Lesão corporal gravíssima -

Médico recebe sentença de mais de 9 anos de prisão por causar deformidades em seus pacientes

O médico Wesley Noryuki Murakami da Silva recebeu uma condenação do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) para cumprir uma pena de 9 anos, 10 meses e 10 dias de prisão devido ao crime de lesão corporal gravíssima contra nove vítimas. Com informações do Terra.

Foto: Reprodução

Ele é acusado de ter causado deformações em pacientes que buscaram procedimentos estéticos. O médico ainda tem a possibilidade de recorrer da sentença em liberdade.

A decisão foi proferida pelo juiz Luciano Borges da Silva, da 8ª Vara Criminal dos Crimes Puníveis com Reclusão e Detenção, que determinou que Wesley cumprirá a pena em regime fechado.

O caso envolve acusações de que Murakami teria deformado o rosto de nove pacientes, sendo oito mulheres e um homem, durante procedimentos de harmonização facial realizados entre os anos de 2013, 2017 e 2018.

As vítimas relataram ter enfrentado inchaço e dores intensas após os procedimentos. De acordo com o processo, ao qual o Terra teve acesso, uma das mulheres afirmou que após as injeções, desenvolveu nódulos no rosto que resultaram em dores consideráveis. A mesma paciente relatou que Murakami realizou uma massagem no rosto dela de forma excessivamente agressiva na tentativa de reduzir o inchaço. Ela alega que o médico não solicitou exames clínicos antes de proceder com qualquer intervenção.

As lesões foram confirmadas por meio de exame de corpo de delito. Laudos da Polícia Técnico-Científica de Goiás comprovaram a 'violação à integridade física' dos pacientes.

"A análise médica apresentada pela vítima confirma as deformidades físicas, e o contrato de prestação de serviços reforça a conexão direta entre as lesões e as ações do acusado", afirmou a sentença referente a uma das mulheres atendidas por Murakami.

O juiz declarou que o médico estava ciente de que os procedimentos poderiam resultar em consequências adversas e prejudiciais. Segundo o entendimento do magistrado, Murakami assumiu o risco de prejudicar os pacientes ao realizar os procedimentos, demonstrando 'dolo eventual'.

"Ele executou os procedimentos mencionados na acusação e confirmados pelas vítimas, consciente o tempo todo dos resultados prejudiciais, das dores experimentadas pelas vítimas, dos transtornos, constrangimentos e deformidades que elas sofreram, e ainda assim continuou com as práticas lesivas, sem se importar com as consequências", ressaltou a sentença.

A defesa do médico não foi localizada para comentar sobre o caso. O espaço permanece aberto para manifestações.

Fonte: Terra

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