
Lula lança pedra fundametal de laboratório pioneiro para pesquisa em saúde no complexo Sírius
Na tarde de quinta-feira,(04/07), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a pedra fundamental do laboratório Orion, retomando um projeto que integrará o maior complexo de pesquisa científica da América Latina, o Sírius, parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas (SP).
Durante o governo anterior, os investimentos na expansão do Sírius estavam paralisados devido ao contingenciamento de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância de retomar esses investimentos para reduzir a dependência do Brasil no setor de inovação e pesquisa em saúde. Atualmente, o déficit na balança comercial brasileira nesse segmento está entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões ao ano.

O laboratório Orion será fundamental para diminuir essa dependência, possibilitando o desenvolvimento de produtos e tratamentos avançados na área da saúde.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que essa iniciativa é crucial para a defesa e soberania do Brasil, especialmente após os desafios enfrentados durante a pandemia de covid-19. O laboratório Orion será um centro de pesquisas avançadas em patógenos (vírus, bactérias e parasitas que causam doenças), com instalações de alta e máxima contenção biológica inéditas na América Latina. Suas técnicas analíticas e competências avançadas de bioimagens estarão abertas à comunidade científica e órgãos públicos, subsidiando ações de vigilância e políticas de saúde, além do desenvolvimento de vacinas, tratamentos e estratégias contra epidemias.
O projeto está inserido na Nova Indústria Brasil (NIB), uma política do Governo Federal, e conta com investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, informou que o banco tem R$ 7,5 bilhões reservados para projetos de inovação neste ano, com juros de 2% ao ano, enfatizando que a inovação envolve riscos que não podem ser financiados com taxas de juros de mercado.
A ministra Luciana Santos destacou que os investimentos no Orion devem resultar em melhorias para a população, gerando novos empregos, atraindo e retendo talentos científicos no Brasil, e capacitando o país para cuidar melhor de seu povo. O laboratório será capaz de monitorar, isolar e pesquisar agentes biológicos, criando diagnósticos e métodos de cura, como vacinas e tratamentos.
O Complexo Sírius, onde ocorreu a cerimônia, possui uma longa história de contribuição para a ciência e tecnologia. Iniciado no final da década de 1980, o complexo tem permitido que centenas de pesquisas acadêmicas e industriais sejam realizadas anualmente, contribuindo para soluções de grandes desafios científicos e tecnológicos, como novos medicamentos, fertilizantes, espécies vegetais mais resistentes, tecnologias para agricultura e fontes renováveis de energia. A infraestrutura do Sírius, planejada para funcionar como um laboratório multiusuário e aberto à comunidade científica, foi inicialmente desenvolvida para construir a UVX, a primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, permitindo análises de matérias com máxima amplitude e detalhes.
Fonte: Reprodução/Agência Gov