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Exército produz jogo em estilo videogame que prevê Brasil invadido em 2025

O Exército Brasileiro estabeleceu a missão de lançar até 2021 um jogo on-line de combate em primeira pessoa, no estilo Counter Strike para melhorar a imagem da instituição entre o público jovem. A ideia é que os jogadores vivam combatentes brasileiros em um cenário de guerra contra um país fictício. As informações são do Metrópoles

“Para evitar desdobramentos ligados ao atual contexto político”, registra a portaria que institui um grupo para dar forma ao projeto, o jogo “será ambientado no futuro, em 2025”.

No documento fica nítida a preocupação com a possibilidade de a iniciativa sofrer críticas por incitar a violência. Por isso, o chefe do Estado Maior do Exército, general Marcos Antonio Amaro dos Santos, escreve no despacho que “o game não deverá mostrar sangue em demasia para evitar a ideia de violência exagerada”.

Ainda na linha da preocupação com os possíveis efeitos negativos, o documento define que o jogo “deverá mostrar combate urbano, mas não em áreas de comunidades em situação de fragilidade social”.

Uma das diretrizes resume os cuidados a serem tomados: “Nenhuma cena com potencial para gerar desgaste da imagem ou crise institucional deverá estar presente”.

O Projeto Missão Verde-Oliva foi instituído pela portaria 110 do Estado Maior do Exército, de 30 de abril de 2020. Ela foi publicada na edição 24/2020 do Boletim do Exército, um calhamaço burocrático que é público, mas não costuma chamar muita atenção. Quem achou a portaria foi o projeto Fiquem Sabendo, especializado em pesquisas via Lei de Acesso à Informação.

Para o Exército, “o game pode conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do País ao divulgar possíveis missões do Exército Brasileiro em tempo de guerra, como a defesa de instalações estratégicas”.

Inspirações

Famosos jogos de tiro como Counter Strike e Fortnite são citados no documento como inspiração para o Missão Verde-Oliva, mas a ideia que o guia é o America’s Army Proving Grounds, desenvolvido pelo exército dos Estados Unidos há 9 anos e que, segundo os brasileiros, causou um aumento de 30% nas impressões positivas que os jovens jogadores cultivam da instituição militar.

Hoje, o jogo do exército americano está em consoles famosos como o Play Station 4. É uma imagem dele que ilustra esta reportagem.

Regras nacionais

A ideia na versão brasileira é que só seja possível jogar como combatente nacional. O invasor será sempre o computador.

“Caso alguma regra não seja respeitada e/ou o jogador atrapalhe ou impossibilite o cumprimento da missão, ele será condenado por um tribunal fictício”, estipula o despacho do general. A punição é a exclusão do game por um tempo a ser estabelecido.

O game, segundo a portaria, “será disponibilizado na rede mundial de computadores, gratuitamente, para até 15 mil jogadores ao mesmo tempo, 24 horas por dia. Ele “deverá ter muita ação e ser vibrante emocionalmente”. Mas “não poderá apresentar nenhuma informação sensível ou qualquer tipo de conteúdo discriminatório, contra os princípios que norteiam a Instituição Exército Brasileiro, os direitos humanos e/ou contra os Direitos Internacionais do Conflitos Armados (DICA).”

O Metrópoles procurou o Exército nesta segunda-feira (22/06) para saber se havia mais informações sobre o desenvolvimento do Projeto Missão Verde-Oliva, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

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