Danilo Damásio responde a rumores sobre fechamento do Diário do Povo

Por Apoliana Oliveira

Uma reunião foi convocada para esta semana com os profissionais do Diário do Povo, e especula-se que esta seja para anunciar o fim das atividades do impresso, que circula desde 1987, administrado há 28 anos pelo Grupo R. Damásio. Conversas em grupos de WhatsApp, na tarde desta terça-feira (04/10), mencionavam que até dezembro o jornal possa sair de circulação.

O 180 conversou por telefone com o presidente do Diário do Povo, o empresário Danilo Damásio. Ele afirmou que no momento o grupo pensa em investir no webjornalismo, com a abertura de um portal com conteúdo específico, e não apenas para reprodução do impresso, como já funciona.

"Não temos definição sobre o fechamento do jornal, mas dependendo de como a questão do portal seguir... não está fechado [o fim do Diário do Povo], estamos trabalhando no online, mas o futuro a Deus pertence. Não sei nem sobre a edição de amanhã, quanto mais sobre a de dezembro", disse o empresário.

Danilo ressalta ainda que o Diário do Povo só existirá até o dia em que puder manter sua linha editorial independente. "Será fechado imediatamente", disse, sobre a possibilidade de depender de outros meios para sobrevivência do veículo, que hoje tem tiragem de aproximadamente 5 mil exemplares.

Por telefone, o editor Zózimo Tavares, confirmou a convocação da reunião pela diretoria do Diário do Povo, mas disse não ter sido informado sobre o que será debatido. Afirmou ainda que, até o momento, não houve nenhum comunicado sobre o fechamento do jornal.
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Se confirmado o fim do jornal, a empresa será a terceira no ramo de comunicação a fechar as portas este ano em Teresina.

Em maio, a direção do Portal Vooz anunciava à equipe o encerramento das atividades. Ao 180, o presidente do portal, empresário Edvaldo Vieira da Silva afirmara que o negócio não conseguiu posicionamento no mercado. "Tínhamos uma estratégia, que acabou não dando certo. Não foi só em decorrência da crise, que claro, é um fator que existe e contribuiu", afirmou em conversa por telefone.

A notícia surgiu dias depois da formação do movimento União dos Jornalistas do Piauí, criada para defender os interesses da classe e dialogar com o Sindicato dos Jornalistas do Piauí, oferecendo ainda orientações a profissionais alvos das demissões. Nasceu em meio à polêmica sobre a renovação dos contratos de prestação de serviços dos profissionais da Rádio e TV Antares, que chegaram a ficar sem receber, e temerosos quanto a demissões em massa.

E desde agosto, o Portal O Olho está sem atualização, depois do rompimento da sociedade entre o jornalista Allisson Paixão e o advogado Cleanto Jales. Quando tratou sobre o assunto com o 180, Allisson disse que não houve nenhuma crise ou desentendimento, mas que decidiu investir em um novo projeto. Ele agora chefia a comunicação do senador Ciro Nogueira em Teresina, e deve estrear nos próximos dias seu novo portal, o oitomeia.com.br, com a mesma proposta de jornalismo independente que pregava quando do lançamento de O Olho, e deve ter profissionais como Orlando Berti e Sávia Barreto, que já lhe acompanhavam no projeto anterior.

História do Diário do Povo
O jornal teve três momentos administrativos importantes: a fundação com o apoio do então governador Alberto Silva, quando pertencia aos empresários Aerton Cândido Fernandes e Clementino Costa, a sua venda para o empresário Rufino Damásio um ano após sua fundação e que permanece como proprietário até hoje e a inauguração da sua sede própria na Av. Centenário no bairro Aeroporto.
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- Veja reportagens que marcaram a história do Diário do Povo
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A linha editorial independente foi o grande diferencial do Diário do Povo, que em 1989 chegou a sofrer um atentado com tiros, que inclusive atingiram um funcionário, na tentativa de coerção. Na época os veículos de comunicação do Piauí não faziam um jornalismo investigativo, e este foi o diferencial do jornal da família Damásio.