• Aperte o cinto. O motorista vai sumir. Calma! Por enquanto somente para veículo de entregas

    Nuro2, veículo autônomo da Nuro
    Nuro2, veículo autônomo da Nuro    Imagem: Divulgação

    A profissão mal nasceu e já tem ameaça nos seus calcanhares. Atenção entregadores de aplicativos: estão chegando os veículos de entrega sem condutores. Isso mesmo, veículos de entrega controlados remotamente.

    Pela primeira vez na história, a Administração Nacional de Segurança no Trânsito (NHTSA) nos Estados Unidos autoriza a implantação de veículos sem condutores para circularem em ruas previamente programadas para fazer entregas para restaurantes, supermercados e outras empresas.

    Fundada por dois ex-engenheiros do Google em 2016, a Nuro pretende por em funcionamento em ruas de bairros nada menos que 5.000 unidades para o serviço de entrega em domicílio. É o Nuro2, um veículo leve para pequenas distâncias e tem previsão para estar circulando nos próximos dois anos.

    O transporte de pessoas sem motorista está bem aí
    Depois dessa, não demora entrarem em cena os veículos de transportes de pessoas sem motoristas. Alguns testes já foram feitos em várias partes do mundo e seguem sendo experimentados, por exemplo em Mountain View, na Califórnia, onde circulam com um motorista a bordo por precaução. A iniciativa é da companhia chinesa DiDi Labs especializada em mobilidade urbana, (dona do 99 Taxi, que opera no Brasil) segundo o site techtudo.com.br.

    Com informações do UOL e TechTudo

  • Os dois mundos de Ribamar, um nordestino sertanejo

    Ribamar, 68 anos, era um sertanejo valente. Não era magro. Era concentrado. Ribamar viveu dois mundos. Esclareço. Lá pelo início dos anos 80, um certo carteiro de Piripiri, Mariano Sousa dos Prazeres, radicado em Teresina resolve buscar suas origens. Se tacou pro Ceará.

    A viagem foi bem diferente de quando, ainda bem jovem, veio sozinho a pé fugindo da seca, pedindo comida onde encontrasse uma casa, até chegar à cidadezinha de Piripiri.

    Era um b-r-ó-bró daqueles. O caso é que Mariano foi bater lá nas suas origens. Eram suas raízes. E suas raízes estavam expostas à seca mais uma vez, tal qual quando arrancou-se do lugar, lá pelos anos de 1930.

    A emoção foi grande. Mariano encontrou Ribamar o sobrinho remanescente vivinho da silva. Mas na maior penúria. Apesar de tudo, como bom cearense, sempre fazendo pilhérias com todos.

    Com o passar das folhas do calendário, estabeleceu-se uma feliz troca de cartas até que Mariano, aos 64 anos, como se diz, fez a passagem em 1984. A corrente se desfez e as cartas cessaram. Este é o mundo inicial de Ribamar.

    Recentemente, inclusive com ajuda das mídias sociais a comunicação foi restabelecida. Para surpresa e felicidade de todos, a situação era bem diferente. O povoado de Ribamar agora tem escolas, motocicletas, internet, e... água!

    Ribamar em seu mundo
    Ribamar em seu mundo    Álbum de família, via Facebook

    Ribamar pode produzir na sua roça e garantir o sustento da família e, inclusive, fazer viagens para visitar os parentes redescobertos em Teresina. O segundo mundo de Ribamar lhe trouxe bons frutos, principalmente de poder ver filhos e netos na escola, “encaminhados” para uma vida melhor.

    Ribamar estava feliz e ainda mais brincalhão. Mas Ribamar pagou um alto preço. Ele também fez a passagem com a vantagem de ter vivido 4 anos a mais que o tio Mariano.

    O novo mundo trouxe suas bonanças e os seus males. Este novo mundo tragou Ribamar. O bravo sertanejo expôs-se, na sua inocência e desinformação, àquelas substâncias para proteger a sua lavoura. Ribamar contraiu dois tipos de cânceres causados pela exposição aos agrotóxicos.

    A imagem de Ribamar vive clara como a de Mariano, bons sujeitos que eram.

    Mas me choca, nesse justo momento, quando leio a notícia sobre a liberação de mais uma série de produtos agrotóxicos considerados tecnicamente “altamente tóxicos”, “muito perigosos” e “perigosos” tanto ao meio ambiente como aos humanos diretamente.

    Os produtos liberados na primeira semana de janeiro de 2019, além de muitos outros já em uso no Brasil, são proibidos nos países desenvolvidos por razões óbvias.

    Fica a pergunta: sendo tão nocivos e proibidos em países desenvolvidos, por que utilizamos aqui?

    Com apalavra, as autoridades e os especialistas.

    P.S.: Esta é uma história verídica. Mariano Sousa era meu pai e Ribamar era seu sobrinho. O local referido é um povoado no Município de Santa Quitéria, no vizinho estado do Ceará.

    Trago uma matéria do jornal espanhol, edição Brasil, com detalhes sobre a liberação dos agrotóxicos.

  • Minha arma, minha vida. Será mesmo?

    Como nação, seguimos sem compreender as causas de violência. Estamos atirando nas consequências sem conseguir enxergar o porque da coisa. Será um tiro ao Álvaro, ao José, ao Antônio... aos manés!

    Ainda nem aprendemos a respeitar as regras do trânsito. Nesse ambiente, é tanta barbaridade, gente furando sinal fechado, passando por cima de canteiro de avenidas... aff! Às vezes, juro, com tanta gente fazendo errado que, ao fazer o certo, penso que eu é que estou errado.

    Tá! A regra não é pra carregar a arma na cintura, estilo velho oeste. No Brasil? Hahahaha! Vão levar, sim, arma no carro, no trânsito... Ai, meu deus!

    Mãos na cabeça, você está sendo iludido! Até hoje, não consigo enxergar medidas que acertem o alvo. Desculpe o tracadalho. Nem nos governos de “esquerda” e nem nos de “direita” volver! Nada! São tiros de festim ou, talvez, tiros pela culatra. Pelo menos assim vejo e os números estão aí pra confirmar.

    Decreto presidencial flexibiliza o uso de armas. Só cortar os galhos não vai resolver. Pode inclusive agravar. Porque não vamos à raiz da violência? Imagino que, com a nova realidade (dura realidade!) as armas não precisarão mais vir de outros países para cair em mão erradas...

    Cadê os especialistas? Não especialistas em violência, mas especialistas em paz. Os fabricantes de armas devem estar festejando. Vamos dar também uma alegria aos fabricantes de tecido levantando a bandeira branca da paz. Bem (ou mal), já somos campeões de mortes com atual número de armas existentes, legais ou ilegais. Então, como acreditar que, com o aumento de armas disponíveis em todo o país, estas mortes diminuirão? Alguém me explique, por favor!

    Com a palavra, os especialistas!

  • Feliz Ano Novo, apesar de nossas velhas ideias e de ainda vivermos como nossos pais

    O que ficou deste ano? Pra mim ficou o paradoxo humano de ser, ao mesmo tempo, tão avançado e tão primitivo a ponto de “editar” os genes de um embrião para que nasça uma geração imune ao vírus da Aids, como fez o cientista chinês He Jiankui, embora assombrando companheiros de profissão do mundo todo. Mas, como humanos, podemos ser um príncipe árabe que manda matar e esquartejar um jornalista que virou inimigo. E tudo com gravações testemunhais.

    Podemos reinventar as comunicações, substituindo a poderosa televisão por um contato mais direto entre mensagem e receptor, como as mídias sociais, onde o receptor também pode expressar sua opinião, apesar das evidentes manipulações.

    Podemos curar pessoas sendo um João de Deus e, ao mesmo tempo, esconder um demônio durante décadas, até sua espetacular morte midiática ante centenas de mulheres abusadas e um país atônito.

    Podemos prender o presidente mais querido pelo povo e manter no cargo até o fim o mais desprezado entre seus antecessores. Podemos encarcerar alguns corruptos e continuarmos assaltando o dinheiro público em cada um dos mais de 5 mil municípios do nosso país.

    Podemos eleger a valente Marielle vereadora da cidade maravilhosa e assassiná-la a tiros em uma esquina qualquer...

    Podemos ter sido um Obama e, logo a seguir, ser um Trump...

    Podemos matar pelo petróleo, invadir países, dizimar populações. Mas podemos ser Médicos Sem Fronteiras, limpando o rastro de sangue deixado pela ganância e pela violência.

    Somos norte-americanos dominando o mundo pelo comércio ou pela força e morremos pelos incêndios generalizados e, mês depois, morrer soterrados pela neve.

    Podemos produzir o alimento em escala, mas seguimos morrendo de fome como populações abandonadas ao redor do planeta.

    "Retirantes" de Cândido Portinari, 1944    Foto: Google

    Podemos construir uma empresa de 1 trilhão de Dólares vendendo computadores e smartphones e sermos miseráveis sem acesso à comida e à água, condições mínimas da vida humana.

    Podemos ir a Marte ou montar uma estação espacial e, ao mesmo tempo, vivermos à míngua em completo isolamento longe dos olhos dos governos.

    Podemos construir qualquer coisa que sonharmos e, em seguida, destruir meio mundo.

    Eis o nosso paradoxo mais que exposto em 2018.

    Resta-me acreditar que nos tornaremos maioria os que desejamos construir, já que encontramos na “democracia” a forma menos pior de convivermos com todas as nossas gritantes diferenças. 

    Feliz 2019.

  • O desprezo que temos pelas árvores e pelo verde na “cidade verde”

    Gosto de sombra e água gelada. Sou daqueles que, mesmo à noite, procura uma árvore para estacionar o carro à sombra. É o hábito. Em algumas avenidas da capital, ao parar no sinal vermelho, paro na sombra, se tiver uma, nem que fique gente buzinando atrás. É muito calor.

    Gosto  do verde. Estou sempre falando verde. Fico verde quando vejo a devastação das nossas árvores, que acontecem tão frequentemente. Minto?

    Empresas construtoras e governos locais, ao iniciarem uma obra, na maioria das vezes, preferem derrubar tudo. Conjuntos habitacionais populares, condomínios e muitos loteamentos parecem desertos. Já presenciei um arquiteto mandar cortar as árvores para que o desenho da fachada pudesse aparecer! Pensei que estava brincando. No dia seguinte, estava lá sua fachada espelhada e o... deserto! Cruzes! Tem coração não! Meus óculos escuros, por favor!

    Bem recente, aqui na capital, cruzamento da avenida Nossa Senhora de Fátima com avenida Jockey, houve uma peleja de uma motosserra com dois angicos brancos gigantescos. Teve “denúncia” nas mídias sociais e até o prefeito criança juntou-se à corrente humana virtual, dizendo-se também ser prefeito verde e que tinha produzido o blog com nome “Angico Branco”. É! Na época, Um angico escapou, mas o outro virou lenha.

    Eis que, passados uns dois anos, a obra seguiu e o segundo angico sangrou na motosserra. Deserto! Ôrre, diacho! Não sei se houve compensação ou acordo com os poderes públicos. Mas isso não interessa. Interessa, sim, o triste fato de que desprezamos as árvores, o verde, criando uma cidade menos confortável.

    Obra na Av N. S. de Fátima com av. Jockey, Teresina 
    Obra na Av N. S. de Fátima com av. Jockey, Teresina     Foto: Gualberto de Sousa

    Trago a imagem. Mas trago outra imagem de um grande condomínio, na zona leste de Teresina, em que o projeto preservou uma gigantesca árvore, que cito como exemplo. Ficou muito lindo.

    Árvore preservada na av. Lindolfo Monteiro, Teresina
    Árvore preservada na av. Lindolfo Monteiro, Teresina    Foto; Google

    Esse desprezo pelo verde é cultural. Mas a preservação e ampliação das áreas verdes deve ser assunto em sala de aula, desde os primeiros anos do ensino fundamental. Deve ser motivo de campanhas permanentes.

    Temos que desenvolver mais amor e cuidado pelas árvores para que tenhamos uma ambiente mais confortável. Mas esse amor não vai brotar por conta própria, feito capim nas sarjetas da cidade ou a chanana, aquela florzinha amarela, que insiste em florir nossos caminhos e nós insistimos em destruí-la.

    A chanana nasce espontaneamente, mas a desprezamos 
    A chanana nasce espontaneamente, mas a desprezamos     Foto: Gualberto de Sousa

    Deve ser política pública. Temos o 21 de setembro, dia da árvore como ponto de partida que hoje não passa de uma formalidade no calendário.

    Com a palavra os senhores prefeitos.

  • Deus não existe e Stephen morreu mas não vai pro céu nem com reza brava

    Fica combinado assim. Toda terça-feira passo por aqui para levar um lero com você. Não quero me prender a um tema. Quero ficar solto que nem macaco, pulando de galho em galho. Não quero chamar de crônica, é muita responsabilidade. Chame como quiser, mas chame. Rsrsrsrs.

    Este é um tempo muito doido. Tanta coisa mudando toda hora...! Não dá pra acompanhar tudo, mas vamos surfando nessa nuvem que é a nossa vida hoje. As velhas certezas foram pro espaço. É! Por isso, vá se acostumando... mas não tanto. Talvez isso que falo hoje não valha mais nada amanhã.

    Acabo de ler uma matéria no El País sobre edição de DNA e a geração de duas garotas geneticamente modificadas... Isso mesmo! Um cientista chinês, o senhor He Jiankui, editou as bruguelas e garante que elas são imunes ao vírus da AIDS. O mundo científico pirou assombrado, agora, imagina eu. Penso logo em mutações de filme de ficção. Meninas chinesas geneticamente editadas e invisíveis entrando na Casa Branca pela porta da frente para infernizar o doido do Trump.

    Fazer piada com coisa séria? Sério? E o que é sério neste nosso mundo? Fala sério! Nada disso. Vou apenas dar o meu pitaco tentando não ser chato e um sabe-tudo como os caras do Manhatan Conection. Deus me livre! Ah! Mas Deus não existe. Assim falou Stephen Hawking em seu livro publicado depois de sua morte. Este não vai pro céu. E agora? Agora, nada! Vamos em frente. Uns com Deus e outros sem. Bora!

    O caso da falência das duas maiores livrarias do país é coisa para um livro. Falo sobre a Cultura e a Saraiva. Sintomático! Precisamos ir lá comprar uns livros para tentar entender o que tá rolando no mundo das livrarias. Assuntos como este fazem parte deste mundo em metamorfose e são estes temas, às vezes, assustadores que me chamam a escrever. 

    É muita coisa pra deixar passar em branco. Fica o convite para às terças neste mesmo local. Um abraço. Obrigado.

     

    P.S.: Estamos todos nas nuvens, nossos arquivos, nossas vidas. Nuvens mudam a todo instante e estamos lá. Daí o nome do blog.

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