Baixos orçamentos -

Comissões da Verdade se multiplicam sem avançar investigações

A Prefeitura de São Paulo decidiu criar sua própria Comissão da Verdade para apurar violações aos direitos humanos durante a ditadura militar (1964-85). Será mais uma entre as quase cem comissões que já funcionam no país --ao menos 75 grupos atuam em 21 Estados, segundo a Comissão Nacional da Verdade.

Em muitos desses comitês, porém, seus próprios integrantes reconhecem a dificuldade para esclarecer crimes. Seja por baixos orçamentos, falta de dedicação exclusiva de seus membros ou limitações impostas ao trabalho, os grupos que se espalham pelo país se notabilizam por reciclar assuntos já conhecidos, sem de fato contribuir com esclarecimentos sobre o período.

São comissões em funcionamento em Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, universidades e até institutos ambientais. Em muitos casos, o objetivo assumido é um só: ganhar os holofotes.

Para historiadores, como o professor Carlos Fico (UFRJ), esses locais não têm conseguido avançar em termos de solucionar casos do período, apontar responsabilidades por mortes e localizar desaparecidos políticos.

Apesar das dificuldades, Fico afirma ser positivo o surgimento de comitês com foco delimitado. "Mesmo que essas comissões locais não tenham desempenho muito visível, e não temos visto resultado dessas comissões, elas poderão, quem sabe, trazer resultados mais específicos."

Fonte: Com informações de Folha de S. Paulo

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