Ciência -

Estudo revela que coração pode ser décadas mais velho que idade real

Um estudo conduzido por pesquisadores do Reino Unido, Singapura e Espanha revelou que indivíduos com condições como diabetes, obesidade e hipertensão podem ter corações que aparentam ser significativamente mais velhos do que a idade real do corpo. A pesquisa foi publicada na edição de maio da revista científica European Heart Journal Open.

Foto: Freepikcoração
coração

A equipe analisou exames de ressonância magnética cardíaca de 563 voluntários em cinco centros de pesquisa ao redor do mundo. Dentre os participantes, 191 eram saudáveis, enquanto 366 apresentavam fatores de risco cardiovascular. Os resultados mostraram que aqueles com obesidade, diabetes e hipertensão tinham corações que funcionavam como se fossem anos ou até décadas mais velhos.

“Imagine descobrir que seu coração é ‘mais velho’ do que você. Para pessoas com condições como pressão alta, diabetes ou obesidade, isso costuma acontecer. Nossa nova abordagem de ressonância magnética não conta apenas seus aniversários, mas também mede o quão bem seu coração está resistindo”, afirmou o pesquisador principal Pankaj Garg, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.

O estudo destacou que o átrio esquerdo do coração apresentou as alterações mais significativas relacionadas ao envelhecimento, especialmente em indivíduos com problemas de saúde. Essa região é responsável por receber o sangue oxigenado dos pulmões e direcioná-lo ao ventrículo esquerdo, que o bombeia para o corpo. Com o tempo, o átrio tende a aumentar de tamanho e se torna menos eficiente, mas em pessoas com problemas cardíacos, essa mudança ocorre de forma acelerada.

Os participantes saudáveis apresentaram uma idade cardíaca correspondente à sua idade cronológica. Em contrapartida, aqueles com fatores de risco tinham, em média, corações quase cinco anos mais velhos. No caso da obesidade, a situação era ainda mais grave, com pessoas com IMC entre 30 e 34,9 apresentando corações quatro anos mais velhos, enquanto aqueles com obesidade moderada (IMC 35-39,9) tinham corações cinco anos mais envelhecidos. Indivíduos com obesidade grave (IMC acima de 40) apresentaram corações com até 45 anos a mais que a idade cronológica.

Outros padrões notáveis foram observados, como diabéticos na faixa dos 40 anos, que tinham corações com idade estimada em até 56 anos a mais que a real. A hipertensão arterial causou um envelhecimento contínuo do coração, que se intensificou até os 70 anos. Já em pessoas com fibrilação atrial, o coração era mais velho independentemente da idade do paciente.

Essas descobertas são cruciais, pois podem incentivar pessoas com essas condições a adotarem mudanças de estilo de vida, como melhorias na alimentação e a prática regular de exercícios. “Ao conhecer a verdadeira idade do seu coração, os pacientes podem receber orientações ou tratamentos para retardar o processo de envelhecimento, potencialmente prevenindo ataques cardíacos ou derrames. Isso pode ser o alerta necessário para que as pessoas cuidem melhor de si mesmas — seja comendo de forma mais saudável, praticando mais exercícios ou seguindo as orientações médicas. Trata-se de dar às pessoas uma chance de lutar contra doenças cardíacas”, conclui Garg.

Fonte: Metrópoles

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