Criadora de perfil anônimo de fofoca é identificada e depõe em delegacia no Piauí
A Polícia Civil de Barras identificou a criadora do perfil anônimo “Barras Fofoqueira”, página que acumula mais de 6 mil seguidores e que se tornou alvo de denúncias por calúnia e difamação no município. A mulher, identificada pelas iniciais G.M. e responsável pela conta, foi chamada para prestar depoimento na última quarta-feira (8/01), após a repercussão negativa de publicações envolvendo a vida íntima de moradores da cidade.
De acordo com as investigações, a página divulgava conteúdos difamatórios, promovia ataques pessoais e disseminava boatos, o que gerou desconforto e indignação na população. Após ser ouvida na delegacia, a autora foi liberada, mas precisou ser escoltada até sua residência devido às aglomerações e manifestações de insatisfação no local.
Devido a repercussão do depoimento na delegacia, a mulher publicou um vídeo nas redes sociais em que pediu desculpas pelas postagens feitas no perfil, reconhecendo o impacto negativo de suas ações. Além disso, um pedido de desculpas foi compartilhado diretamente na página investigada.
No Brasil, criar perfis anônimos nas redes sociais para disseminar conteúdo difamatório, calunioso ou que atente contra a honra de indivíduos configura crime, conforme previsto no Código Penal. A calúnia, definida como a falsa imputação de um fato criminoso a alguém, é punida com pena de seis meses a dois anos de detenção e multa (art. 138). Já a difamação, que consiste em atribuir fatos que maculem a reputação de outrem, pode levar a uma pena de três meses a um ano de detenção e multa (art. 139). Além disso, o anonimato é vedado pela Constituição Federal de 1988, garantindo que autores de conteúdos prejudiciais possam ser responsabilizados judicialmente. O avanço das tecnologias também permite que autoridades, por meio de investigações, identifiquem os responsáveis por tais atos, reforçando a importância do uso responsável das redes sociais.