Informação e apoio ajudam a diminuir o medo do parto
Dói muito? E se eu não tiver dilatação? E se não houver tempo para chegar ao hospital? E se o bebê sofrer? Não são poucos os questionamentos que passam pelas cabeças das futuras mamães.
Mais frequente naquelas que se preparam para encarar a viagem pela primeira vez, o medo do parto é algo comum e esperado em quem vai "estrear" em uma das experiências mais marcantes na vida de uma mulher, em especial para quem deseja o do tipo normal ou vaginal.
O problema é que algumas grávidas desenvolvem uma preocupação tão excessiva em relação ao parto, que a gestação, período que deve e merece ser curtido, acaba se transformando em uma fase apreensiva e estressante.
"Em certos casos, esse medo atrapalha a conduta médica e se torna mais importante do que a própria chegada do filho. Há até o risco de desenvolver uma fobia", afirma a ginecologista e obstetra Bárbara Murayama, diretora da clínica paulistana Gergin.
"O obstetra precisa agir com carinho, calma, orientando a mulher a cada momento, trazendo informações, mostrando exemplos. Hoje, a maioria das maternidades tem programa de visitas para que os pais conheçam o espaço onde ficarão. Isso também ajuda no processo de entendimento", diz Bárbara.
O papel do pré-natal
Para evitar receios desnecessários, o primeiro passo é cumprir o pré-natal à risca, pois as consultas oferecem a oportunidade de sanar todas as dúvidas.
"O pré-natal ajuda a mulher a se conhecer e a conhecer todo o processo pelo qual passará. Costumo explicar, por exemplo, que o medo da dor faz com que os músculos fiquem mais tensos no momento do parto. Isso produz uma resposta fisiológica, como mais suor e palpitações. Quanto mais calma a paciente estiver, melhor o seu útero vai funcionar e, consequentemente, a dor será reduzida", declara a ginecologista e obstetra Rosane Rodrigues, de São Paulo.
Quanto mais informação a mulher tiver sobre as contrações, quais sintomas pode sentir, o que deve fazer, onde deve ir, quais procedimentos a que será submetida na maternidade, entre outras, mais segurança e tranquilidade, ela terá.
"Além dos esclarecimentos do médico, a mãe também precisa perguntar muito, buscar informações, ser o mais curiosa que puder", afirma Barbara Murayama.
Filtro
De práticas alternativas, como o uso de florais e massagens a sessões de hidroginástica e ioga, alguns recursos podem contribuir para a mulher se sentir mais segura, tranquila e confiante na hora de ter o bebê, mas, antes de adotar algum, é importante conversar com o obstetra que acompanha a gestação.
Leitura de livros sobre gravidez, participação em grupos de apoio e conversas com outras futuras mães ou mulheres experientes também podem ajudar, mas as especialistas ouvidas nesta reportagem aconselham critério e um certo "filtro" ao ouvir opiniões.
"Cada pessoa assimila as experiências alheias de uma forma. O ideal é que a gestante converse com o obstetra sobre essas histórias para checar se são mito ou verdade", afirma Rosane Rodrigues.
Relatos em blogs e sites também não devem ser levados ao pé da letra. Para a psicóloga Ana Merzel Kernkraut, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, é importante desmitificar o parto, sem abrir mão de uma visão realista sobre o tema.
"Cada mãe é única e tem seu próprio limite de sensações e de dor. E, depois de tudo, normalmente, o relato das mães é de um esquecimento dos momentos difíceis, pois a alegria de ter um bebê é muito maior do que qualquer desconforto momentâneo", diz a psicóloga.
Fonte: Com informações da UOL