Politicagem: Secretaria de Transportes é alvo de denúncias por concessões ilegais de linhas

Por Rômulo Rocha - Blog Bastidores

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- Caso é de interesse do Ministério Público estadual: suspeitas e denúncias são de que além do secretário distribuir concessões ilegais, a pasta não fiscaliza as rotas, o que contribui para a proliferação ilegal de veículos e a bancarrota de empresários do setor

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O CALCANHAR DE ‘AQUINO’ DIANTE DA FARRA DAS CONCESSÕES

A Secretaria de Transportes do Governo do Estado do Piauí (SETRANS), que tem à frente o secretário Manoel Gustavo Costa de Aquino, é alvo de suspeitas de prática reiterada de concessões de linhas de transporte interestadual de forma ilegal para apaniguados políticos da pasta, diante de pedidos de políticos. 

Nesta quinta-feira (09) a vice-governadora do Piauí Regina Sousa (PT) recebeu representantes do Sindicato das Empresas de Transporte Intermunicipal do Piauí (SINEONIBUS), da Cooperativa dos Transportes Alternativos (COOMITAPI) e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Piauí (SINTETRO). O grupo que se reuniu para encontrar alternativas levou a número dois do governo estadual o que ocorre de supostamente nada republicano na pasta de Aquino. 

VICE-GOVERNADORA ESTÁ SABENDO DOS SUPOSTOS DESMANDOS

Segundo o presidente da COOMITAPI, Miranda Neto, a vice governadora foi avisada, através de documento conjunto, a respeito das irregularidades existentes.

“A SETRANS está cometendo essas irregularidades já há algum tempo, mas agora piorou. Já tinha tido uma audiência lá atrás, com o Ministério Público. Agora continuam do mesmo jeito”, relata. Ele diz ainda que só se pode botar “vans onde não têm”, mas a pasta está desrespeitando isso.

Ele alega que o secretário vai seguir o mesmo caminho de outros e vai acabar respondendo por improbidade administrativa. Também ameaça, caso continuem a ilegalidades e não sejam revistos os procedimentos ilegais já concedidos, parar com os demais sindicatos o transporte público interestadual em um grande protesto contra o secretário Aquino e o governo do estado. 

Fernando Soares Neto, o Feijão, presidente do SINTETRO, segue a mesma linha de indignação contra atos que têm ajudado a quebrar empresas e a aumentar o número de demissões no setor.

Ele classifica o que está ocorrendo com a suposta participação da Secretaria de Transportes de “competição danosa”.

“Hoje são dadas várias concessões para várias empresas que não cumprem o salário dos trabalhadores, não cumprem com a convenção estabelecida entre patrões e empregados, que regulamenta os salários e as jornadas de trabalho. As empresas estão demitindo trabalhadores”, sustenta. 

Sobre as concessões ilegais diz que “são uma questão política, assim como é feito o transporte clandestino. A pasta, Secretaria dos Transportes, não fiscaliza. Há muito tempo estamos cobrando isso, para evitar que carros de passeio sejam usados como transporte clandestino, vans irregulares sejam utilizadas”, acresce.

Feijão também fala em “paralisações”, diante da “falência de empresas”. “A secretaria, por questões políticas, dá concessões a quem não tem autorização”, reforça. “Está tendo muita demissão. As empresas estão falidas, com salários atrasados, 13º atrasado, tickets atrasados”, revela.

Já para o vice-presidente do SINEÔNIBUS, Francisco Carvalho, “a reivindicação nossa com relação ao governo é que parem as permissões políticas. Não está tendo nenhum critério. Basta que uma pessoa chegue na secretaria que o secretário libera a ordem de serviço. E está havendo uma quebra no sistema, porque são pessoas que não têm nenhum compromisso”, diz. 

“Tem um caso que chamou atenção. Fizeram uma permissão para uma vereadora de Miguel Alves, sem ela possuir carro ou van, e essa vereadora alugou para um terceiro, um carro que não está dentro dos padrões. E eu estou falando em um caso", relata. 

"O sistema já está quase falido", continua. "Nós temos várias empresas que quebraram, porque o governo não está nem aí para o transporte”, tascou, pleiteando pela revogação das concessões ilegais e fiscalização das linhas de transporte público. 

Regina Sousa ficou de repassar o caso ao chefe do Palácio de Karnak. 

A pasta dos Transportes seria de alçada do PP.