Muitas galerias comerciais novas em Teresina tem lojas ainda sem o primeiro aluguel

Doze mil reais. Este é o valor médio do aluguel de um imóvel comercial na zona do cruzamento das avenidas Nossa Senhora de Fátima e Dom Severino, em Teresina no Piauí. Não é de espantar, nesse momento em que a clientela está desaparecendo, que muitos empreendimentos estejam entregando os pontos.

Era uma situação bem previsível. Esses aluguéis estratosféricos e injustificáveis de Teresina ajudam a dificultar a operação de qualquer tipo de negócio.

Estamos em um momento de revolução nos negócios em todo o mundo. Quer comprar pneus? Vai na internet! É cerveja? São eletrônicos? Pode ser qualquer coisa…! Vai na internet!

Na semana passada, o Banco Itaú anunciou a sequência em seu plano de redução das agências físicas, substituindo-as pelas digitais. Em 2008, quando fundiu-se com o Unibanco, o Itaú, que já havia embarcado de corpo e alma nessa onda, tinha 26% de suas operações no digital, enquanto as agências físicas respondiam por 74%. No ano de 2013, empatou. Para 2016, o banco projeta o quadro de 2008 invertido. Ou seja, os canais digitais responderão por 75% de todas as suas operações.

Mesmo tendo aberto, recentemente, uma agência de tijolo na região na avenida Dom Severino, o Itaú planeja seguir fechando agências físicas. Segundo as previsões do presidente, Roberto Setúbral, em evento com acionistas dias atrás, o número de agências de tijolo poderá ser reduzido para a metade do que existe hoje, em dez anos.

A direção do banco avalia os altos custos de uma agência física e a substitui por uma digital, que atende o cliente das sete da manhã à meia noite.

Se um gigante foge do peso de uma agência física, imagine o que não passa um pequeno empreendedor para arcar com os altos custos de um aluguel, por exemplo.

Voltemos ao quente cenário local. O boom imobiliário teresinense (já falei disso anteriormente aqui no Drops de Marketing) dá sinais claros de estagnação. Muitas galerias de novas lojas foram construídas. Mesmo com a grande oferta, os preços cobrados pelos aluguéis continuam exageradamente elevados. Como resultado, esse é apenas um dos fatores, podemos ver facilmente muitas lojas que, não suportando a situação, fecharam as portas.

Está lá o aviso, por toda parte: aluga-se. Não são poucos. Um número razoável de novas lojas sequer conseguiram o primeiro aluguel.

A conjuntura requer cuidados redobrados ao se cogitar abrir uma loja física. É claro que não é o fim do tijolo, mas há que se pensar que quanto mais digital, menos caro e mais dentro dessa nova perspectiva que abrange todos os setores de nossas vidas, o negócio estará.

O digital não é somente uma onda. É um mar inteiro. Portanto, navegar no digital é preciso! E, se vamos entrar nesse mar, é bom levarmos botes e salva-vidas, pois tudo ainda é muito novo e desconhecido.