Mortes por leptospirose aumentam 44% em três anos devido a enchentes no Brasil
Nos últimos três anos, o Brasil testemunhou um crescimento alarmante nas mortes por leptospirose, com um aumento de 44%. Segundo o Ministério da Saúde, houve 195 óbitos em 2020, aumentando para 281 em 2023. O total acumulado nesse período atingiu 974 mortes, com os picos registrados em 2022, com 318 óbitos, e 2021, com 182. As enchentes foram apontadas como a principal razão por trás desse aumento significativo de mortalidade.
A leptospirose é uma infecção adquirida pelo contato direto ou indireto com a urina de ratos infectados pela bactéria Leptospira. Durante as enchentes, o risco de transmissão da doença é exacerbado, conforme explicado pelo infectologista Manuel Renato Palacios.
"Durante desastres naturais, como enchentes, a leptospirose se propaga através da água contaminada, infectando quem entra em contato, mesmo sem ferimentos", observa o Dr. Palacios.
Embora a leptospirose não seja altamente letal, se evoluir para uma forma mais grave, a taxa de mortalidade pode aumentar. Até abril deste ano, foram registradas 72 mortes em 734 casos, conforme relatório oficial.
Sintomas e Tratamento
Os sintomas típicos da leptospirose incluem febre, dores de cabeça, lombares e nas panturrilhas, além de complicações respiratórias, urinárias, sangramentos e alterações na pressão arterial. O tratamento varia de acordo com a gravidade da doença, podendo envolver antibióticos para casos leves e procedimentos mais complexos, como hemodiálise e suporte intensivo em UTI para casos graves.
Prevenção e Alertas no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul enfrenta uma das piores catástrofes relacionadas à água das chuvas, com enchentes afetando milhões de pessoas e a maioria dos municípios do estado. Diante do aumento do risco de contaminação, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota técnica recomendando medidas de prevenção. O coordenador da infectologia do Hospital DF Star, Giberto Nogueira, destaca a importância da profilaxia em áreas alagadas para evitar casos graves de leptospirose e outras doenças infecciosas, como diarreias bacterianas e hepatite A, que também representam riscos em cenários similares.
Fonte: SBT News