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Fábricas de celulares no Brasil tomam medidas para não parar em meio a pandemia

Apesar de nem todas terem paralisado as atividades completamente, ao menos a maioria afastou funcionários dos grupos considerados de risco, com férias coletivas e uso de banco de horas. As informações são de Canaltech.

A Samsung enfrentava resistência por ter tomado posicionamento considerado insuficiente pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, mas, agora, anuncia que vai liberar todos os trabalhadores das duas fábricas, em Manaus e Campinas a partir da próxima segunda, 30. LG e Multilaser adotaram medidas de distanciamento social, com redução de jornada, enquanto a Positivo diz apenas que segue recomendações da OMS.

Samsung resiste, mas resolve parar

 

De acordo com nota do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, a Samsung foi pressionada desde a semana passada por uma posição mais firme em relação aos trabalhadores da fábrica no interior paulista.

“A exportação de peças no país foi temporariamente proibida ao resto do mundo, afetando a produção na fábrica de Campinas. Após o Sindicato realizar assembleias com os trabalhadores, foi acordado uma paralisação de três dias, com dois dias de compensação em março”, diz a nota do sindicato. Agora, a entidade cobra da Samsung um acordo para proteger os trabalhadores no Brasil, uma vez que a pandemia chegou aqui.

Em contato com o Canaltech, a Samsung confirmou que vai parar as operações nas fábricas do Brasil a partir da próxima semana, com previsão de retornar às atividades em 12 de abril.

Multilaser mantém operações parciais

 

Com fábrica em Extrema-MG, a Multilaser anunciou que está funcionando com 50% dos funcionários, deixando o restante em férias coletivas. Os turnos foram reduzidos e a companhia também mostrou, em um vídeo enviado à reportagem, diversas medidas de segurança para garantir a saúde dos trabalhadores, como medição de temperatura logo na entrada, máscaras e vestimentas especiais e distanciamento entre os colaboradores.

De acordo com o diretor executivo da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki, as medidas são semelhantes às adotadas na China, epicentro inicial da pandemia. O executivo ainda apoiou as medidas de isolamento social adotadas por governos estaduais brasileiros, mas alertou que “é muito importante também pensar em formas de fazer a economia continuar”.

Positivo segue orientações da OMS

 

Outra empresa que respondeu à reportagem foi a Positivo, que garantiu ter adotado “rigorosamente as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Aliás, algumas das ações que implementamos nas unidades fabris ultrapassam as sugeridas pelas autoridades sanitárias”, afirma o presidente da Positivo Tecnologia Hélio Rotenberg.

Entre as medidas para o pessoal da fábrica, a empresa realizou orientação médica com os funcionários, intensificou ações de higienização do ambiente de trabalho e refeitório, disponibilizou ônibus fretados para o transporte dos trabalhadores e alterou horários dos turnos.

“Estamos convictos de que estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para garantir o bem-estar e preservar a saúde de nossos funcionários”, garantiu o executivo. A empresa segue operando dentro da normalidade nas fábricas tanto em Manaus como em Curitiba.

LG e Motorola também preferem não parar

O Canaltech entrou em contato com a LG em busca de uma posição oficial, mas não recebeu resposta. O site Mobile Time, no entanto, informa que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau), a fábrica da companhia no interior de São Paulo está com férias coletivas desde 23 de março, que será ampliado a partir do dia 31 para os funcionários do grupo considerado de risco — ou seja, pessoas acima dos 65 anos, com doenças crônicas, respiratórias ou gestantes. Outros devem voltar a trabalhar na próxima semana.

E, para garantir a segurança dos funcionários na ativa, a companhia adotou medidas de distanciamento social e outras precauções, como o uso de roupas especiais no ambulatório médico, máscaras em caso de necessidade, esterilização dos ônibus fretados e refeitório, e orientações para que os trabalhadores se mantenham a pelo menos dois metros de distância uns dos outros.

Medidas semelhantes às tomadas pela Flextronics, fábrica responsável pela montagem dos smartphones da Motorola no Brasil.

Além da preocupação com a saúde dos funcionários, também há outro problema: peças. Há algumas semanas, havia informação de que alguns navios com componentes que saíram da China antes do surto ainda não haviam chegado.

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