Blocão do Véim foi dividido -

Guerra dos 'blocões': um é dos ricos e o outro de gente com muito poder

O termo ‘Blocão’ utilizada pelo PSDB no segundo turno das Eleições de 2012 em Teresina, para definir a chapa formado pelo ex-prefeito de Teresina, Elmano Ferrer, com o apoio de partidos como PTB, PMDB, PSB, PT, PCdoB, PV, volta a ser usado em 2014. Mas diferente do que ocorreu naquele ano, quando o candidato do PSDB, Firmino Filho, enfrentou praticamente sozinho o grupo do 'Véim', este ano o Piauí assistirá ao duelo de dois poderosos blocões.

De um lado está o chamado ‘Blocão dos Ricos’ representado pela chapa formada pelos três senadores do estado. Esse grupo é liderado pelo senador Wellington Dias (PT), que contará com o apoio de João Vicente Claudino (PTB) e Ciro Nogueira (PP), ambos de famílias tradicionais e com patrimônios invejáveis. Do outro lado está o poderoso 'Blocão dos Médicos', por ter três médicos encabeçando: governador Wilson Martins (PSB), ex-prefeito Silvio Mendes (PSDB) e deputado federal Marcelo Castro (PMDB). Representa uma base aliada reformulada, que além de contar com antigos aliados, como PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PSD, tem agora o apoio do PSDB, que antes era justamente o maior crítico da formação destes blocões no Piauí. Esses dois novos grupos representam o desmembramento do velho blocão do Elmano, que foi derrotado em 2012.

BLOCÃO DO MAIOR PIB
O ‘Blocão dos Ricos’ não terá problemas com recursos para financiar uma milionária campanha para o Governo do Estado, mas por outro lado enfrenta a rejeição aos nomes de JVC e Ciro Nogueira. Segundo pesquisa do instituto BrVox, os dois senadores apresentam o maior índice de rejeição do eleitorado piauiense. Mas contam com carisma e popularidade de sobra do líder W.Dias. Wellington Dias, aliás, há muito tempo deixou de ser um 'pobre' petista lutando contra as oligarquias que se perpetuavam no comando do Piauí. Depois de dois mandatos como governador, o hoje senador conta com um patrimônio considerável.

JVC, herdeiro do Grupo Claudino, é de longe o mais rico do grupo e, mesmo com grande rejeição do eleitor e até dentro do PTB que ele preside, conta com o suporte proporcionado pelo sobrenome que possui. Ciro Nogueira comanda o PP, que apesar de ser um partido minúsculo no Piauí, assumiu a presidência nacional e irá indicar o vice de W. Dias. Ele também é membro de uma das famílias mais ricas e influentes do Estado. Na Eleição de 2010, Ciro, além de se eleger, ajudou na eleição da esposa, deputada federal Iracema Portela (PP). Depois do pleito, os dois senadores chegaram ser acusados de práticas ilegais como compra de voto e abuso do poder econômico.

BLOCÃO DOS MÉDICOS 'CHORA MISÉRIA'
Já o 'Blocão dos Médicos' é formado por velhos conhecidos da política no Piauí e que, não tem como negar, tem muito poder em mãos. A propósito, há muito tempo estão no poder e tentam agora convencer que os riscos estão do outro lado. Dificilmente eles teriam recursos comparado a soma da riqueza dos Claudinos com os Nogueiras, mas sem dúvida dinheiro não vai ser problema para esse lado da disputa também. Além disso, a partir de abril o PMDB estará no comando do Governo do Estado. O que significa um grande partido comandando os novos rumos da política local enquanto os então candidatos trabalham em favor de suas candidaturas.

O deputado Marcelo Castro forçou um pouco a barra e tem chorado miséria ao declarar que no lado da base, que conta com três médicos, (ele, Sílvio e Wilsão), é formado por pessoas humildes como 'funcionários públicos, professores, ex-prefeito e na época da eleição e um ex-governador'. Para Marcelo Castro, dando uma de pobrezinho: "Somos todos trabalhadores comuns”. Deu o tom de qual vai ser o nível da campanha no estado.

FATO: ELEIÇÃO PROMETE SER MILIONÁRIA
Até o dia 3 de outubro, os dois lados vão tentar se utilizar dessa palavra 'Blocão' para tentar 'desmoralizar' o adversário. Essas trocas de acusações sobre quem tem mais de dinheiro e poder chama atenção para um velho mal da política piauiense: o dinheiro ainda tem decidido em muitos casos o resultado das urnas. Prova disso é a imensa quantidade de processos no TRE- Tribunal Regional Eleitoral do Piauí com acusações de compra de votos. Para os dois lados.

Dos dois lados tem gente que está respondendo ou já respondeu a essas acusações. No 'Blocão dos Médicos', o governador Wilson Martins (PSB) respondia a ações impetradas por Sílvio Mendes, que desistiu das acusações e agora estão do mesmo lado. No 'Blocão dos Ricos', Ciro Nogueira ainda explica na Justiça acusações de compra de votos e JVC, assim que foi eleito, também chegou a ser acusado. O presidente do tribunal, Edvaldo Moura, já alertou: "Se formos acionados, vamos tomar as devidas providências".

Fonte: None

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