Será lançado no 7 de maio -

Resident Evil Village se inspira em elementos de RE4, mas a atmosfera é bem diferente

Há quase um ano, Resident Evil Village era anunciado. Bastou apenas um trailer para os fãs suspeitarem que havia inspirações em Resident Evil 4 ali, principalmente por conta da presença de uma vila misteriosa. A reportagem é do Jovem Nerd. 

A convite da Capcom, tivemos a oportunidade de conferir mais de uma hora de gameplay dos momentos iniciais do jogo — que se passam antes e depois da demo mais recente, aberta para jogadores de PS4 e PS5 no dia 17 de abril –, para entender melhor o que podemos esperar do próximo capítulo da franquia.

A primeira parte da apresentação mostrou Ethan chegando à vila e explorando casas aparentemente abandonadas e cheias de rastros de sangue. A câmera em primeira pessoa, os cenários escuros do local e a falta de trilha sonora causam muita tensão, fazendo o jogador estremecer a qualquer barulhinho ambiente.

A jogabilidade é muito parecida com Resident Evil 7: biohazard, contando com opção para bloquear, um inventário que precisa ser manuseado, um sistema de craft (criação de itens) levemente ampliado com novos itens e mecânicas básicas com armas (faca e armas de fogo).

Visualmente, a vila realmente lembra RE4, apesar de tanta neve — e ainda conta com alguns sinos soando na distância. Mas a atmosfera e a sensação de exploração são bem diferentes.

Enquanto o título de 2005 é voltado para ação, Village aposta (muito) mais em tensão e terror psicológico. Explorar a vila em RE4 é ter aldeões furiosos em seu cangote, gritando “Te voy a hacer picadillo!” o tempo todo e te forçando a gastar munição. Já aqui, a exploração resgata aquela “calmaria” desconfortante, em que parece que algo pode acontecer a qualquer momento.

Mas isso não quer dizer que os aldeões que queriam a cabeça de Leon não serviram de nenhuma inspiração para Village. Esteja preparado para ataques súbitos de grupos de inimigos barulhentos, forçando o jogador a se virar como conseguir, tendo até a opção de montar barricadas em portas e janelas para ganhar tempo e tentar escapar. E os tais “inimigos barulhentos” que atacam em bando são os lobisomens — alguns com facões, martelos e até montados em cavalos. Então já dá para imaginar como é ver dezenas deles te perseguindo.

Em termos de narrativa, a apresentação mostrou arquivos e detalhes nos cenários que deram informações sobre a vila e sua ligação com os principais vilões do jogo: Mãe Miranda, Heisenberg, Lady Dimitrescu e suas filhas vampiras.

Mãe Miranda era venerada pelos aldeões e os protegia de perigos. Mas, por algum motivo desconhecido, parou de protegê-los, resultando em caos, destruição e morte na vila. E esse é o cenário que Ethan encontra.

A segunda parte da apresentação mostra os vilões e os aposentos do castelo de Dimitrescu. Lá, o sentimento de exploração é quase a mesma. Mas os cômodos do castelo, que se assemelham a um grande labirinto e são lotados de quebra-cabeças, têm uma ambientação mais similar à clássica delegacia de Resident Evil 2.

O mais interessante é que Village aplica uma fórmula que funcionou nos remakes. Acredito que é melhor o jogador ver por si próprio, então fica apenas um aviso: lembra da perseguição de Mr. X em RE2, enquanto tentava solucionar puzzles? Então… já se prepare para ver algo parecido acontecer por aqui.

O mercador Duque também apareceu e foi brevemente detalhado. Ele é um homem misterioso que, com sua lojinha móvel, aparece em certos pontos do mapa que são áreas seguras — assim como as clássicas Safe Room.

Duque vende itens diversos, como armas e suprimentos, e oferece opções para melhorar as armas de Ethan. E ainda é possível vender certos itens para ele.

Com o mercador, tudo é comercializado com moedinhas que são encontradas aleatoriamente como espólios, dentro de caixas quebráveis, vasos e afins.

O que esperar de Village?

A impressão geral é que Resident Evil Village pegou ideias não apenas de Resident Evil 4, mas também dos remakes mais recentes, e as aplicou em seu próprio estilo.

O visual do jogo consegue impressionar e conta com paisagens belas e cenários diversificados. Cores frias e escuras predominam na vila, enquanto decorações luxuosas e coloridas povoam o castelo. É difícil não explorar e pensar o tempo todo: “Que jogo bonito”.

Há certo cuidado com detalhes pequenos, como as manchas de sangue que ficam na arma de Ethan após um combate. Mas também é possível perceber uma falta de polidez em pequenos objetos e itens que não são tão importantes assim, como tapetes das casas da vila, uma armadura em exposição no castelo e os pelos dos lobisomens. O mesmo acontece com certas animações. Um exemplo é quando Ethan é mordido por uma vampira, o que resulta em uma animação confusa com cores embaralhadas. É algo momentâneo e que não afeta a experiência, mas que não passa despercebido a olhos mais atentos.

Já em termos de jogabilidade, não há grandes inovações. Mas isso não é algo ruim, uma vez que os próprios fãs da franquia preferem que os jogos não mudem demais e mantenham sua essência. E a Capcom sabe muito bem disso.

Há inimigos inéditos, mas que lembram traços de outras criaturas da série. Os vilões apresentam loucura, crueldade e um nível estranho de carisma — o suficiente para torná-los amedrontadores e interessantes. Várias situações imprevisíveis acontecem a todo instante, um ritmo tenso e gradual se constrói a cada passo e quebra-cabeças estão em todos os cantos.

Resident Evil Village é uma sequência direta de RE7, que promete dar continuidade aos principais elementos de seu antecessor e ainda “pegar emprestado” alguns de outros títulos da franquia. A apresentação mostrou apenas uma hora de gameplay, o que foi suficiente para me convencer a manter minhas expectativas altas… porque o jogo tem muito potencial em atendê-las!

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