Saúde -

Médico que optou pelo interior sugere como levar colegas para municípios

Para começar, uma correção: o Dr. Raimundinho Santana faz 25 anos de exercício da medicina em Corrente e não 30, como informei ontem. Os 30 anos são de sua formatura. Tentei contatá-lo ontem, pela manhã, pelo telefone, mas ele estava fazendo atendimento na zona rural de Corrente, pelo Programa de Saúde da Família. À tarde, quando apareceu sinal em seu celular, conversamos.

Raimundinho Santana disse que foi dentro do antigo Pronto-Socorro do Hospital Getúlio Vargas que decidiu ir para o interior. “Vi muito paciente chegando com problema simples, agravado pela viagem. Problema que poderia ser resolvido no interior mesmo, se houvesse um médico lá. Se a melhor lição é o exemplo, então decidi tomar o caminho do interior, mesmo tendo nascido e me criado em Teresina”, explicou.

Confiado nessa premissa, Raimundinho Santana lançou ontem o Movimento de Incentivo à Interiorização dos Profissionais de Saúde. Ele acredita que a campanha tem tudo para dar certo. “Ninguém leva médico para o interior na marra, se a vocação não estiver em seu interior. É um equívoco o que o governo está tentando fazer”.

Por isso, ele declarou-se contra a Medida Provisória baixada pelo governo para levar 10 mil médicos para o interior do Brasil. “A intenção é boa, mas será mais um fiasco, infelizmente. O que cabe ao governo é incentivar os que são vocacionados e despertar vocação. Na força, não vai conseguir interiorizar a medicina”, avisa.

Raimundinho Santana disse que, além da motivação pessoal, o profissional de saúde precisa contar com no mínimo três requisitos básicos para trocar a cidade grande pelos pequenos municípios do interior: garantias legais no emprego; condições mínimas de trabalho nos hospitais e plano de cargos e salários.

O médico garantiu que se tivesse que tomar hoje a mesma decisão de 25 anos atrás faria tudo novamente, com o mesmo entusiasmo: “O Sul do Piauí é um imenso potencial, em todas as áreas, para a geração atual e as futuras. É uma região promissora. Até eu, que não administro direito nem minha língua nem meu juízo, dei certo por aqui”.

Fonte: (Diário do Povo)

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