Aparece ao lado de mulher -

Suspeito de atropelar e matar ciclista aparece sorrindo em suposto vídeo após acidente

Um vídeo de uma câmera de monitoramento mostrou o microempresário José Maria da Costa Júnior, 33 anos, sorrindo no elevador de prédio onde mora, supostamente pouco depois do atropelamento que matou a ciclista Marina Kohler Harkot, 28 anos, no início da madrugada de domingo (8), em Pinheiros (zona oeste da capital paulista). Nas imagens, ele está ao lado de uma mulher.

    Reprodução / Record TV

Ele saiu livre do 14º DP (Pinheiros), às 18h10 desta terça-feira (10), após se negar a prestar depoimento sobre a morte de Marina. O suspeito se apresentou no distrito por volta das 15h30 para prestar esclarecimentos, acompanhado do advogado de defesa.

O microempresário foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e por não prestar socorro à vítima. O delegado Flávio Luiz Teixeira pediu a prisão preventiva do suspeito, alegando ser ela necessária "visto que José Maria, claramente tenta se furtar à Justiça, dificultando assim a instrução criminal", diz trecho do pedido enviado à Justiça. O TJSP (Tribunal de Justiça de SP) não havia confirmado a decretação da prisão até a publicação desta reportagem.

Segundo o delegado, o microempresário foi beneficiado pela lei eleitoral, que impede prisões cinco dias antes e 48 horas após a eleição. Exceções ocorrem com prisões em flagrante, por exemplo, que não é o caso do motorista que se apresentou dias após o atropelamento. Domingo (15) ocorre o primeiro turno da eleição municipal.

    Reprodução / Record TV

"Por causa da legislação eleitoral, ele não pode ser preso, mesmo que a Justiça decrete a prisão", disse o delegado.

Segundo as imagens da câmera de monitoramento, Júnior entra no elevador acompanhado da mulher, às 0h17 de domingo. Ele sorri, enquanto brinca. Após isso, o microempresário passa a falar ao telefone. A mulher que aparece nas imagens é procurada pela polícia para prestar esclarecimentos.
"Caso for provado que ela estava no carro [no momento do atropelamento], ela também poderá ser responsabilizada pela omissão de socorro", explicou o delegado titular do 14º DP (Pinheiros). A polícia ainda investiga quem guiava o Hyundai Tucson no momento da colisão.
nvestigadores encontraram o carro do suspeito, no fim da noite desta segunda-feira (9), em um estacionamento na região da Consolação (centro). Após checar os dados do veículo, os policiais descobriram que o motorista mora no prédio ao lado.
Ainda no estacionamento, os investigadores encontraram o Hyundai com a dianteira direcionada à parede, "provavelmente numa tentativa de esconder as avarias ocasionadas durante o atropelamento", diz trecho do boletim de ocorrência. O vidro dianteiro do carro está trincado na lateral direita.
O vidro dianteiro do Hyundai Tucson ficou estilhaçado, na lateral direita, após o carro atropelar a ciclista Marina Kohler Harkot, 28 anos, domingo (8), na zona oeste da capital paulista Divulgação/Polícia Civil ** O titular do 14º DP disse ainda que Marina estaria sem capacete de proteção no momento da colisão. "Aguardamos também exames periciais para constatar se a luz traseira de identificação da bicicleta estava funcionando."

A polícia também aguarda laudo do IML (Instituto Médico Legal) que vai constatar a causa da morte de Marina. Quando saiu da delegacia, por uma porta lateral que dá acesso ao estacionamento, o motorista foi cercado por cicloativistas amigos de Marina, que o chamaram de "assassino" e tentaram impedir que entrasse em um carro.

Defesa O advogado José Miguel da Silva Júnior, defensor do motorista, disse na terça ao Agora, que seu cliente negou ter ingerido bebidas alcoólicas antes do acidente. O suspeito também afirmou, segundo o advogado, que não estava alta velocidade.

Sobre a fuga do local do acidente, o defensor afirmou que "ele ficou desesperado" após atropelar a vítima. Com relação à mulher que acompanhava o motorista, o advogado disse ainda que vão se inteirar sobre o caso "para traçar a linha de defesa".

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