Deficiência de vitamina A -

Menina perde a visão após oito anos de dieta à base de ultraprocessados

Uma alimentação baseada em alimentos ultraprocessados pode ser mais prejudicial do que imaginamos, especialmente quando se trata de alimentação infantil. Muitas crianças, desde cedo, desenvolvem aversão a vegetais e alimentos saudáveis, o que pode ser agravado se não houver exemplos adequados em casa. A situação se torna ainda mais complexa em casos de crianças com necessidades especiais, como o autismo, que podem enfrentar desafios alimentares únicos. As informações são do Metrópoles.

Um exemplo recente que chamou a atenção foi o caso de uma menina chamada Bella, que por anos manteve uma dieta extremamente restrita, composta quase exclusivamente de batatas fritas e salgadinhos. Bella, que é autista não verbal, não conseguia ingerir outros alimentos, e seus pais, Sam e Dave Mildon, enfrentaram grandes dificuldades para mudar sua alimentação. A situação perdurou por oito anos, levando a complicações graves.

Aos 12 anos, Bella começou a mostrar sinais de problemas de saúde mais sérios, como esbarrar nos móveis de casa. Um dia, sua mãe a encontrou inconsciente, e a família a levou às pressas para o hospital. Lá, os médicos conseguiram reanimá-la, mas a situação revelou algo devastador: Bella havia perdido a visão devido a uma condição conhecida como xeroftalmia, causada por deficiência de vitamina A. A dieta restrita de Bella resultou em danos permanentes à sua saúde.

Foto: Imagem de freepikAlimentos ultrprocessados

Após o diagnóstico, os pais de Bella descobriram que ela sofria de um transtorno alimentar pouco conhecido, o transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE). Esse distúrbio faz com que as pessoas limitem severamente os tipos de alimentos que consomem, e no caso de Bella, sua dieta era rica em calorias, o que mascarava sua má nutrição. "É difícil saber se sua perda de visão poderia ter sido evitada se o distúrbio alimentar dela tivesse sido levado a sério desde o início", desabafou a mãe.

Para crianças autistas, como Bella, é essencial que passem por avaliações nutricionais abrangentes. O TARE, embora pouco conhecido, tem tratamento e pode ser gerenciado com o suporte de uma equipe multidisciplinar, que inclui nutricionistas e terapeutas. Esse transtorno afeta principalmente crianças que enfrentam dificuldades em aceitar uma alimentação variada e pode resultar em deficiências nutricionais graves, comprometendo o crescimento e a saúde geral.

O tratamento do TARE envolve uma combinação de estratégias terapêuticas e suporte nutricional, com o objetivo de melhorar a relação da criança com a comida e garantir que suas necessidades nutricionais sejam atendidas. Forçar uma criança a comer não é recomendável; as recomendações de especialistas devem ser seguidas, considerando a complexidade do transtorno e as necessidades individuais de cada paciente.

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