Novo episódio da série -

Loki usa respostas para ampliar mistérios em segundo episódio apocalíptico

Se a estréia da série do Loki não perdeu tempo ao estabelecer seu enredo de forma rápida e dinâmica, o segundo episódio pisou ainda mais fundo no acelerador. O capítulo, que chegou ao Disney+ nesta quarta-feira (16/06), trouxe respostas e abriu ainda mais mistérios em um enredo que misturou ação, filosofia, e até uma certa dose de apocalipse. As informações são doJovem Nerd.

“Para onde foram todos os homens bons e onde estão todos os deuses?”, pergunta o verso que abre a canção “Holding Out for a Hero”, de Bonnie Tyler. Além de chiclete, o hit que embala o ataque da grande vilã da série fala diretamente sobre o dilema enfrentado pela Autoridade de Variação Temporal. Afinal de contas, a organização se vê quase sozinha na caçada a uma figura maligna em um universo povoado por heróis como os Vingadores e os Guardiões da Galáxia. A saída? confiar em um deus pouco confiável.

Trazer Loki para a missão se mostra uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo em que ele pode ajudar a entender como funciona a mente de sua versão (mais) maligna, sua natureza volátil pode transformá-lo de aliado a oponente em um estalar de dedos. A primeira perícia realizada ao lado da AVT deixou essa relação extremamente clara, já que o Deus da Trapaça recorre à enganação e deixa a organização na mão. Ao tentar ganhar tempo com mentiras, Loki passa a mensagem de que não se tornou um dos mocinhos apenas porque concordou em ajudar na investigação.

Essa posição pretensiosa e mesquinha, força Mobius a agir. Mesmo não vendo Loki como um vilão, como ele mesmo disse no capítulo anterior, o personagem de Owen Wilson é prevenindo e sabe que não deve colocar sua sorte nas mãos de alguém acostumado a esfaquear pelas costas. Apesar disso, assim como Bonnie Tyler na canção já citada, ele precisa de um herói. E para transformar a variante de Loki nesse herói, ele começa um sutil jogo de manipulação, que utiliza orgulho e soberba de seu colega como motivação.

Por mais que o vilão faça graça sobre como os ataques do colega não o atingem, ele é levado a ajudar. Com isso, arregaça as mangas e faz uma descoberta importante: eventos apocalípticos impedem a leitura de erros na cronologia, ocasionando o esconderijo perfeito para quem decide mexer com o tempo. Importante por trazer um norte para a investigação, esse momento mostra Loki descobrindo sobre o Ragnarök, apocalipse que destruiu Asgard e acabou com a morte de boa parte de sua população.

Além de mover a história, essa situação retoma a questão sobre a verdadeira natureza de Loki, que sofre com esta perda mesmo depois de repetir por anos o quanto desprezava seu antigo lar. A busca pela essência de Laufeyson promete dar o tom desta temporada, especialmente quando ela escapa pelas camadas de sarcasmo e ironia na forma de temores e crenças. O principal exemplo está em sua dificuldade de aceitar que tudo já foi predeterminado pelos Guardiões do Tempo em sua linha do tempo sagrada.

Ao negar a hipótese que não tem um livre-arbítrio real em uma cronologia já definida, o personagem mostra quem é e ainda abre espaço para um debate filosófico. De um lado há a AVT advogando em prol de um fatalismo que confia quase cegamente nos planos dos Guardiões, enquanto, do outro, há Loki agarrado a um conceito de liberdade que ignora os desmandos da entidade.

Esse debate, que promete ir longe ao longo da temporada, é interrompido pelo teste da teoria apocalíptica de Loki. Ele e Mobius voltam para a Pompeia de 79 d.C. e comprovam que sua interferência não sinalizou nenhuma variação temporal à AVT. Eles então usam uma pista que Mobius conseguiu em um dos ataques para determinar a provável localização de quem anda bagunçando a sagrada linha do tempo.

A dupla então vai para um apocalipse destinado a acontecer no futuro e Loki tem a chance de confrontar a outra versão de si mesmo. Ou melhor, outras versões, já que a antagonista da série é esperta o suficiente para ganhar tempo e executar uma nova etapa de seu plano enquanto fala com o “nosso” Loki.

Esse encontro traz mais ação para o episódio enquanto eleva o suspense em volta dessa figura misteriosa. Deixando suas motivações e objetivos muito vagos, ela chega a rejeitar uma parceria com o Loki de 2012 – confirmando a teoria de Mobius de que Lokis são orgulhosos demais até para confiar em outra versão de si mesmos.

Com a tensão lá no alto, o plano da vilã é colocado em ação e libera dispositivos capazes de resetar a linha do tempo em momentos históricos diferentes. O choque só não é maior porque em seguida é revelado o que muitos fãs teorizavam: a grande ameaça da série é Lady Loki, uma versão feminina do vilão, interpretada por Sophie Di Martino.

Ao terminar com nosso protagonista pulando em um portal atrás de sua outra versão, o episódio deixa a promessa de trazer respostas a respeito da vilã a seguir. Sua origem e motivações devem ser explicadas para, enfim, colocar as cartas na mesa e deixar o protagonista em cheque: será que ele vai tentar viver sua liberdade fugindo da AVT ou pretende ser o herói que Mobius precisa?

 

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