Em pedido ao Supremo Tribunal -

PGR critica não repasse de áudio sobre suposta propina de R$ 500 mil a Ciro Nogueira


 

Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores

 

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CONTO DE FADAS

- Desculpa do empresário é que não sabia que alguém receber R$ 500 mil para não votar favorável no impeachment de uma presidente da República era crime

- “(...) tal fato, além de grave, seria considerado por qualquer pessoa, ainda que despida de conhecimentos jurídicos mínimos, como sendo ‘ilícito’”, rechaçou Aras

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_Joesly Batista (Imagem: Reprodução)
_Joesley Batista, quando das delações (Imagem: Reprodução) 

'E É CRIME?'

O Blog do Fausto Macedo, atrelado ao jornal O Estado de São Paulo, noticia que o procurador-geral da República Augusto Aras pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extinção dos acordos de colaboração premiada de Joesley e Wesley Batista, além dos firmados com os executivos Ricardo Saud e Francisco de Assis. 

Para Aras o grupo foi “desleal” e agiu com "má-fé" ao esconder informações do Ministério Público Federal (MPF). 

Segundo o Blog do Fausto, uma das informações supostamente ‘escondidas’, só repassada muito depois, diz respeito ao suposto recebimento pelo senador Ciro Nogueira de uma parcela de R$ 500 mil para votar contrário ao impeachment de Dilma Rousseff.

Conforme a publicação, o procurador-geral da República criticou o comportamento de Joesley Batista e Ricardo Saud “de deixarem de informar no início das negociações do acordo as acusações existentes contra o senador Ciro Nogueira (PP-PI)".

Sendo que somente "no último prazo para a entrega de material complementar aos procuradores, em 31 de agosto de 2017, Joesley entregou um áudio sobre o [suposto] pagamento de R$ 500 mil ao parlamentar em troca de seu apoio ao impeachment de Dilma Rousseff (PT)”.

Traz também o Blog do Fausto que para Aras, “não é crível o argumento de que o fato envolvendo Ciro Nogueira não foi reportado ao MPF já no momento inicial, quando da assinatura do acordo, por que os ex-colaboradores não o consideraram como criminoso. Ora, tal fato, além de grave, seria considerado por qualquer pessoa, ainda que despida de conhecimentos jurídicos mínimos, como sendo ‘ilícito’”.

Senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP (Foto: Divulgação)
_Senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP (Foto: Divulgação) 

Ainda segundo o PGR “um homem médio, ao ser apresentado ao fato ora em comento, certamente o consideraria como “contrário ao Direito”, ainda que ele não pudesse precisar o tipo penal em que tal fato se amolda. Se isso é verdade para o homem médio, é ainda mais verdade para pessoas como Joesley Batista e Ricardo Saud, os quais, além de portadores de capacidade intelectual acima da média, eram e continuam sendo assessorados pelas melhores bancas de advogados do país.” 

Apesar de pedir a extinção dos acordos de colaboração premiada, Aras quer, no entanto, que as provas das delações sejam preservadas. A publicação informa também que o relator do caso, ministro Edson Fachin, decidiu encaminhar a questão para o Plenário do STF decidir - ainda sem data para a apreciação.

VOTO FAVORÁVEL AO IMPEACHMENT

Quando do impeachment de Dilma Rousseff, o PP acabou por fechar acordo para votar favorável à queda da então presidente da República.

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