180graus fez os cálculos -

Polo de gás pode gerar R$ 12 bi de investimento em apenas 5 anos

A economia do Piauí deve receber uma poderosa injeção de investimentos nos próximos cinco anos, em razão do leilão dos lotes para exploração de gás e petróleo no Estado. Tomando-se exemplos do que aconteceu em outros estados, o valor investido provavelmente será superior a R$ 12 bilhões. Somados a outros investimentos previstos para o estado - em áreas como agroindústria e mineração -, a economia piauiense pode ter um aporte de pelo menos R$ 25 bilhões. Esse valor corresponde ao atual PIB do Estado.

O cálculo foi projetado por uma equipe de assessores técnicos (economistas e administradores) a pedido da reportagem do 180graus. Chega-se aos R$ 12 bilhões com a soma de investimento direto, construção de gasoduto e infraestrutura complementar. As seis empresas que arremataram os 14 lotes devem promover uma injeção superior a R$ 5 bilhões. Em uma situação semelhante, e atuando em apenas 8 lotes, a OGX de Eike Batista já investiu no Maranhão em apenas três anos o equivalente a R$ 2,7 bilhões na exploração direta dos lotes. Como no Piauí são 14 lotes, os investimentos serão quase o dobro. Na foto o governador Wilson Martins (PSB) e o secretário de Minas Edson Ferreira (PSD) mostram quais são esses lotes.

Outro investimento que praticamente se torna obrigatório com a exploração dos lotes no Estado é a construção do gasoduto que vai ligar os polos de gás do Piauí e Maranhão a Teresina, São Luis e Fortaleza. Somente entre a região de Floriano e Fortaleza, passando por Teresina, o gasoduto deverá ter uma extensão de cerca de 900 km. Para se ter uma ideia, o gasoduto de 660 km que está sendo construído pela Petrobrás no estado do Amazonas tem um investimento da ordem de R$ 4,5 bilhões. Como as condições geográficas aqui são mais favoráveis, o valor deve ser equivalente, apesar da extensão ser quase 50% maior.

O reforço de infraestrutura complementar e a instalação de empresas satélites devem somar outros R$ 2 bilhões, podendo mesmo chegar a R$ 3 bi. Nessa conta, a maior fatia diz respeito à chegada de empresas, já que o Piauí hoje conta com boa infraestrutura de estradas e energia. Além disso, a Transnordestina ficará pronta até o final de 2014 e a navegabilidade do Parnaíba está em fase de levantamento técnico.

INVESTIMENTOS GLOBAIS PASSAM DE R$ 25 BI
Os investimentos no polo petroquímico que deverá surgir no Piauí nos próximos cinco anos terão importante papel na transformação da economia piauiense. Mas não serão os únicos: outros R$ 13 bilhões deverão ser injetados somente pelos empreendimentos incentivados pelo governo do estado. Somando-se aos R$ 12 bi do polo petroquímico, a soma chega a R$ 25 bilhões. Essa é uma estimativa conservadora, reconhece o secretário de Fazenda, Silvano Alencar. "Pode ser bem mais. Eu acredito que vai ser um valor bem maior". Ele lembra que há contratos já fechados e diversos investimentos em negociação, inclusive com empresas que iniciaram as conversações em abril, após a visita do governador Wilson Martins à Europa.

Dos investimentos já consolidados, R$ 2,5 bilhões serão provenientes de apenas três empresas do setor agroindustrial: a Terracal (R$ 1,5 bilhão), a Tomazzini (R$ 600 milhões) e a Canel (R$ 400 milhões). A parte de infraestrutura social e produtiva - onde o próprio governo é o principal investidor - vai possibilitar outros R$ 5 bilhões. Fazem parte dessa conta investimentos como barragens (só Milagres e Castelo somam meio bilhão de Reais), porto, ferrovia, hospitais, obras de mobilidade urbana e estradas. A atração de diversos investimentos já assegurados ou em negociação vão aportar mais R$ 5 bilhões. "Também é outra conta conservadora. O próprio polo petroquímico vai atrair novos investimentos", diz Silvano Alencar. Nesses novos negócios, estão previstas plantas industriais na grande Teresina, empresas voltadas para a exportação na ZPE e o complexo,portuário de Luís Correia, que deve movimentar mais de R$ 1 bi.

Fonte: None

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