Homem toca violão enquanto tem cérebro operado; assista vídeo
A música sempre foi uma parte importante da vida de Colin Miller, de 64 anos. Contudo, no último ano, ela adquiriu um significado ainda mais profundo. O músico britânico teve uma experiência única ao tocar violão enquanto passava por uma delicada cirurgia para a remoção de um tumor cerebral.
Em outubro de 2023, Miller foi diagnosticado com glioblastoma, um tipo agressivo de tumor cerebral. Os médicos do King’s College Hospital, em Londres, estavam preocupados com o impacto da cirurgia na mobilidade das mãos do músico. Como resultado, ofereceram-lhe a opção de permanecer acordado durante o procedimento.
“O médico perguntou como eu uso os movimentos motores do meu lado esquerdo, e eu disse a ele que toco violão. Toda a experiência foi fascinante. Fiquei acordado no meio da cirurgia e toquei músicas diferentes. Eu não conseguia tocar nenhuma música conhecida, mas dedilhava acordes”, conta Miller à Brain Tumour Research, uma instituição de pesquisa sobre câncer cerebral.
O glioblastoma é um tumor do sistema nervoso central que se desenvolve no cérebro ou na medula espinhal. Ele cresce rapidamente e é considerado altamente agressivo. Os sintomas variam dependendo de onde o tumor está localizado. Por exemplo, se ele atinge a área responsável pela fala, o paciente pode ter dificuldades para se comunicar. Caso afete a região que controla os movimentos do braço, a força do membro pode ser comprometida.
À medida que o tumor se expande, outros sintomas podem aparecer, como dores de cabeça, perda de apetite, dificuldades de equilíbrio e coordenação, alterações de humor, problemas de memória e de fala, convulsões, náuseas e vômitos, além de mudanças na visão.
O tratamento do glioblastoma geralmente envolve uma cirurgia delicada para remover o máximo possível do tumor, de modo a preservar as funções cerebrais.
Colin passou por uma cirurgia de oito horas há pouco mais de um ano. Após o procedimento, ele iniciou um tratamento com quimioterapia e radioterapia, além de acompanhamento regular no hospital. Recentemente, o músico voltou a ensaiar com a banda da igreja. Para ele, cantar se tornou mais fácil do que conversar. “Falar e cantar são duas habilidades diferentes. Meu cérebro demora um pouco para processar durante as conversas, mas quando estou cantando, consigo interpretar bem as letras”, afirma.