Delação da Odebrecht -

Delação revela estratégia para manter influência de Lula nas eleições - 2018

O ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, contou aos procuradores da Operação Lava Jato em delação que uma espécie de conta que a empresa mantinha em nome do ex-presidente Lula (PT) tinha o objetivo de manter o petista influente depois que saísse da Presidência da República.

As informações foram publicadas nesta sexta-feira (23) pelo jornal Folha de S.Paulo. Lula deixou a Presidência da República em 2010, com grande aprovação popular. A expectativa do esquema com a Odebrecht, segundo a delação, era de que o petista continuasse a ter relevância no cenário político, o que de fato ocorreu.

Prova disso é que, mesmo depois de todas as denúncias contra o petista, Lula continua sendo o candidato que se destaca nas pesquisas de intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018.

De acordo com Marcelo Odebrecht e outros funcionários da empreiteira, foi criada uma "conta" financiada pela área da empresa denominada Setor de Operações Estruturadas, a responsável pelo pagamento de propinas e de caixa dois.

A conta era gerenciada pelo ex-ministro Antonio Palocci, preso desde setembro. Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci que também chegou a ficar preso em Curitiba, é apontado como um dos encarregados de transportar o dinheiro em espécie que abastecia a "conta".

A "conta", que foi batizada de "amigo" – termo usado pelos funcionários da empresa para se referirem a Lula devido à relação dele com Emílio Odebrecht, dono do grupo e pai de Marcelo –, foi usada para financiar, segundo o jornal, projetos como a compra de um terreno em São Paulo, que seria usado para abrigar a sede do Instituto Lula.

Outro meio de consolidar a influência do petista, segundo os delatores, foi o financiamento de campanhas de líderes de esquerda latino-americanos em países onde a empreiteira tem atuação.
A tal "conta" teria sido usada para pagar R$ 5,3 milhões ao marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha que elegeu Maurício Funes, presidente de El Salvador em março de 2009. O valor teria sido descontado do caixa dedicado a Lula, com a sua autorização.

Instituto Lula nega acusações

Em resposta às acusações, o Instituto Lula disse que o ex-presidente jamais solicitou qualquer vantagem indevida e que mais de 20 testemunhas em depoimentos em Curitiba, incluindo os principais delatores da Lava Jato, não apontaram envolvimento do petista em contratos ou desvios da Petrobras.

"Repudiamos atribuições de intenções ou interpretações referentes ao ex-presidente Lula feitas de forma leviana pelo vazamento ilegal de versões de suspostas delações que são sigilosas", afirma em nota.

Fonte: com informações do IG

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