consome 8% de toda a produção mundial de fertilizantes, estimada em 55 milhões de toneladas, mas importa 85% do insumo usado pelo agronegócio. A Ansa tem capacidade de produção de 720 mil toneladas de ureia por ano, o que corresponde a 8% do mercado local.
De acordo com a Petrobras, o Plano Estratégico 2024-2028 da companhia contempla, no total, investimentos de R$ 60 bilhões em expansão no parque de refino de petróleo do país e cerca de R$ 6 bilhões em fábricas de fertilizantes.
Lava Jato
Durante seu discurso, Lula se emocionou ao falar do orgulho que sente ao vestir a camisa da Petrobras, que usava no evento. A companhia foi o principal alvo da Operação Lava Jato, que prometia combater a corrupção no setor de petróleo e gás do país nos governos do PT. A operação, entretanto, custou caro à economia brasileira e deixou o desafio da reconstrução dos setores.
“Muitas vezes, eu ficava deprimido e chorava quando eu ficava sabendo de notícia de companheiros trabalhadores da Petrobras que entravam em restaurante para comer ou entrava em bar e, muitas vezes, era chamado de ladrão, porque eles conseguiram criar no imaginário daqueles que não gostam de nós a ideia de que todo mundo na Petrobras era ladrão, inclusive aqueles que eram responsáveis pela grandiosidade da Petrobras, que são os seus trabalhadores”, disse Lula.