
Emergência na saúde de Teresina expõe crise de gestão e falta de estrutura
A crise na saúde pública de Teresina pode se arrastar por mais tempo. O prefeito Silvio Mendes (União Brasil) confirmou, nesta quinta-feira (04/07), que a Prefeitura estuda renovar, pela terceira vez consecutiva, o decreto de situação de emergência na saúde, medida em vigor desde janeiro de 2025. A nova prorrogação, caso confirmada, estenderia os efeitos do decreto que vence ainda neste mês de julho.
A decisão, segundo o gestor, se dá diante da continuidade dos problemas estruturais e operacionais enfrentados pela Fundação Municipal de Saúde (FMS). “Há muitas pendências. A situação da FMS é muito complexa”, afirmou Mendes em entrevista à imprensa local.
O decreto de emergência autoriza contratações sem concurso, compras sem licitação e a adoção de medidas excepcionais para manter serviços essenciais funcionando. Foi adotado inicialmente como resposta ao colapso da rede municipal de saúde, marcado pela escassez de medicamentos, insumos básicos e contratos vencidos com prestadores.

A situação da FMS continua instável. A recente nomeação de um presidente interino para a fundação, após a terceira exoneração de Charles Silveira, reforça o clima de incerteza na gestão da pasta. Segundo o prefeito, a escolha de um novo titular definitivo será feita com cautela. Ele também reconheceu a dificuldade da administração pública em atrair quadros técnicos qualificados para cargos de liderança no setor.
A possível renovação do decreto reacende discussões sobre os limites e a efetividade de medidas emergenciais prolongadas. Para especialistas em gestão pública, o uso contínuo de decretos de emergência pode indicar não apenas um cenário crítico, mas também a ausência de planejamento estrutural de longo prazo.
Enquanto isso, os usuários do SUS na capital seguem enfrentando filas, atrasos em atendimentos e a precarização de serviços básicos.