Eleições 2018 -

Cobram autocrítica do PT, mas só ele deve fazê-la?

 

O PT está no segundo turno disputando uma acirrada campanha contra o extremista Jair Bolsonaro.

Alguns pedem ao PT uma autocrítica.

Querem que o Partido faça sua própria imulação em três semanas de decisiva campanha.

A autocrítica é pedida ao PT há muito tempo.

Mas, agora, quero eu, fazer algumas perguntas:

De 1964 a 1985 o Brasil viveu sob uma ditadura militar e muitos a apoiaram. Estão vivos. Instituições, pessoas, físicas, pessoas jurídicas (quando você comprar seu próximo gás de cozinha da Ultragaz procure saber que foi Henning Albert Boilesen), e cadê a autocrítica deste povo? Ela foi feita?

Quantas vidas perdidas diretamente por conta de um regime repressor? Quantas vidas ceifadas indiretamente pelo não investimento no povo da Nação?

Esta mesma ditadura foi vivida por milhões de brasileiros de modo silencioso, medroso, brasileiros que não formaram trincheiras de resistência, foram cuidar de seu dia-a-dia mesmo sob a bota do militar. Vem cá, aqui também não precisa autocrítica?

Em 1985 a ditadura foi dada como acabada. Logo veio a primeira eleição direta para presidente após o período ditatorial. Para o segundo turno restaram Fernando Collor de Melo e Lula. Viveu-se um período de fakes news elevada ao cubo – mesmo sem internet naquele tempo. Collor contrata ex-namorada de Lula e ela dá declaração afirmando que Lula quisera o aborto de Lurian, filha do casal. Oh!!!! Escândalo na classe média formada sob o catolicismo – em 1989 a força das lojas de fé pentecostais era inexpressiva.

O Brasil se dividiu em 2. Não foi o PT que dividiu. Mais da metade do país embarcou na onda do Caçador de Marajás. Alertas não faltaram! Lula e a campanha petista mostraram o perigo que seria eleger um “outsider” – esta palavra ainda não era usada para designar pessoas como Collor e Bolsonaro (indivíduo que não pertence a um grupo determinado, que corre por fora). Mesmo com todos os alertas, Collor foi eleito. E o que se viu? Um presidente deposto com 2 anos de mandato. Cadê a autocrítica daqueles que votaram em Fernando Collor de Melo no primeiro e segundo turno de 1989, daqueles que fizeram a campanha do alagoano e botaram em seu carro o adesivo do Collor??

Quem nasceu no fim da ditadura, hoje tem 33 anos, e quem nasceu no ano em que Collor de Melo foi deposto, soma 26. A estes também cobro uma autocrítica. Não estão autorizados a cometer o erro de votar em Bolsonaro, porque não viveram aquele tempo. É preciso conhecer história.

E a história do Brasil está repleta de momentos que precisam de autocrítica. Não é mesmo?

    

   

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