• Homicídios de mulheres no Brasil: Aumento de 31% em 4 décadas

    O aumento da taxa de homicídios de mulheres no Brasilé uma preocupação crescente. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o quinto país do mundo em número de feminicídios. A violência de gênero é um problema global, mas é especialmente grave no Brasil, onde os números são alarmantes.

    Vítima de violência.
    Vítima de violência.

    Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), revelou que a taxa de homicídios de mulheres no Brasil aumentou 31,46% em quase quatro décadas. O estudo, que analisou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/Datasus), apontou que em 1980 a taxa de homicídios de mulheres era de 2,3 por 100 mil habitantes, enquanto em 2016 esse número subiu para 3 por 100 mil habitantes.

    A NEV-USP revelou ainda que a maioria das vítimas de homicídio são mulheres negras, jovens e de baixa renda. Em 2016, a taxa de homicídios de mulheres negras era de 5,3 por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de homicídios de mulheres brancas era de 1,8 por 100 mil habitantes. A faixa etária mais vulnerável à violência é a de mulheres entre 20 e 29 anos, com taxa de homicídios.

    Além de identificar que a maioria das vítimas de homicídio são mulheres negras, jovens e de baixa renda, a pesquisa também mostrou que a maioria dos agressores são homens, geralmente conhecidos das vítimas. Em 2016, 88% dos casos foram cometidos por pessoas conhecidas, como parceiros, ex-parceiros, familiares ou amigos.

    Outro dado preocupante é que, embora a lei Maria da Penha tenha sido criada em 2006 para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, o número de homicídios dentro de casa não tem diminuído. Em 2016, 60% das mulheres vítimas de homicídio foram mortas dentro de casa.

    Segundo NEV-USP, as regiões com as maiores taxas de homicídio de mulheres são o Norte e o Nordeste do Brasil, onde as taxas chegam a 4,5 por 100 mil habitantes. Já a região com a menor taxa é o Sudeste, com 2,1 por 100 mil habitantes.

    É importante destacar que a violência de gênero é um problema complexo e multifacetado, que envolve questões culturais, sociais, econômicas e políticas. Muitas vezes, as mulheres vítimas de violência doméstica ou feminicídio estão em situação de vulnerabilidade financeira e dependência econômica do agressor, o que pode dificultar sua capacidade de se proteger e buscar ajuda.

    Nesses casos, programas de assistência social, como acesso a empréstimos e moradia, são essenciais para garantir a segurança e a independência das mulheres.

    Recentemente, o Congresso Nacional esperava um projeto de lei que inclui o feminicídio no rol de crimes hediondos e aumenta a pena para casos de violência doméstica e familiar. Essa medida é um passo importante na luta contra a violência de gênero, mas ainda há muito a ser feito para garantir a segurança e os direitos das mulheres no Brasil.

  • Com quem preciso falar?

    Por Moyses Barjud*

    ​Certa vez escutei de um crítico ao governo do Estado do Piauí que somente existiram grandes feitos na gestão de Alberto Silva. Tomei a liberdade de discordar de forma fundamentada, para não “futebolizar” o assunto. À parte os méritos e deméritos de Wellington Dias, que de um e de outro são vários, assim como Alberto Silva deixou um importante legado em obras estruturantes, a atual gestão petista conseguiu virar uma página negra da história do Piauí ao implantar o seu programa fundiário. Feito difícil, tanto que nos últimos 50 anos (desde o final da década de 70, para ser mais preciso) todos os governantes estaduais, incluindo os próprios Alberto Silva e Wellington Dias (em mandatos anteriores), tentaram e não lograram êxito: ou o programa era muito restrito e experimental, ou inaplicável.

    ​O atual regramento fundiário, composto por uma lei ordinária, uma lei complementar e uma emenda constitucional, mostrou a que veio ao, em menos de um ano, suplantar antigos imbróglios, como do Assentamento Santa Clara, em Canto Buriti, e da Serra do Quilombo, em Bom Jesus. Propositadamente escolhi um exemplo relacionado à agricultura familiar e outro ao agronegócio, mostrando que o programa não só é célere e eficiente (muitos produtores daqueles locais já estão com seus títulos e matrículas regularizadas nas mãos), como também é extensivo e inclusivo, amparando a todos, desde que tenha direito.

    ​Alcançar esse feito não foi fácil. Aliás, se fosse, Mão Santa teria conseguido, em vez de meter os pés pelas mãos e quase inviabilizar a produção na Serra do Quilombo. Tudo foi muito estudado e dialogado. Conversou-se - e de muitas reuniões participei como membro do Conselho Consultivo da Aprosoja e do Núcleo de Regularização Fundiária da Corregedoria Geral de Justiça do Piauí - com representantes da agricultura familiar, do agronegócio, da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, do Governo do Estado por suas pastas Interpi, Secretarias de Fazenda, Agronegócio, Agricultura Familiar e Meio Ambiente, Tribunal de Justiça, Vara Agrária, Ministério Público, Deputados, Prefeitos, Vereadores, Associação de Advogados Agraristas e, principalmente, da Corregedoria Geral de Justiça, onde os estudos centralizaram-se e de onde partiram os projetos para aprovação na ALEPI. Até grileiros foram ouvidos com o propósito de saber o que eles não queriam que constasse nas leis para exatamente aquilo ser colocado.

    ​Maturado e implementado, o programa avançou de forma rápida. Com a segurança jurídica, novos investimentos estão chegando e, como eles, negócios, construções, obras, divisas, empregos e tudo o mais que permite enxergar o desenvolvimento com a mesma certeza com que enxergávamos Alberto Silva construindo a Transpiauí.

    ​A investida regularizatória enfrenta agora um de seus maiores e misteriosos desafios: a situação imobiliária do município de Baixa Grande do Ribeiro, aquele pequeno município de pouco mais de 10 mil habitantes que tem um dos maiores PIBs do Piauí. Apesar de quase toda a área do município estar inserida em uma matrícula pública estadual (matrícula 254 do Cartório de Ribeiro Gonçalves), o que a princípio facilitaria as coisas, têm surgido ali empecilhos ao prosseguimento dos levantamentos necessários para a identificação de limites e ocupantes, situação dominial individualizada e origem real.

    ​Mas como diria aquele amigo otimista: vai dar certo! Talvez o time envolvido na peleia ainda não tenha acertado a pessoa certa com quem falar. Já se tentou o Interpi, mas lá tudo gira de forma organizada, séria e eficiente. Não é lá o problema. Muito pelo contrário. De igual forma, o Tribunal de Justiça, a CGJ e a vice-CGJ. Todos uníssonos: a segurança jurídica é necessária e só se alcança nos exatos limites da legalidade, sem ideologias. É o que se busca, então também não é ali que está o problema. Falando com o Governador do Estado, de igual forma não se identifica ali a fonte dos empecilhos para as coisas avançarem e terem um desfecho em Baixa Grande do Ribeiro. Com quem precisam falar?

    ​Pensou-se em consultar a Comissão de Direito Registral e Notarial da OAB/PI no fito de ouvir uma opinião abalizada sobre onde se estaria errando na condução dos trabalhos regularizatórios da matrícula 254 naquele município (que engloba tanto a zona rural quanto urbana). Entretanto, refletindo sobre isso se chega à conclusão de que não é crível que uma lei tão discutida necessite de uma consultoria jurídica para ter o seu efetivo cumprimento.

    ​Se todas as cabeças estão em sintonia, estaria o problema em algum dos braços, alguma das abóboras que precisamos carregar? Aquele pequeno município de pouco mais de 10 mil habitantes merece permanecer entre os maiores PIBs do Piauí e auferir os louros que a segurança jurídica traz consigo. Os entes envolvidos na regularização fundiária estão – e permanecerão – mobilizados no sentido de encontrar o melhor caminho para que isso seja possível e, apesar de ainda se perguntarem com quem é preciso falar, no fundo sabem que as vezes é numa trombada que as abóboras se ajeitam.

    *Moyses Barjud é ex-Presidente da Aprosoja/PI

  • Lugares inesquecíveis e o início da pandemia na Europa

    Nasci em Brasília, onde passei minha infância e adolescência. Morei um tempo em Parnaíba e depois em Teresina, onde terminei o curso de filosofia na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Fiz doutorado em Sociologia na Universidade de Brasília e me tornei professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em Mossoró. Em 2019, consegui uma licença para realizar uma pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Évora, em Portugal. O plano inicial era ficar em Portugal de dezembro de 2019 até junho de 2020. Vou contar aqui como foi a experiência de viver o antes e o durante a pandemia do coronavírus em Portugal.

    Cheguei em Lisboa no início de dezembro de 2019. Logo em seguida iniciei minhas atividades de pesquisa na Universidade de Évora. Minha intenção era realizar um estudo comparativo sobre as políticas de diversidade cultural na educação no Brasil e em Portugal.

       Guilherme Paiva Carvalho

    Évora é uma cidade linda, com muita história, localizada na região do Alentejo. Portugal se divide em regiões autônomas e o Alentejo fica situado no centro-sul do país. Em Évora há monumentos históricos como o Templo romano, a Sé Catedral, a Igreja de São Francisco, o Palácio de Dom Manuel e a Capela dos Ossos. Sempre movimentada com turísticas vindos da Europa e de várias regiões do mundo, na cidade se encontra a Universidade de Évora, uma das mais antigas da Europa, com colégios e faculdades espalhados pelo centro histórico e em vilas, como o Polo da Mitra em Valverde.

       Guilherme Paiva Carvalho

    Além de atrações turísticas aos arredores da cidade, como o Cromeleque dos Almedres, no Alto de São Bento, que data do século IV antes de Cristo, ou a praia fluvial de Monsaraz e outros pontos turísticos, Évora fica bem próxima da Espanha. Praticamente 100 km de distância separam Évora de Badajoz, cidade localizada na região da Estremadura, na Espanha.

    Comecei minha pesquisa em dezembro. Meu plano era visitar escolas da região do Alentejo em fevereiro e março. Minha família me acompanhou na viagem até o início de fevereiro de 2020. Aproveitamos as festas de fim de ano para conhecer a Espanha. Passamos por Mérida, Ronda, Sevilha e Zafra. No natal nos encontramos com amigos e amigas do Brasil em Lisboa. Depois fomos passar o ano novo em Mérida. Quando chegamos vimos a cidade toda enfeitada para as festas de fim de ano.

        Guilherme Paiva Carvalho

    Os lugares que visitamos no final do ano em Portugal e na Espanha estavam movimentados, repletos de vida, com muitos turistas andando nas ruas. Alguns dias antes do ano novo, me lembro de ter visto uma reportagem na televisão em Mérida sobre casos de coronavírus em Wuhan, na China. Aquele problema de saúde parecia bem distante de onde estávamos. Mesmo com as notícias da epidemia na China durante o mês de janeiro, achei que seria algo parecido com outros surtos epidêmicos, como a gripe aviária (vírus Influenza). Na minha imaginação, o vírus seria contido na China.

    O setor do turismo em Portugal e na Espanha, assim como em outros países da Europa, tem grande importância na economia. Com um movimento constante em bares, restaurantes, lojas, museus, centros históricos, pessoas vindas de várias regiões do mundo circulavam pelas cidades que visitamos. Em Lisboa, Évora, Mérida e Sevilha, fiquei impressionado com o tanto de gente caminhando nas ruas, sentados nos bares e restaurantes. Além de bares, lojas e restaurantes, o turismo movimenta o setor hoteleiro e o aluguel de imóveis por temporada por aplicativos, sem falar nas empresas aéreas. O aeroporto de Lisboa estava lotado quando chegamos. Gosto muito de assistir as notícias nas emissoras locais e lembro de uma reportagem que discutia a criação de um novo aeroporto de Lisboa. A matéria dizia que o atual aeroporto estava esgotado. Não imaginava que alguns meses depois ia ver aquele aeroporto praticamente vazio.

        Guilherme Paiva Carvalho

    Depois das festas de fim de ano, continuei com as atividades do meu pós-doutorado na Universidade de Évora. Em janeiro, participei de um evento da Universidade na cidade de Idanha-a-Nova, uma linda vila do interior de Portugal, que fica no distrito de Castelo Branco. No início de fevereiro estive em Lisboa novamente para uma reunião com o grupo de estudo do supervisor do meu pós-doutorado na Universidade de Évora, o sociólogo José Resende. Aproveitei para acompanhar minha família até o aeroporto e me despedir. Com a família de volta para o Brasil, retornei sozinho para o trabalho em Évora.

    Durante a semana, eu passava o dia trabalhando no Palácio do Vimioso, onde fica o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade de Évora. Da janela eu avistava um bar ao lado do Palácio onde estudantes se aglomeravam todos os dias da semana. O Templo romano fica bem próximo do Palácio e eu adorava tomar um cappuccino no pôr do sol em um quiosque que fica na frente do Templo, contemplando a vista e o movimento da cidade.

        Guilherme Paiva Carvalho

    As noites de sexta e sábado eram movimentadas na cidade. Um dos primeiros bares que conheci em Évora foi o Molhó Bico. Nas sextas e nos sábados sempre tinha música ao vivo, às vezes com violão e voz, em outras ocasiões com grupos musicais com guitarra, baixo e bateria. É um bar dedicado ao rock com fotos de várias bandas, desde o Pink Floyd, Rolling Stones até o Queen, Jimi Hendrix, The Doors e Janis Joplin. Bem perto da minha casa ficava o Aqui Há Gato, outro bar intimista com cartazes antigos de publicidade do início do século XX.

    Em fevereiro chegou a notícia sobre o primeiro caso de coronavírus na Itália. O vírus já havia saído da China. Ninguém tinha noção do que aconteceria dali em diante. Mesmo assim, apesar de ter chegado na Europa, fiquei pensando: — bom, a Itália está   distante daqui. Achei também que conseguiriam conter a propagação do vírus. Na verdade, não sabia do que se tratava. Talvez ninguém soubesse que seria tão devastadora a sua passagem por ali. Tanto é que o prefeito de Milão, naquele momento, chegou a compartilhar uma campanha com o slogan: “Milão não para”. Afinal, no final de fevereiro a Itália tinha pouco mais do que 500 casos e 14 mortes por causa do coronavírus. Continuei com minhas atividades de pesquisa, achando que aquele problema não chegaria onde eu estava.

        Guilherme Paiva Carvalho

     

  • Proximidade e inclusão: a força da democratização de uma marca

    A recente inauguração de um restaurante em Cidade Tiradentes, bairro localizado na zona leste de São Paulo, teve uma boa repercussão entre seus moradores, mas trouxe, principalmente, um valor reputacional importantíssimo para a nossa marca, já que a região abriga cerca de 190 mil pessoas. Até o ano passado, nosso ponto de venda mais próximo ficava a 45 minutos de distância, considerando o percurso de 13 quilômetros até o Shopping Metrô Itaquera feito em transporte público. A chegada da marca ao bairro gerou mais de 50 vagas para os jovens da região. Pode parecer pouco, mas para essas pessoas que hoje não precisam gastar horas no transporte para trabalhar, é algo que traz uma melhoria de vida. Para quem tinha #FomedeMc, é entretenimento e alimentação mais perto. É criar proximidade. É democratizar. É criar oportunidade. O mesmo ocorre em Lajeado, cidade situada a 112 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde a abertura de um restaurante também ofertou 50 vagas de emprego e levou uma nova opção de lazer às famílias da região.

    Essa visão de estar mais próximo dos nossos diversos públicos acontece no Brasil e também em várias outras regiões onde a Arcos Dorados opera a marca McDonald´s. Há alguns dias, a abertura de um restaurante no bairro Padre Mugica, mais conhecido como Villa 31, a favela mais antiga de Buenos Aires, foi um outro exemplo de que chegar onde nossos consumidores estão e gerar emprego para as pessoas que vivem ali, importa. É trabalhar pela inclusão. É trazer valor para a região, reforçando a ideia de que se os famosos arcos dourados chegaram lá, é porque o local é importante. Por lá, serão 100 empregos gerados para os jovens da comunidade.

    Esses são apenas alguns exemplos de um termômetro que nos guia hoje e nossas ações em direção ao futuro. Tenho convicção de que nosso papel como empresa é fundamental para inspirar transformações sociais. Levar conforto e conveniência a quem se encontra mais distante dos fluxos tradicionais e já consolidados é uma visão não apenas de proximidade com o cliente, mas de negócio. Como executivo, não posso deixar isso de lado e muito menos deixar de sentir muito orgulho por liderar uma empresa que usa a sua escala para o bem.

    Nossa empresa investe na contratação e capacitação de jovens profissionais, sendo este um dos principais pilares que guiam a companhia. Atualmente, tenho orgulho de dizer que contamos com um quadro de funcionários composto por 90% de pessoas com até 25 anos de idade, para quem oferecemos empregos formais e oportunidades de carreira. E queremos seguir nos aproximando cada vez mais dos nossos clientes, sejam eles do Méqui 1000 ou da Cidade Tiradentes. Afinal, o McDonald´s é um lugar aberto a todos. Essa é a força da democratização da nossa marca.

    *Paulo Camargo é presidente da Divisão Brasil da Arcos Dorados, maior franquia independente do McDonald’s no mundo

  • Fábio Sérvio defende Moro e procuradores após vazamentos; confira a carta

    Imagino o peso da responsabilidade que está sob os ombros de cada um dos integrantes da operação Lava Jato. Somente nos momentos a sós deve ser possível mensurar a dimensão do apoio de milhares de brasileiros ao trabalho realizado por magistrados, procuradores e policiais federais. Não que esse momento possa representar solidão para cada um de vocês. Saibam, é impossível ficar sozinho diante de milhões que estão ao seu lado.

    Senhores e senhoras, nos momentos de silêncio, observem, ainda é possível ouvir o eco da voz da sociedade brasileira que nos últimos anos clamou por justiça diante de toda a corrupção que tomou conta do país. E não estou falando dos gritos nas ruas, que foram importantes, falo sim das conversas dentro dos lares, escritórios e até bares nos rincões mais distantes deste gigante Brasil.

    A recém reportagem do site Intercept os acusam de interferir nas eleições de 2018. Pois bem, não acredito nesta possibilidade. Não creio que Bolsonaro tenha sido eleito por causa de decisões judiciais do então juiz Sérgio Moro. Não pode ter havido interferência. Mas saibam, houve inspiração. E se isso for crime, vocês são culpados. Culpados de demonstrar a um país cansado e descrente que é possível combater a corrupção e levar à cadeia figuras poderosas. Culpados de demonstrar que no serviço público existem pessoas dispostas a fazer sacrifícios em nome do Brasil. Culpados de devolver ao povo o protagonismo político de fazer um filho da pátria mãe gentil ter coragem de não fugir à luta.

    Se esses foram seus erros, carreguem essa culpa de peito aberto. A Lava Jato foi, e é, a operação que lavou a alma desta nação. Orgulhem-se do trabalho feito, das noites de sono perdidas, da ausência da família. Seus nomes foram escritos, não na história, mas na memória de milhões de brasileiros. Nenhuma honraria, condecoração, medalha ou diploma pode ser uma homenagem mais significativa a:

    Agentes e delegados anônimos da Polícia Federal
    Deltan Martinazzo Dallagnol
    Alexandre Jabur
    Athayde Ribeiro Costa
    Felipe D´Elia Camargo
    Isabel Cristina Groba Vieira
    Jerusa Burmann Viecili
    Juliana de Azevedo Santa Rosa Câmara
    Júlio Carlos Motta Noronha
    Laura Tessler
    Marcelo Ribeiro Oliveira 
    Orlando Martello Junior
    Paulo Roberto Galvão
    Roberson Henrique Pozzobon
    Antônio Carlos Welter
    Januário Paludo
    Andrey Borges de Mendonça
    Carlos Fernando dos Santos Lima
    Diogo Castor de Mattos
    Aurea Maria Etelvina Nogueira Lustosa Pierre (procuradora natural)
    Francisco de Assis Vieira Sanseverino
    Jose Adonis Callou de Araujo Sa
    Marcelo Antônio Muscogliati
    Nivio de Freitas Silva Filho
    Antônio Carlos Fonseca da Silva
    Maria Caetana Cintra Santos
    Eduardo Ribeiro Gomes El Hage (Coordenador)
    Fabiana Schneider
    Felipe Almeida Bogado Leite
    José Augusto Simões Vagos
    Leonardo Cardoso de Freitas
    Marisa Varotto Ferrari
    Rafael Antonio Barretto dos Santos
    Rodrigo Timóteo da Costa
    Sérgio Luiz Pinel Dias
    Stanley Valeriano da Silva
    Luiz Felipe Hoffmann Sanzi
    Maria Emília Corrêa da Costa Dick (Coordenadora)
    Carlos Augusto da Silva Cazarré
    Ana Luisa Chiodelli von Mengden
    Mauricio Gotardo Gerum
    Adriano Augusto Silvestrin Guedes
    Adriana Scordamaglia
    Ana Cristina Bandeira Lins
    Anamara Osório Silva
    André Lopes Lasmar
    Daniel de Resende Salgado
    Guilherme Rocha Göpfert
    Janice Agostinho Barreto Ascari
    Lucio Mauro Carloni Fleury Curado
    Luís Eduardo Marrocos de Araújo
    Thaméa Danelon
    Thiago Lacerda Nobre (Coordenador)
    Andrea Bayão Pereira Freire
    Carlos Alberto Gomes de Aguiar (Coordenador)
    Mônica Campos de Ré
    Neide Cardoso de Oliveira
    Rogério José Bento Soares do Nascimento
    Silvana Batini Cesar Góes
    Sérgio Moro

    De um brasileiro, que por causa de vocês, acredita na Justiça.

  • Confira o artigo 'Espécie em extinção'; o trabalho braçal está quase desaparecendo

    Por Almir Pazzianotto Pinto
    Publicado originalmente no Diário do Poder

    Profissões e ofícios surgem e desaparecem como resultado de avanços tecnológicos e científicos. Tentar proteger empregos arcaicos, contra a força do conhecimento, é tolice, mas figura no rol dos direitos e garantias fundamentais, como se lê no art. 7º, XXVII, da Constituição.

    Ao folhearmos jornais e revistas das décadas de 1950, 1960 e 1970, encontraremos ofertas de cursos de datilografia, arquivista, torneiro mecânico, desenhista industrial, linotipista. Quem os concluísse capacitava-se a preencher emprego bem remunerado.

    A indústria automobilística, que conheci quando advogava para sindicatos de metalúrgicos, oferecia oportunidades de empregos a milhares de candidatos vindos das mais diferentes regiões do País. Muitos eram semianalfabetos, cuja aprendizagem se daria na linha de montagem. Entre funcionários ligados à administração, e operários com macacões sujos de óleo e graxa, as diferenças faziam-se sentir dos sanitários aos refeitórios.

    A moderna montadora de veículos não guarda semelhança com os velhos barracões de fábricas. Milhares de trabalhadores deram lugar a robôs incansáveis e precisos, e a reduzido grupo de técnicos qualificados. O chão da fábrica tornou-se limpo, quase não há ruído, o ar é respirável. O lado ruim da informatização consiste no desemprego, catástrofe que faz mais de 150 milhões de vítimas no mundo e algo em torno de 13,5 milhões no Brasil. São os redundantes ou desalentados que, após meses de inúteis tentativas de recolocação, perderam as esperanças e passaram a sobreviver de bicos, se pejotizaram (palavra não dicionarizada), ou foram para o uber, como derradeiro esforço de readaptação.

    O trabalho braçal quase desapareceu. Trata-se de espécie em extinção

    Tal qual sucede no setor industrial, a agricultura e o agronegócio alcançaram expressivos índices de produtividade com a mecanização e exclusão de trabalhadores. Fazendas de café e engenhos de açúcar mantinham colônias de moradores que davam conta de muitos alqueires de terra, plantando, cultivando e colhendo café e cana de açúcar, com enxadas, foices, arados, sulcadeiras, grades de tração animal e a força de braços. Era conhecida a figura do trabalhador volante ou boia-fria, contratado às centenas por ocasião das safras anuais. Prestavam serviços quatro ou cinco meses, e retornavam aos locais de origem com dinheiro no bolso.

    Hoje, o que se observa na zona rural, são tratores, carregadeiras, plantadoras, fertilizadoras, colheitadeiras, carretas e aviões destinados à pulverização de defensivos. Há experiências com drones, para controle de pragas ou contagem do gado. O trabalho braçal quase desapareceu. Trata-se de espécie em extinção. Os custos da mão de obra e os riscos de acidentes incentivam a mecanização. A informatização integrou-se à vida rural com eficiência idêntica à demonstrada na empresa privada e no serviço público. O computador marca presença nas fábricas de etanol e açúcar, de óleo, de algodão, torrefações de café e produtoras de papel, da mesma maneira como se fez indispensável em agências bancárias, escritórios e órgãos públicos.

    Somos privilegiadas testemunhas de acontecimentos que modificarão a história da humanidade. Alguns sociólogos sonham com utópica sociedade dominada pelo ócio. Para a falta de ocupação o remédio consistiria em colocar homens e mulheres numa espécie de vadiagem forçada, subsidiada com recursos públicos. As horas de trabalho diário seriam limitadas a duas ou três, sem prejuízo do salário.  É ilusão acreditar que seremos vítimas dessa utopia social e econômica. O ser humano adquire dignidade quando trabalha e produz. “O valor moral de um ser não depende dos dons naturais que recebeu de início, e sim do que ele faz deles: não da natureza, e sim da liberdade”, ou “da valorização do trabalho”, escreveu Luc Ferry, filósofo e Ministro da Educação da França (A Tentação do Cristianismo, Ed. Objetiva, RJ, 2011).

    Não consigo imaginar a existência consagrada à inutilidade. A primeira Revolução Industrial, deflagrada com a invenção da caldeira a vapor no século XVIII, causou pânico ao proletariado miserável. Imaginava-se que as primeiras máquinas de fiar e de tecer seriam exterminadoras do emprego. Não foi o que aconteceu. Há 300 anos, porém, persiste a disputa entre máquinas, cada vez mais inteligentes, e homens e mulheres em busca de ocupação digna e remunerada.

    O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes estão empenhados na reforma da Previdência Social. A tarefa relevante e urgente consiste, porém, na eliminação de vergonhosa fila de 13,5 milhões de desempregados. A qualquer momento poderá se converter em manifestações de rua, engrossadas por estudantes sob o comando da oposição.

    Almir Pazzianotto Pinto, advogado, foi Ministro do Trabalho e presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Autor do livro 30 Anos de Crise 1988-2018.      

  • Em artigo, Fernando Said critica "politização barata" diante de tragédias em Teresina

    O secretário de Comunicação de Teresina, Fernando Said, compartilhou nas redes sociais, nesta quarta-feira (10), um texto comentando a postura de muitos políticos diante da situação pela qual passa a cidade de Teresina, com enchentes e alagamentos. Fala do alarde diante da oferta de ajuda às famílias desabrigadas e reclama da "politização barata" em situações como essa.

    Uma Reflexão necessária 

    Deputados andam alardeando a destinação de 300 mil reais de emendas parlamentares para Teresina.

    Isto parece muito mais um ato demagógico, do que um ato de solidariedade e de efetiva ajuda à cidade de Teresina.

    1. O volume de recursos para emendas destinados aos deputados é muito grande. Vários deputados destinarem R$ 300 mil é quase uma piada.

    2. A título de comparação, R$ 300 mil não dão para construir sequer quatro casas no padrão popular, como as do Parque Rodoviário.

    Imagine construir galeria ou fazer alguma obra de drenagem que custam muito dinheiro.

    Qualquer doação, por mais simples ou mesmo de pouco valor é importante e tem seu significado. Até um abraço.

    3. Cabe a pergunta: qual deputado já destinou recursos anteriormente para tal fim? Quando? Quanto? Reconhecemos que fazer isto somente agora também é bom, mesmo neste pequeno valor, mas não deveria ser usado para se promover politicamente, soa demagógico, um ato de hipocrisia e de baixo nível de aproveitamento político.

    4. Fazer crítica que tenha fundamento, conteúdo e racionalidade contra a administração municipal é legítimo, justo e é necessário que sejam aceitas e acolhidas.

    Agora aproveitar este momento para fazer crítica com cunho meramente político, desprovidas de autenticidade e de conhecimento , especialmente vindas de quem nem sequer conhece os bairros e vilas da cidade de Teresina e nada sabem sobre a administração municipal, é mero exercício de politização barata, de algo que precisa ser encarado com respeito e seriedade.

    5. Todos os gestos de solidariedade e críticas tem que ser entendidos e acolhidos, mas é impossível não repudiar gestos de aproveitamento político num momento como o que estamos vivendo. 

    6. O ato de destinação de emendas dos deputados (de recursos que são nossos, originados dos pagamentos de nossos tributos) poderia ter um valor bem mais significativo. Mesmo assim, a atitude é bem vinda, a forma de externar o gesto é que é tosca e despropositada.

    Cidadão Teresinense
    Fernando Said

  • Parque Nacional Serra da Capivara – o outro lado da história

    Criado em 5 de junho de 1979, pelo decreto no 83.548, na macrorregião de São Raimundo Nonato, o Parque Nacional Serra da Capivara fez conhecido, para o Piauí, o Brasil e o mundo, o limiar da história do homem, na América. Não só isso, proporcionou e proporciona, de forma singular, a preservação da flora, fauna, sítios arqueológicos e pinturas rupestres, existentes em seu território.

    Não obstante, há um outro lado desta história que talvez o Piauí, o Brasil e o mundo não conheçam, qual seja: com a criação do citado parque, dezenas de famílias, que foram alcançadas por seus limites, especialmente nos município de Coronel José Dias e João Costa, foram expropriadas e obrigadas a saírem de suas casas e propriedades, sem a prévia indenização. diga-se, dos expropriados, muitos já faleceram em decorrência de doenças adquiridas ou agravadas pela angustia e sofrimento por terem sido, de forma impiedosa, expulsos de suas propriedades, repiso, sem as respectivas indenizações. os ainda vivos, a maioria com mais de 80 anos de idade, sofrem de sérios problemas de saúde, alguns moram de favor em casa de parentes e passam por dificuldades extremas, pois, até hoje ainda não receberam as indenizações que lhes são devidas, embora tenham buscado, à exaustão, recebê-las.

    Dito isto, no momento em que o Parque Nacional Serra da Capivara alcança o ápice do sucesso, com a inauguração do museu da natureza, faz-se imperioso que as autoridades competentes, em especial, a direção regional do Instituto Chico Mendes - ICMBio, no Estado do Piauí, viabilizem, com a urgência que o caso requer, o pagamento das indenizações devidas aos expropriados em razão da criação do mencionado parque, em especial, daqueles com propriedades nos municípios de Coronel José Dias e João Costa, a fim de que tenham, também, uma feliz história!

    Euclides Rodrigues Mendes é advogado, especialista em Direito Penal e natural de Coronel José Dias.

  • 'Natal Campo Maior, uma linda lembrança para todos', veja o artigo de Devan Eugênio

    Neste dia 17 de dezembro faz um ano do acendimento das luzes do Natal Campo Maior. Não tenho como negar, aquele dia e os que se seguiram marcaram minha vida. Pelas expressões de surpresa e felicidade que pude ver nos rostos daqueles que visitaram a Vila, tenho certeza de que ficou na memória de todos.

    Devan Eugênio com crianças de Campo Maior
    Devan Eugênio com crianças de Campo Maior 

    Depois de inúmeras viagens para Gramado-RS, São Paulo e Minas Gerais de uma grande equipe aprendendo, planejando e trabalhando arduamente, conseguimos fazer aquilo que sonhamos e prometemos: “o Natal mais lindo de todo o Piauí”. Após a festa, produzimos uma bela revista para que todos pudessem guardar aquelas imagens entre suas boas lembranças.

    Posso afirmar que o Piauí olhou para Campo Maior naqueles 21 dias com alegria e respeito, porém, muitos me acusaram de fazer o Natal por motivações políticas. E daí? O que importa é que, no final das contas, ficou o impacto causado por uma grande festa popular, bonita, bem organizada e gratuita em que todos, sem distinção de qualquer tipo, puderam participar.

    Um ano depois, tenho sido abordado por um bom número pessoas que me perguntam “cadê o Natal? Não vai ter?” Por isso, me sinto na obrigação de estar aqui tentando responder.

    Não! Não faremos o Natal. Saí de uma eleição em que ficou clara a preferência dos campo maiorenses por Paulo Martins. Deixo para ele a obrigação de responder a esta preferência com as realizações que o povo precisa. Afinal, é ele que possui influência nos poderes públicos, porque detém cargos no Governo do Estado, bem como tem seu sucessor na Prefeitura de Campo Maior.

    O Natal não era apenas o Natal mas, sim, um ponto de partida para melhorar a vida do povo de minha cidade. Por isso, seguirei humildemente com meu trabalho, procurando estar próximo daqueles que mais precisam e ficando bem atento aos acontecimentos em nossa cidade que parece estar ficando para trás na questão do desenvolvimento, saúde, emprego, água, etc., etc.,

    Conto com a compreensão de todos. Obrigado.

    VEJA A COBERTURA DO NATAL CAMPO MAIOR

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  • A importância da implantação das paradas climatizadas na Frei Serafim, por Ênio Moita

    É injustificável o interesse de 'alguns' em querer dificultar o projeto de implantação das paradas de ônibus climatizadas, em que mantem o real patrimônio arbóreo do canteiro central da avenida Frei Serafim! Devemos lembrar que, ao longo dos anos, o canteiro central já passou por 04  intervenções anteriores, sem alterar o patrimônio arbóreo.

    O Projeto segue os padrões implantados em todas as outras capitais brasileiras contempladas com o BRT, que centraliza as faixas exclusivas em canteiros centrais, melhorando em tudo: o conforto e o espaço para os 50 mil usuários por dia daquele corredor. Vale lembrar que, estes mesmos equipamentos, se permanecerem" exprimidos", nas calçadas laterais (vide Hiper), ainda esconderiam o real patrimônio que temos na Frei Serafim, que são os palacetes em estilo "Art Déco e ecléticos" ao longo dessa histórica avenida. 

     

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