Um grupo, um "umbral" -

Presidente do TRT do Piauí aciona operador do Xico Prime na Justiça após "crueldade"

Por Rômulo Rocha – De Oxford

 

______________

POR QUE ENTÃO NÃO ACIONAR A POLÍCIA FEDERAL?

- Repercussão: Ataques contra desembargadora foram parar no quadro televisivo “Jogo do Poder”, diz ação

- Mais - a baixaria do “valentão”: “Quem é a tomada ou togada que vivia com o malandro do violão e arrumou outro gigolô para sustentar no Piauí”.

__________________________________

_OUTRA VÍTIMA DO XICO PRIME

 

O DESEQUILÍBRIO TEM PLATEIA DE JORNALISTAS DOMADOS PELO DELEITE DO QUE EXISTE NO UMBRAL: O PRÓPRIO GRUPO XICO PRIME

Os xingamentos, possíveis acusações de prática de nepotismo cruzado e afrontas à sua vida privada levou a presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a desembargadora federal Liana Chaib, a processar no âmbito cível aquele que ficou conhecido como o “Valentão do WhatsApp”, Marciano Valério Antão Arraes, operador de um grupo que reúne renomadas autoridades no estado do Piauí e que tem servido de palanque para que o ex-funcionário da Prefeitura de Teresina ponha abaixo reputações daqueles a quem ele têm como “inimigo” declarado ou daqueles que não concordam com o seu comportamento reprovável e pútrido(‘Xico Prime’ diz que seu maior “inimigo” é o presidente do Tribunal de Justiça do Piauí).

A ação movida pela desembargadora é uma “inibitória de tutela antecipada cumulada com pedido de danos morais”, onde seus advogados afirmam que o “requerido possui um grupo de WhatsApp denominado Xico Prime, com mais de 158 participantes no qual se iniciou com a única finalidade de denegrir a imagem do Sr. Prefeito Municipal de Teresina [Firmino Filho] e extorquir dinheiro, através da venda do seu silêncio”, sustentam.

Entendem também que “com esse desiderato, passou a atacar verbalmente, de maneira acintosa, aviltante e criminosa, um grande número de autoridades, personalidades e cidadão comuns”, indo, muito além do foco inicial, que era atacar o prefeito Firmino Filho após a suposta perda de um cargo comissionado.

“Ocorre que, a sua rede de ataques, antes restrita ao Sr. Prefeito Municipal de Teresina, alargou-se e passou então a envolver cada vez mais pessoas diversificadas”. O que é verdade. E é nesse contexto onde a presidente do TRT se viu imersa.

Liana Chaib relata que ao ser inserida nessa rede de “assaques caluniosos e difamatórios” foi “surpreendida com publicações desonrosas e aviltantes do seu nome, quer na qualidade de membro do Poder Judiciário, quer na qualidade de mulher que comandará [hoje já comanda] um poder ou mesmo na qualidade simplesmente de mulher”.

Isso porque as menções à desembargadora, ao que parece, não se referia a uma crítica sadia, ou mesmo mordaz, em relação à sua atuação na Corte (o que é válido), mas sim a um tipo de espezinhamento tido como que “com requinte de crueldade”, que nada tem a ver com a prática jornalística.

_Reproduçãod as mensagens no Grupo Xico Prime, que consta dos autos do processo movido pela desembargadora federal
_Reprodução das mensagens no Grupo Xico Prime, que constam dos autos do processo movido pela desembargadora federal 

Ocorre ainda que, e no início com mais frequência, isso tem pautado algumas redações do estado ou programas de fofoca como se normal fosse. “As mensagens tomaram tamanha proporção que resvalaram para a televisão, fazendo parte do programa de televisão 'Jogo do Poder', conforme pen drive anexo”.

Continua a peça: “Para dar maior relevo às suas intenções obscuras, [Marciano Arraes] ainda publicou fotos da magistrada, ora requerente, para que fosse dada maior visibilidade e repercussão às suas mensagens, que têm como objetivo único denegrir a imagem e honra da representante [no caso, Liana Chaib], bem fundamentais, construídas à custa de muito estudo, dedicação e seriedade”.

“MAIS REQUINTE DE CRUELDADE”

A peça destaca algumas mensagens, tais como: “Que (sic) é namorada do Carlos Basílio... Amigo inseparável do Waldemar do Firmino?"

Mas nada é comparado ao que está por vir.

Diz a peça inicial da ação apresentada à justiça: “A despeito dessas publicações citadas, o requerido, de maneira audaciosa e destemida, vem dando sequência, sem parar, às suas publicações, agora com mais requinte de crueldade”.

Segue, para o espanto de todos, o que foi publicado em um grupo com cerca de 150 pessoas entre autoridades, jornalistas, advogados, empresários e outros profissionais liberais:

___________________

- “(...) Quem é a tomada ou togada que vivia com o malandro do violão e arrumou outro gigolô para sustentar no Piauí? (...)”

- “(...) Quem a tomada ou Togada? (...) Essa nasceu para sustentar gigolô?”

- “(...) É verdade que o Waldemar Carvalho e o Firmino dizem que a desembargadora tá pagando os pecados com o namorado Carlos Basílio? (...)”

- “(...) Será que a futura presidente do TRT namora com o maior empregador de rapariga da PMT?”

_Reprodução de trecho da peça inicial apresentada à Justiça contra o operador do Xico Prime
_Reprodução de trecho da peça inicial apresentada à Justiça contra o operador do Xico Prime 

_________________

“JOGO DO PODER” E MENSAGEM AO VENTO NO MEIO POLÍTICO

“As mensagens tomaram tamanha proporção que resvalaram para a televisão, fazendo parte do programa de televisão ‘Jogo do Poder’, conforme pen drive anexo”, dizem os advogados da desembargadora federal.

“A conduta do requerido também viola a privacidade e a intimidade da requerente, expondo fatos que além de inverídicos, aviltantes e difamatórios, atentam contra o direito da requerente de ver-se resguardada intimamente de sua vida privada”, sustentam.

Sob acusação de prática de nepotismo, desferida por Marciano Arraes, a juíza negou qualquer prática. Na peça é destacado que a desembargadora do TRT galgou notória carreira profissional através de concurso público, “quais sejam, bancária do Banco do Brasil, juíza de direito e juíza federal, nunca se beneficiando da prática de nepotismo”.

“As mensagens divulgadas, além de inverídicas, mentirosas e insultosas, foram divulgadas de má-fé, apenas para abalar a credibilidade  da conduta da representante, no exercício do seu mister, ou quiçá, quem sabe, de obtenção de vantagens ilícitas, já que publicações desta natureza, no meio político, costumam surtir efeito”, acrescem.

O APOIO DE ALGUNS PROFISSIONAIS DE IMPRENSA

A peça também cita a vasta plateia que dá sustentação às publicações de Marciano Arraes, comportando-se como seres que, ao verem o excesso de práticas malévolas, acabam apoiando-as tacitamente, com o silêncio. Outros, alguns jornalistas, incentivam o 'Valentão do WhatsApp', que já chegou a dizer que não teme a nada e que vai até o fim.

“Pode-se observar, que o grupo é constituído por mais de 158 pessoas que vão desde autoridades, jornalistas, políticos, etc, que viram as divulgações anexas e, consequentemente, as replicam umas as outras, com nítida repercussão das postagens”, informam.

E assim concluem: “Tanto é assim que a divulgação ultrapassou os umbrais do grupo, tendo sido objeto de considerações em programa de TV, no programa denominado “Jogo do Poder”, alargando o espectro de alcance da calúnia, injúria e difamação da magistrada”.


VEJA MATÉRIAS SOBRE AS AUTORIDADES E CIDADÃO QUE JÁ FORAM ALVOS DOS ATAQUES DE MARCIANO ARRAES__________

‘Xico Prime’ diz que seu maior “inimigo” é o presidente do Tribunal de Justiça do Piauí

- Conselheiro do TCE interpela criminalmente organizador do ‘Xico Prime’

- Demonstrando desequilíbrio, dono do ‘Xico Prime’ ataca o jornalista Rômulo Rocha

Comentários

Trabalhe Conosco