Mulher de 55 anos pega doença 100% mortal similar à vaca louca
A norte-americana Arlene VonMyhr faleceu em decorrência de uma doença neurológica rara cujas origens ainda não são completamente compreendidas pela ciência, mas que apresenta uma progressão rápida e inevitavelmente fatal. Com informações do Metrópoles.
Ela foi diagnosticada com a variante Creutzfeldt-Jakob (vCJD), uma condição relacionada à encefalite espongiforme bovina (EEB), conhecida popularmente como doença da vaca louca.
A vCJD é provocada por príons, partículas minúsculas que agem de forma similar a vírus, resultando em sintomas semelhantes aos do Alzheimer, porém com uma progressão muito mais rápida e devastadora. Arlene começou a manifestar os sintomas em 8 de janeiro e veio a óbito aproximadamente um mês depois.
Apresentando dificuldades de locomoção e fraqueza facial, Arlene inicialmente suspeitou estar sofrendo um derrame. Ela foi levada às pressas ao hospital, mas os exames não revelaram sinais de sangramento cerebral. Nas semanas seguintes, sua família a levou ao hospital várias vezes temendo um derrame, porém nenhum diagnóstico conclusivo era alcançado. Somente após sua internação, os médicos puderam identificar a origem dos sintomas.
Em questão de cinco dias, uma série de exames detectou a presença de uma proteína específica, a 14-3-3, no cérebro de Arlene, confirmando o diagnóstico de vCJD.
Diante da fatalidade da doença, os médicos interromperam todos os tratamentos e passaram a paciente diretamente para cuidados paliativos. O marido de Arlene, Gary, recorda em entrevista ao Michigan Live: "Foi muito triste saber que não havia nada a fazer. Eu definitivamente não estava preparado para isso".
A vCJD é uma doença 100% fatal, e embora rara, representou 55 casos confirmados no Brasil entre 2005 e 2014, com cerca de 25 mil casos registrados em todo o mundo ao longo da história. Em 90% dos casos, o óbito ocorre em menos de um ano após o início dos sintomas, sendo que todos os infectados acabam falecendo eventualmente.
Devido à sua alta letalidade, qualquer suspeita da doença deve ser imediatamente comunicada às autoridades de saúde para isolamento do paciente, uma vez que os modos precisos de transmissão ainda não são totalmente compreendidos.
A doença geralmente afeta pessoas entre 55 e 70 anos, com uma ligeira predominância em mulheres. O único tratamento possível é o controle dos sintomas e o suporte ao paciente e à família, especialmente do ponto de vista psicológico.
Os sintomas da vCJD podem incluir perda de intelecto e memória, alterações na personalidade, perda de equilíbrio e coordenação, fala arrastada, problemas de visão e cegueira, movimentos bruscos anormais e perda progressiva da função cerebral e da mobilidade.
Fonte: Metrópoles