159 mortos em 75 etnias -

Entidades acusam governo de ocultar avanço do coronavírus entre indígenas

Segundo os dados do governo, há 1.119 casos confirmados e 45 mortes decorrentes da doença. Contudo, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) aponta 1.604 infectados e 159 mortos em 75 etnias espalhadas por todas as regiões do país. As informações são de Metrópoles.

Esse abismo se explica pelo fato de o governo computar apenas casos entre os indígenas que vivem em aldeias dentro de reservas reconhecidas. Segundo dados oficiais, porém, não chega a 60% o número de indígenas nessa situação. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou em 2010 (último dado disponível) que 517 mil (57,7%) das 896 mil pessoas que se declaravam indígenas estavam em aldeias.

“É um racismo institucional não contabilizar esses indígenas que estão no contexto urbano”, frisa Nyg Kaingang, que vive na Terra Indígena Apucaraninha, no interior do Paraná, com mais 2.100 pessoas.

“Estar na cidade não significa que não é indígena. Além disso, muitos estudantes indígenas ficaram presos nas cidades para cumprir o protocolo de não entrar nas aldeias. Os contextos são muitos e esse recorte é uma forma de minimizar o drama do coronavírus”, completa Nyg, que participa da Apib e vem buscando formas de denunciar o avanço da Covid-19 entre o seu povo.

Coordenadora da Apib, Sônia Guajajara, que foi candidata a vice-presidente do Brasil na chapa de Guilherme Boulos (PSol), denuncia o caso de Manaus, onde viviam, segundo ela, 40% dos indígenas mortos por coronavírus no estado.

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