Ela tem 19 anos -

'Gatinha da Cracolândia': o que fez está errado e vai pagar, diz irmão

O irmão mais velho da mulher conhecida como "Gatinha da Cracolândia", presa sob suspeita de comandar uma banca de tráfico de drogas no centro de São Paulo, afirmou que ela se envolveu "com pessoas erradas" e que deve pagar por seus erros. As informações são do R7.

Ele contou que estão criando redes sociais falsas por pessoas que estão se passando por familiares de Lorraine, inclusive o perfil de uma suposta irmã, que não existe. "Ela se envolveu com pessoas erradas. Sempre foi uma pessoa boa, de família boa. A gente sempre deu conselho", lamentou Lorruan.

Os dois irmãos perderam o pai, Ricardo Romeiro, há sete anos, assassinado com um tiro na cabeça. "Eu levei de uma maneira, sou irmão mais velho dela, e ela acabou levando de outra. Isso não justifica as atitudes dela, sempre falei isso pra ela, mas de certa forma pode ter influenciado", refletiu o jovem. "Jamais passo a mão na cabeça dela. O que ela fez tá errado, e ela vai pagar."

Ele agradeceu o apoio de amigos e familiares e criticou a quem ironizou os acontecimentos. "A vida tá aí pra mostrar que o que você faz você paga. Do mesmo jeito que ela está pagando, voce que deseja o mal, você que fica feliz pela queda dos outros, você também vai pagar."

Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, foi presa na casa do namorado, em Barueri na Grande São Paulo, na manhã desta quinta-feira (22), como parte da segunda fase da Operação Carontes. Ela e o companheiro haviam sido detidos no dia 30 de junho, mas Lorraine obteve liberdade condicional e prisão domiciliar por mãe de uma criança com menos de um ano. Ela, no entanto, mudou de endereço sem notificação, contrariando determinação da Justiça.

De acordo com a polícia Lorraine e o namorado, conhecido como André Japonês, vendem drogas em uma tenda na região da Cracolândia. Após a prisão de André, o comando das atividades ficou a cargo de Lorraine.

Para passar despercebida pela região, a jovem usava roupas que cobriam o corpo e usava gorro sobre a cabeça. É assim que ela aparece em uma imagem registrada pela polícia ao longo dos seis meses  de investigação na região. 

Policiais civis se infiltraram no fluxo e realizaram filmagem das atividades dos traficantes, descobrindo o funcionamento do tráfico, ordenado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.

Os traficantes criaram na Cracolândia demarcações de 30 a 40 metros que são chamados de vagões. Os espaços são delimitados e cada um tem um dono - todos ligados à facção criminosa. Dentro dos vagões, são vendidos espaços menores, as chamadas tendas - lonas plásticas com estruturas de madeira. Em cada vagão, há de oito a dez tendas. Esses locais ficam cobertos, o que dificulta a visualização por helicópteros da polícia e da imprensa. Era em uma dessas tendas que, segundo a polícia, Lorraine e André agiam. 

Nas tendas, acontece a venda de drogas, especialmente o crack que chega em tijolos de geralmente um quilo ou mais. As drogas são fracionadas em cima de vidros e pratos, porque quando se divide a pedra de crack sobram pequenos pedaços e farelos. As pequenas porções são oferecidas aos usuários de drogas como presente pela assiduidade de compras na tenda ou vendida a preços menores.

Cada tijolo de crack de um quilo é vendido em aproximadamente dois dias nas tendas. Além da cocaína, também são vendidos cocaína e maconha. 

Os traficantes trabalham por 24 horas e, quando ficam cansados, são substituídos por comparsas e se dirigem para hotéis ou cortiços, que são prédios já desapropriados pela Prefeitura de São Paulo. Os hotéis e cortiços servem de esconderijo para os traficantes e as drogas.

Os entorpecentes são transportados dos cortiços e hotéis até as bancas de rua por meio de homens conhecidos como travessia. Geralmente, eles são encontrados carregando sofá nas costas, caixa de isopor, carrinho de mão. Inicialmente, não parecem ter relação com tráfico, mas são os responsáveis pelo transporte e reabastecimento das tendas.

Ao ser presa, a polícia afirma que Lorraine colaborou com as equipes e indicou o hotel onde se hospedava e o local onde escondia as drogas. Os entorpecentes foram encontrados em um prédio em situação de abandono próximo ao hotel Avaré, na rua Helvetia, no centro da capital.

Foram apreendidas 85 porções de maconha, 295 de cocaína, 8 de crack, 97 frascos de lança-perfume e 16 comprimidos de ecstasy, 750 reais, uma balança de precisão, uma faca, um machado, um celular e a bolsa onde estavam os materiais.

A defesa de Lorraine afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito, que é muito cedo pra considerá-la culpada e que não se trata de uma criminosa contumaz.

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