
Homem perde cordas vocais após diagnóstico tardio de câncer de laringe
O secretário judicial Warwick Smith, de 67 anos, teve sua vida drasticamente alterada após um diagnóstico tardio de câncer de laringe, doença que foi inicialmente confundida com uma simples laringite. Em um relato comovente, Smith compartilha sua jornada de sofrimento, superação e sua luta por melhorias no diagnóstico precoce de câncer.
Smith, conhecido por sua voz potente, começou a perceber uma rouquidão persistente, o que o motivou a procurar ajuda médica. No entanto, os médicos de atenção básica minimizaram os sintomas, alegando que se tratava de uma simples inflamação na garganta. Sua preocupação aumentou devido ao histórico familiar — seu irmão havia falecido de câncer de garganta dois anos antes.
Apesar da persistência de Smith, ele só conseguiu fazer uma ressonância no pescoço sete meses depois de sua primeira consulta, após uma vaga surgir por desistência. Quando o diagnóstico finalmente foi feito, o câncer já estava em estágio quatro, o mais avançado, e o prognóstico indicava apenas seis meses de vida caso não fosse realizada uma cirurgia radical. A única alternativa foi a laringectomia total, um procedimento de 10 horas que removeu completamente sua laringe e as cordas vocais.
Após a cirurgia, Smith passou por seis semanas de quimioterapia diária e radioterapia intensiva. Embora tenha sobrevivido, o tratamento causou grandes perdas: ele perdeu a capacidade de falar de forma convencional e teve dificuldades para se alimentar devido à perda da função protetora da laringe. Atualmente, ele depende de uma prótese traqueoesofágica para se comunicar e segue uma dieta líquida especializada.
O cirurgião de cabeça e pescoço Carlos Santa Ritta alerta que sintomas como rouquidão persistente não devem ser ignorados, pois quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de tratamentos menos invasivos e de preservar a laringe.
Apesar das dificuldades físicas e emocionais após a cirurgia, Smith se mantém otimista e agora vive em remissão. Ele se uniu a um grupo de apoio e iniciou uma campanha de arrecadação para ajudar outros pacientes, buscando financiar a compra de um scanner de ultrassom portátil. Ele arrecadou até agora 25 mil libras (aproximadamente R$ 185 mil), com o objetivo de tornar os exames de diagnóstico mais acessíveis e evitar os atrasos que ele enfrentou.