Sexo e poder definem rumos -

No Piauí, Secretários dividem tempo entre gestão pública e suas ‘novinhas’

Petrus Evelyn

Nos bastidores do poder, em rodas de conversas com pessoas próximas de políticos influentes do Piauí, um dos assuntos mais discutidos nos últimos dias são os relacionamentos amorosos entre seis secretários do Governo do Estado com jovens moças – nas discussões, entre uma cerveja e outra, os termos utilizados são os pejorativos os “velhos políticos” e suas namoradas “novinhas”. O assunto só chega a ser preocupação para alguns porque muitos desses secretários estão ficando vislumbrados demais com suas “novinhas” e estão esquecendo das suas responsabilidades políticas.

O que há de errado nesses relacionamentos? Moralmente, absolutamente nada. São senhores e jovens maiores de idade e que podem fazer o que quiserem de suas vidas privadas. Mas, enquanto profissionais que detém poder sobre a vida de milhares de pessoas que dependem que seus trabalhos sejam realizados de maneira concentrada, focada e com alta produtividade – aí sim podemos nos preocupar.

O escritor irlandês Oscar Wilde já dizia que “Tudo no mundo é sobre sexo, exceto o sexo. Sexo é sobre poder”. O que ele queria dizer, dado o contexto de sua época, mas que pode perfeitamente ser trazido aos nossos tempos – e que, Sigmund Freud, através da psicanálise, iria confirmar em seguida – é que as pessoas, de um forma ou de outra, estão em busca de sexo em todas as pequenas variáveis do dia a dia, principalmente aquelas que detém o poder, já que poder é o principal agente possibilitador de sexo.

Segundo pesquisa da psicóloga Dana Unger et al, da Universidade de Mannehin, na Alemanha, o envolvimento amoroso, especialmente com pessoas de idades muito diferentes, pode afetar drasticamente na produtividade de um profissional, fazendo com que ocorra, entre outras coisas “queda na produtividade, diminuição do foco e aumento do estresse no trabalho”. Isso ocorre por conta por diversos fatores, mas principalmente por conta da incompatibilidade entre interesses em relacionamentos de pessoas de faixa etária muito grande, gerando atritos entre os casais.

O que foi descoberto pela pesquisa é algo que qualquer pessoa com um pouco de bom senso pode concluir sozinha: as moças jovens, assim como os rapazes jovens, preferem baladas, fazer viagens, curtir os prazeres rápidos da vida, ainda mais se estiverem na presença de alguém que possa lhes oferecer o que há de melhor – como secretários de Governo com altos salários. Enquanto que, do outro lado, as pessoas mais velhas buscam em relacionamentos com outras mais novas a experiência de revivenciar a juventude. E é aí que reside a incompatibilidade.

Há de se falar, no entanto, que não se está discutindo aqui as dificuldades que os casais terão em suas vidas amorosas, a grande questão é: a incompatibilidade de interesses e vontades entre ambos, que pode terminar em eventuais discussões constantes e estresses emocionais, pode ser também uma incompatibilidade entre cargos de grande interesse público com uma vida pessoal agitada de quem se relaciona com jovens?
Sabe-se que nem todas as áreas do Governo vão bem – e algumas delas, vão muito mal! Sabe-se, também, que nos dias de hoje existe um pretexto automático para tudo: é a crise, é a crise, é a crise! Tudo é a sobre a crise – exceto a própria crise, esta é sobre a incompetência de quem a deixou acontecer.

E, afinal, até quando sexo e poder definirão os destinos de nosso Estado? Oscar Wilde diria que para sempre.

Fonte: None

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