Caso dos cajus envenenados pode te reviravolta após prisão de padrasto; polícia investiga
O Instituto Médico Legal do Piauí (IML) está investigando o envenenamento de João Miguel, de 7 anos, e Ulisses Gabriel, de 8 anos, que faleceram em agosto e novembro de 2024, respectivamente. Os meninos, parentes de outras quatro vítimas envenenadas em Parnaíba no dia 1º de janeiro deste ano, consumiram cajus suspeitos de contaminação com terbufós. O mesmo veneno foi identificado em um arroz consumido pela família, que resultou na morte de uma mãe, dois irmãos e um tio das crianças.
De acordo com o perito geral do IML, Antônio Nunes, exames estão sendo realizados nos cajus apreendidos pela polícia durante as investigações e também em um gato encontrado morto no local na época das mortes das crianças. "A gente fez primeiro o exame dos cadáveres, que eram mais urgentes, e agora estamos analisando os cajus e o gato. Todas as provas serão enviadas para a Polícia Judiciária", afirmou Nunes.
O caso levou à prisão de uma vizinha das crianças e também do padrasto Francisco de Assis, de 53 anos, suspeito de envenenar oito pessoas de sua própria família no início do ano. Entre as vítimas estão Francisca Maria, mãe dos meninos João Miguel e Ulisses, e seus outros dois filhos, Igno Davi e Lauane, que morreram após ingerirem o arroz envenenado. A perícia revelou inconsistências na versão de Francisco, como a demora nos sintomas relatados, que só surgiram quatro horas após o consumo do alimento. "Os sinais do veneno aparecem em até uma hora após a ingestão", explicou Nunes.
Além dos exames nos alimentos e nas vítimas, materiais apreendidos em três endereços ligados ao suspeito também estão sob análise. Entre eles, revistas de teor nazista e livros encontrados em um baú de uso exclusivo de Francisco. "Todo o material será periciado caso solicitado pela polícia", disse o delegado Abimal Silva, responsável pelo caso. O sangue e a urina das vítimas internadas também estão sendo examinados, incluindo as amostras do próprio Francisco, que recebeu alta 24 horas após sua internação. A investigação segue em busca de provas para esclarecer a ligação entre as mortes e os responsáveis pelos envenenamentos.