Em fase tuiteira, Renan Calheiros critica Lasier, Moro, Dodge e Dallagnol
Senador reeleito, Renan Calheiros (MDB-AL) tem se destacado ao utilizar as redes sociais para atacar órgãos públicos e políticos. Um alvo frequente do emedebista é seu colega de Casa, senador gaúcho pelo PSD, Lasier Martins.
No último domingo (9.dez.2018), Renan utilizou sua conta no Twitter para defender o médium João de Deus, acusado de abuso sexual e que teve prisão decretada nesta 6ª feira (14.dez). Afirmou que João de Deus não é 1 “Lasier qualquer“.
Continuo em São Paulo, tudo andando bem. Só terça-feira chegarei ao Senado. Antes,uma breve reflexão: O João de Deus deve sim ser investigado. Se for o caso, condenado. Jamais prejulgado, sangrando em vida, porque ele é um patrimônio nosso,da espiritualidade, da cura e da crença.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) December 9, 2018
As desavenças entre os 2 é motivada pelo movimento do senador gaúcho para não permitir que Renan seja eleito presidente do Senado em 2019. Em 27 de novembro, o bate-boca foi parar no plenário. O emedebista afirmou que continua torcendo para que o processo contra Lasier no Conselho de Ética do Senado avance.
“Eu torço para que a proposta do Lasier ande e torço para que ande também a acusação a que ele responde no Conselho de Ética de que agrediu a sua mulher. Eu era presidente do Senado Federal, e a única solidariedade que eu tive, a coerência me obrigava a ter, foi apoiar a sua esposa, principalmente quando ela o expulsou do apartamento funcional do Congresso Nacional, ela contou com a minha total solidariedade“, disse.
LASIER PEDIU VOTO ABERTO PARA COMANDO DO SENADO
Na última 4ª feira (12.dez), Lasier protocolou no STF (Supremo Tribunal Federal) 1 mandado de segurança, com pedido de liminar, para que a eleição para a presidência da Casa tenha voto aberto.
A votação será em fevereiro de 2019, mês em que tem início a próxima legislatura.
No documento (íntegra), o senador gaúcho alega que “a deliberação por voto secreto para a eleição da Mesa do Senado ofende seu direito constitucional líquido e certo ao adequado exercício do mandato parlamentar, pois a Constituição Federal, ao não prever o voto secreto para a hipótese, exige que a votação seja aberta”.
Segundo o congressista, o povo precisa saber com transparência as decisões tomadas por seus representantes.
“A Constituição exige a transparência das decisões do Parlamento também para que haja a possibilidade de controle pelo povo das decisões tomadas por seus representantes”, alega no documento.
A ação teve resposta de Renan, novamente pelo Twitter. O alagoano afirmou que o congressista está “espancando” a Constituição.
“O senador gaúcho Lasier Martins –por sugestão do senador cearense Tasso Jereissati– entra com pedido no STF para impor voto aberto na eleição de presidentes da Câmara e do Senado. Em português claro, é 1 parlamentar espancando a Constituição ao pedir a intervenção de 1 Poder no seu próprio Poder para constranger seus colegas. É assim que a roda gira“, afirmou.
1) Perguntam-me por que entendo que a maior dificuldade do Judiciário no Brasil é que setores da primeira, da segunda instância e do Ministério Público Federal coagem ministros e usurpam competências dos Tribunais Superiores. Respondo:
— Renan Calheiros (@renancalheiros) December 13, 2018
O pedido de Lasier para que o voto seja aberto tem a intenção de inibir senadores de votar em políticos antigos que carregam denúncias. Na semana passada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, incluiu novos e-mails de Marcelo Odebrecht no inquérito que investiga o senador Renan Calheiros e o filho dele, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), por corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo Dodge, as informações contidas nos e-mails mostram “atuação concertada” de Renan e de Romero Jucá (MDB-RR) para beneficiar a empreiteira.
Um dia depois, o emedebista se pronunciou novamente pelas redes sociais. Renan negou as acusações e ainda falou sobre o uso de dados, segundo ele, já desmentidos para acusá-lo sobre o recebimento de propina.
Na nota divulgada, diz que a procuradora-geral não pode permitir que o MPF (Ministério Público Federal) repita a atitude e se refere aos procuradores como “monstros”.
“Pode o MPF continuar vazando o mesmo fato sobejamente desmentido? Que o Gurgel e seu grupo faziam isso, eu já sabia. Que o Janot e sua turma faziam isso, eu já tinha visto. Mas, Raquel Dodge não pode permitir que o MPF, esses monstros, sob sua direção, façam o mesmo“, escreveu o senador.
1. Agora em São Paulo (no Sírio Libanês a 3 dias de concluir o tratamento contra pneumonia). Veja como a banda continua tocando: esses emails da Odebrecht já saíram em vários momentos. Todos os delatores e diretores ouvidos negaram.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) December 7, 2018
SÉRGIO MORO TAMBÉM É ALVO
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública também foi citado pelo senador. Renan Calheiros criticou Sergio Moro por querer criar secretarias na pasta por meio de medidas provisórias ou decreto regulamentar para evitar “conversar com o Legislativo”.
De acordo com o emedebista, decreto regulamentar sem lei é “decreto-lei”, que não existe desde a promulgação da Constituição em 1988.
Agora de casa, vejo com preocupação matéria no UOL dizendo que Moro vai criar secretarias nacionais para delegados por MP ou Decreto Regulamentador, sem conversar com o Legislativo.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) November 26, 2018
Decreto, só quando a MP vira lei. Decreto Regulamentador sem lei é Decreto-lei!
FEZ CRÍTICAS AO REAJUSTE DO STF
O senador também criticou o aumento do salário do judiciário, em especial, da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de Moro e do procurador Deltan Dallagnol.
“Nesta semana, não lembro quem, quis saber o que eu penso do reajuste dos Poderes no final da legislatura. O buraco é bem maior, segui respondendo. Continuam pagando salários de 150, 200, 300 mil reais Brasil afora. A que pretexto? Não importa, eles dizem que é salário. De que fonte, de onde vem o dinheiro? Também não importa, continuei respondendo, até o FUNJURIS serve“, escreveu.
Conforme Renan, a procuradora “não pode ceder ao fétido corporativismo e patrimonialismo de setores do Ministério Público Federal e do Judiciário”. Dodge recorreu da decisão do ministro do STF, Luiz Fux, que revogou o auxílio-moradia de todas as carreiras jurídicas.
O alagoano criticou ainda os benefícios que magistrados recebem, além do auxílio-moradia.
“Na prática, enfatizei, são mais de 20 penduricalhos. Talvez, esse auxílio-moradia para marido, esposa,mesmo tendo casa,seja mais defensável, por exemplo, do que a ajuda para educação que o contribuinte paga aos filhos deles até 25 anos, mesmo que seja apenas para aprender inglês.”
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge (que Janot acusara, lembram, de ser ligada a mim quando eu nem a conhecia), não pode ceder ao fétido corporativismo e patrimonialismo de setores do Ministério Público Federal e do Judiciário.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) December 1, 2018
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