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Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão | Review

Pode não parecer, mas faz quase 20 anos que a franquia Ratchet & Clank existe, trazendo aventuras com uma dupla improvável, viagens espaciais, alienígenas e muito bom humor. As informações são do Jovem Nerd

Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão resgata a essência do gênero de plataforma e recicla a fórmula da franquia para a nova geração. O resultado é uma experiência divertida e leve.

Caos interdimensional

Em Uma Outra Dimensão é sequência direta do reboot de 2016, se passando alguns anos depois. Doutor Nefarious está de volta e rouba um Dimensionador, equipamento capaz de viajar entre dimensões, provocando um caos interdimensional e mandando Ratchet e Clank para um mundo paralelo.

Este mundo, no entanto, é mais hostil por ser liderado por um Nefarious que se tornou Imperador de toda a galáxia. É aqui também onde vive Rivet, a nova personagem jogável, que participa de uma Resistência contra o vilão — no melhor estilo Star Wars.

A dinâmica entre as dimensões é o principal diferencial do game, pois afeta não apenas na história, mas também em cenários, inimigos, mecânicas, sistemas e até personagens.

O título mantém a mesma jogabilidade do capítulo anterior, deixando o jogador começar com as habilidades básicas que Ratchet já tinha adquirido. No entanto, tudo é mais fluido e exige mais agilidade de quem está com o controle em mãos.

A principal novidade fica com a esquiva que, apesar de ter um timing que demora para ser entendido, torna-se primordial para os combates se tornarem mais frenéticos e terem mais opções de escape em momentos de aperto.

Há também as fendas das dimensões, que são usadas para fugir de inimigos no meio de uma luta ou alcançar lugares muito altos. Mas elas são limitadas e só podem ser usadas em pontos muito específicos no mapa, sem dar muita liberdade.

O combate e a maioria das armas são familiares aos fãs, mas quase todas contam com dois tipos de disparos que são acionados em níveis diferentes: apertar o gatilho até a metade dá um efeito, enquanto apertar até o final dá outro. Esse sistema também gera um feedback divertido no controle DualSense, que reage de forma muito diferente com cada arma — e cada disparo.

O jogador controla dois personagens diferentes ao decorrer da história, Ratchet e Rivet. Porém, eles são praticamente idênticos em termos de gameplay, o que pode incomodar no começo da experiência de quem estava esperando por habilidades mais variadas. Mas essa falta é sentida por pouco tempo, uma vez que a diversão não é prejudicada por isso.

Planetas e dimensões

O conteúdo opcional de Em Uma Outra Dimensão consiste em poucas missões secundárias em cada planeta, além de vários tipos de coletáveis simples. Há spybots, os clássicos parafusos de ouro e pequenos ursos de pelúcia a serem colecionados.

Mas a novidade mais divertida são as bolhas dimensionais, áreas especiais que são um quebra-cabeça de ambiente, em que o objetivo é chegar até o final. No entanto, elas são curtas e relativamente fáceis demais, deixando um gosto agridoce de “quero mais”.

Basicamente todo esse conteúdo opcional é baseado em exploração, que é prejudicada pela presença de muitas paredes invisíveis para todo lado, que limitam a liberdade do jogador — e ocasionam mais bugs do que deveriam.

A dimensão de Rivet é hostil e parcialmente destruída por conta do Império de Nefarious, o que reflete nos cenários, que são bem construídos visualmente. Eles têm uma paleta de cores mais escura e sombria que predomina na maior parte do tempo, dando uma identidade visual forte e única para o jogo.

A ambientação, o toque bem-humorado em diálogos e a trilha sonora lembram muito os primeiros títulos da franquia, além de outros games de plataforma que fizeram sucesso no final dos anos 1990, como Banjo-Kazooie e Donkey Kong 64. A dose de nostalgia é garantida!

Como era de se esperar, o feedback do DualSense é constante desde o menu inicial, mas as reações do controle, de forma geral, são pouco marcantes por serem apenas vibrações genéricas na maior parte do tempo. Mas há exceções, como sentir toques de passos mais pesados e, principalmente, pelas armas — que são o grande destaque por serem tantas e ainda oferecerem mais de um modo de disparo.

A dublagem em português brasileiro mantém o mesmo elenco do reboot de 2016 e a mesma qualidade. Com uma boa direção e sem erros de localização, consegue competir de igual para igual com as vozes originais, mantendo o toque bem humorado.

Diversão na dose certa

De forma geral, Em Uma Outra Dimensão segue a mesma pegada do reboot e tropeça até nas mesmas pedras, mas que são tão pequenas que não ofuscam as qualidades do game.

Há deslizes na falta de inovação em elementos que poderiam ter algo a mais, mas a quantidade imensa de diversão que a experiência proporciona faz com que esses problemas nem passem pela cabeça do jogador ao terminar a luta final — que esbanja imprevisibilidade e criatividade — e subir os créditos.

É tudo que um Ratchet & Clank tem a oferecer, um “jogo pipoca” em que a diversão é certeira, tornando-se um capítulo necessário aos fãs da franquia e do gênero. E tudo isso em uma nova geração. Foram 18 horas explorando a dimensão de Rivet que passaram voando e, sem dúvidas, jogaria tudo de novo sem pensar duas vezes!

Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão será lançado exclusivamente para PlayStation 5 no dia 11 de junho. Este review foi feito com uma cópia cedida pela Sony.

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