Vivendo ou sobrevivendo -

Crítica | Nine Days: Filme dirigido por brasileiro é uma incrível carta de amor à vida

Estamos vivendo ou sobrevivendo? Estamos contemplando a beleza da criação ou apenas caminhando por ela, como sonâmbulos incapazes de discernir os ambientes, as pessoas, as circunstâncias e a atmosfera ao nosso redor? Nine Days é um drama que nos leva à – exatamente – tais questionamentos e suas contestações. Como uma espécie de ode à vida, o primeiro drama dirigido pelo brasileiro Edson Oda faz uma profunda reflexão sobre a condição humana e a preciosidade e raridade existentes nela. As informações são de Cinepop.

Para um diretor que está inaugurando sua jornada em longas-metragens, Oda é profundamente autoral e autêntico em sua narrativa. Inadvertidamente, ele se abre para a audiência de forma delicada e complexa, revelando um olhar diferenciado sobre o valor da existência humana e aquelas pequenas e preciosas coisas que tanto ignoramos. E em Nine Days, ele reúne um elenco estelar que muito mais que dar corpo à sua trama, naturalmente ainda o ajudam a difundir sua genuína estreia no cinema. Trazendo Zazie Beetz, Bill Skarsgård e Winston Duke como parte do elenco, o diretor brasileiro – desconhecido em seu próprio país – apresenta uma narrativa hipnotizante e intrigante, que nos leva a questionar temáticas bem densas como a depressão, suicídio, as escolhas que nos definem e a nossa gratidão sobre o direito à vida que nos foi presenteado.

Na trama, Duke é o responsável por escolher quem terá o direito a viver. Em um contexto onde as pessoas não estão vivas, ele conduz uma espécie de processo seletivo, que treinará possíveis candidatos para conseguir tal vaga. Ao longo de nove dias, os pré-selecionados observam a vida de outras pessoas a partir de uma imensidão de televisores antigos posicionados lado a lado, formando uma espécie de monitoramento instantâneo da vida alheia. E ali, com os olhos vidrados e um pequeno bloquinho de anotações, os participantes avaliam a existência humana pela perspectiva daqueles que já estão a vivendo. Mostrando o dia-a-dia pelos próprios olhos de quem as vive, os concorrentes tentam compreender e dimensionar o significado de estar vivo, como fantasmas vagantes que tentam experimentar a vida sem sequer tocá-la ou experimentá-la.

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