Uma criança de três anos, vítima de envenenamento, faleceu no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), na madrugada desta segunda-feira (06/01). A criança havia sido transferida de Parnaíba, no litoral do Piauí, onde o caso ocorreu, mas não resistiu às complicações. Com isso, o número de mortos subiu para três, incluindo Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, e Davi Ígno Fontenelle Pereira Silva, de apenas 1 ano e 8 meses. Outras sete pessoas seguem hospitalizadas, entre elas Francisca Maria da Silva, mãe de duas das vítimas fatais, que permanece intubada em estado grave no Hospital Nossa Senhora de Fátima.

A Polícia Civil informou que o laudo pericial confirmou a presença de Terbufos, uma substância tóxica usada em agrotóxicos, no arroz consumido pela família. Segundo os investigadores, o veneno foi identificado apenas no arroz, sem contaminação em outros alimentos. O uso de Terbufos é permitido exclusivamente na agricultura, mas seu desvio para uso doméstico é ilegal. O delegado responsável destacou que o caso foi classificado como duplo homicídio e sete tentativas de homicídio, baseando-se nos laudos do Instituto de Medicina Legal (IML).

As autoridades trabalham para identificar o responsável por inserir o veneno no alimento. Não está descartada a possibilidade de envolvimento de algum membro da família, uma vez que o veneno pode ter sido adicionado durante a preparação do almoço. A polícia pretende ouvir, ao longo da semana, todas as pessoas que estavam na residência no momento do incidente. Além disso, os investigadores buscam verificar se houve a entrada de algum estranho no imóvel durante o período.

O caso guarda semelhanças com outro ocorrido em agosto de 2024, envolvendo parentes das vítimas atuais. Na ocasião, dois irmãos morreram após consumirem cajus envenenados em Parnaíba. O histórico gera preocupação e reforça a necessidade de apuração minuciosa. Enquanto isso, a comunidade local acompanha com apreensão os desdobramentos dessa tragédia, que já vitimou três pessoas e colocou outras sete em risco.